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Sessão da Câmara Municipal

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Aqui, tem alma pra todo o corpo... E, lá, corpo pra pouca alma



Já encarnei corpos diversos.
Vivi todo tipo de aventuras.
Conheci os dois lados da moeda...
Mergulhei em várias loucuras.
Já fui homem, mulher;
Negro, amarelo, branco.
Agora nesse banco de espera...
Quero reencarnar um corpo qualquer.
Vivo triste, desencarnado,
Sofro, choro, vivo só.
Preciso voltar a me evoluir.
Pagar meus pecados.
Voltar a ter identidade.
Minha esperança é sonhar.
Estou na fila dos desesperados.
Não há luz, nem vela.
Tudo é revolto.
É pressão desalmada.
Habito um céu de insanidade.
Quero pisar na terra de verdade.
Aqui, tem alma pra todo o corpo...
E, lá, corpo pra pouca alma.
Sou aprendiz. Preciso me humanizar.
Aqui é frio, não tem calor humano.
Só me resta rezar...
Ninguém espera a sua vez.
Quem é forte, fura a fila.
Há muita insensatez.
Quem renasce, grita!...
O ser humano precisa fazer mais amor...
Muitas almas precisam renascer de novo.
Não aguento mais conviver com essa dor.
Aqui o sol não tem lua.
Ah, Como sinto saudade!
Esse mundo não tem rua...
Quero um corpo, não importa seu tipo físico.
Quero ser eu de verdade.
Não vou calar meu grito.
Preciso de perdão!
Estou perdendo a calma.
Preciso de salvação!...

Aqui, tem alma pra todo o corpo...
E, lá, corpo pra pouca alma.




Prof Osmar Fernandes, em 14/03/2009

Código do texto: T1485595
Classificação de conteúdo: seguro



 

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