Trabalhando

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Sessão da Câmara Municipal

domingo, 15 de maio de 2011

O planeta pede socorro... Não estou blefando.(Prof. Osmar S. Fernandes)

Até quando...

 O homem continua inconsequente,
Trata a natureza com desdém.
Não aborta a maldade de sua mente,
Destrói a beleza, mata a cecém...

Este animal faminto por dinheiro, predador,
Envenena o paraíso em troca de poder...
Orgulho, poderoso...  Sente-se superior.
Pensa que nunca vai morrer!

Caça o bicho inferior para exibi-lo como troféu.
Na sua tribo é o dono de tudo, é o Cacique.
Seu coração sem amor, não tem céu.


O planeta pede socorro... Não estou blefando.
O homem despiu de seu corpo sua psique...
Esse algoz de Deus matará até quando?

CIDADE DE SÃO PAULO

      População na cidade é de 10.434.252 milhões (3º maior cidade do Mundo).
      A cidade de São Paulo tem um território de 1.530 km2.
      A taxa de alfabetização está em 95,4% da população.
      O PIB da cidade de São Paulo é de US$ 76.000.000.000,00 (bilhões de dólares).
      A Região Metropolitana possui PIB de US$ 147.000.000.000,00 (bilhões de dólares).
      São mais de 240 mil estabelecimentos comerciais na cidade.
      Restaurantes? São 10.000  na cidade! (Oficialmente a Capital Mundial da Gastronomia!).
      São mais de 70 Shoppings (Maior número do Brasil).
      Os Shoppings da cidade recebem mais de 30 milhões de pessoas/ mês.
      Táxis? 30 mil (3ª maior frota da América Latina).
      São mais de 5.500 milhões de automóveis circulando em toda a cidade.
      O Metrô de SP transporta 2,5 MILHÕES de pessoas por DIA.
      A cidade conta com mais de 5.000 mil Pizzarias.
      As Pizzarias da cidade de São Paulo produzem cerca de 40 mil pizzas por hora.
      São produzidos, aproximadamente, 16.800 sushis por hora na cidade.
      A cidade tem mais de 5.500 cruzamentos com semáforos.       O Metrô da cidade tem hoje uma rede de 57,6km de extensão em 4 linhas.
      A cidade tem mais de 15.000 ônibus em operação em todas as regiões.
      Meio milhão de pessoas andam diariamente pela Rua 25 de Março.
      Cerca de  30.000 (trinta mil)  milionários vivem atualmente na cidade
de São Paulo.
      60% de todos milionários do Brasil, vivem na cidade de São Paulo.
      Na cidade são efetuados 10 compras por segundo via cartão de crédito/débito.
      Na Avenida Paulista passam mais de 5.700 carros e 1.400 ônibus por hora em horários de pico.
      A cidade  tem mais de 205 Hospitais (Municipais, Estaduais, Particulares e Federais).
      A cidade tem mais de 120 Teatros e Casas de Show, 71 Museus e 11 Centros Culturais.
      São Paulo é a maior realizadora de eventos da América Latina, com 70 mil
eventos/ano.
      Das 170 grandes feiras realizadas no Brasil, 140 são feitas em São Paulo.
      São 42 ruas temáticas de comércio em toda a cidade.
      Na cidade são mais de 100 peças teatrais por semana, ou 4.800 peças por ano.
      A cidade tem em torno de 1.500 agências de bancos Nacionais e Internacionais.
      Aeroporto de Congonhas, Campo de Marte e Guarulhos têm mais de 380 mil pousos e decolagens.
      Aeroporto de Congonhas possui o maior número de pousos e decolagens do Brasil.
      Aeroporto de Cumbica  é o maior da  América Latina (Guarulhos-SP).
      No Aeroporto de Cumbica  operam 39 companhias aéreas (Guarulhos-SP).
      A primeira rede de TV da América Latina foi inaugurada na cidade de São Paulo, a PRF-3 TV
Tupi-Difusora inaugurada em set/50.
      A cidade de São Paulo é mais rica que Nova Zelândia, Irlanda, Chile,
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10/4/2006Venezuela e Peru!
      A cidade de São Paulo é considerada a Capital Mundial da Gastronomia
(Desde 1997).
      A primeira Faculdade de Direito do Brasil é paulistana, criada em 1827
no Largo São Francisco.
      São Paulo é a Capital Cultural da América Latina com a maior
diversidade em manifestações culturais.
      O edifício do Banespa, construído em 1948, foi inspirado no Empire State, de Nova York.
      A Rua Oscar Freire é uma das 8 mais luxuosas do Mundo de acordo com a "Mistery Shopping
International".
      São Paulo é um dos maiores centros geradores de tendências em Moda do Mundo.
      A Serra da Cantareira, na zona norte, é considerada a maior Floresta
Urbana Natural do Mundo.
      A cidade de São Paulo é o maior centro Médico-Hospitalar da América Latina.
      É possível até tomar banho de cachoeira no núcleo do "Engordador", na
Serra da Cantareira.
      Na cidade, no bairro do Itaim, existe uma Oficina Mecânica especializada somente em Ferraris.
      A melhor Pizza do Mundo hoje é considerada a Pizza feita na cidade de São Paulo!
      São Paulo é a 3ª maior cidade italiana do mundo.
      São Paulo é a maior cidade japonesa fora do Japão.
      São Paulo é a maior cidade portuguesa fora de Portugal.
      São Paulo é a maior cidade espanhola fora da Espanha.
      São Paulo é a terceira maior cidade libanesa fora da Líbano.
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10/4/2006AINDA...
38% das sedes das 100 maiores empresas privadas de capital nacional...
      63 % das sedes de grupos internacionais instalados no país...
      As sedes de 16 dos 20 maiores bancos múltiplos, comerciais e caixas
econômicas...
      As sedes de 6 das 10 maiores empresas de cartão de crédito...
      As sedes das 8 das 10 maiores corretoras de valores...
      As sedes de 5 das 10 maiores empresas de seguros...
      A Bovespa, a maior bolsa de valores do continente sul-americano...
      BM&F - Bolsa de Futuros e Opções de Commodities, sexta do mundo em
volume de contratos negociados...
      9 das 10 maiores editoras de revistas do país...
      3 dos 5 principais jornais brasileiros...
      7 das 10 maiores editoras de livros do país...
      6 das 10 maiores empresas de equipamentos de informática...
      6 das 10 maiores empresas de software...
      7 das 10 maiores empresas de internet que atuam no país...
      A cidade de São Paulo é um dos 47 centros mundiais de inovação
tecnológica, de acordo com o Pnud/ONU.
      Em São Paulo estão 98 das 200 maiores empresas de tecnologia do país, contra 26 no Rio de
Janeiro, 9 em Belo Horizonte, 4 em
Porto Alegre e 1 em Curitiba.
      Na cidade de Londres  existem um pouco mais de 11.000 bares e restaurantes, e em São Paulo são
mais de 38.000.
      Na cidade de Londres existem 20 mil táxis, e em São Paulo são mais de 30 mil

terça-feira, 10 de maio de 2011

Projeto conhecendo a nossa história - Nova Londrina e Região




    Finalidade do projeto

         O projeto visa propiciar ao aluno de Escolas da Rede 
Pública Municipal e Estadual das cidades de Nova Londrina 
e Marilena/Pr., ganhar o livro através de sorteio em 
sala de aula (devidamente autorizado pela Direção da 
Instituição de Ensino) - o livro: “NOVA LONDRINA, RAINHA 
DO NOROESTE, 60 ANOS DE HISTÓRIA”.

          Os Livros sorteados são patrocinados 
pelos parceiros, colaboradores e incentivadores 
do projeto.

Agradecimentos:

          Eu, professor Osmar Soares Fernandes, venho a público 
agradecer a todos os parceiros, colaboradores e incentivadores 
da cultura, da leitura e da História de Nova Londrina e região.
         Através do projeto: CONHECENDO A NOSSA HISTÓRIA, 
sorteio nas escolas, o livro: NOVA LONDRINA, RAINHA DO NOROESTE,
 60 ANOS DE HISTÓRIA.
        Agradeço ainda aos Diretores, funcionários e
 professores dos Colégios: Escola Estadual Vale do Tigre, 
Escola Municipal Arthur Bernardes, Colégio Estadual Ary João Dresch 
(Nova Londrina/PR), e o Colégio Estadual Princesa Izabel E.F.M 
de Marilena-Pr; que, abriram as portas da escola para 
que o projeto pudesse ser realizado.
          Agradeço aos alunos que me receberam 
de braços abertos, propiciando momentos históricos, 
profícuos e de conhecimentos.

Agradecimentos especiais:

- Auto-Posto Central;
- João Carlos da Incol;
- Supermercado Molina;
- Dr. Pedro Paulo de Mello;
- Cartório de Registro de Imóvel - Dr. Eder Jonas;
- Escritório Contábil Norteio;
- Miguel do Couro;
- Tabelionato Ferreira Pinto;
- Farmácia Santa Mônica;
- Ótica Visão;
- Casas Americanas;
- Fernando Veículos;
- Farmácia Santa Rita;
- Rações Nutrivel Ltda.;
- Dupé Calçados;
- Supermercado Horizonte;
- Gabriel das Bombas;
- Zé Mocin;
- Fec Lopes (Fecularia Lopes);
- Cofenorte Material de Construção;
- Isa Informática;
- Moema Auto Visão;
- Frankely - (Luiz da Água);
- Ferro Velho Cruzeiro do Sul;
- Supermercado Correntão;
- Drª. Inês Watanabe de Souza (Marilena);
- Nova Casa de Carne Bandeirante - Basso - (Marilena);
- José Nilton Cavalcanti Construções (Marilena);
- Supermercado Araras Marilena;
- Online Informática (Marilena);
- Bar Ouro Verde - D. Ilda (Marilena);
- Agrop. Sertaneja - Sr. José Carlos A. de Oliveira ( Marilena);
- Farmácia Marilena  - Dr. Silvestre V. de Carvalho (Marilena);
- Casa de Carnes Bom Paladar (Marilena);
- Bar e Mercearia Romanchela - Sr. Donizete (Marilena);
- Roda Viva - Sr. José Rodrigues de Oliveira (Marilena);
- Elite Informática & Lan House - Sr. Flávio Martins (Marilena);
- Supermercado Castelão (Marilena);
- Maripel (Marilena);
- Advocacia – Assessoria e Consultoria e Trabalhista: Dr. Carlos Eduardo Defáveri de Oliveira e Dr. Fábio Gileno Tkatecenko dos Santos (Marilena);
- Frutaria do Jonas (Marilena);
- Farmácia Biofarma – Glaudenice (Marilena);
- Castelli Supermercado (Marilena);
- Diretor do Departamento Administrativo – Joaquim da Costa Patrício (Marilena);
- Lotérica Marilena.





          O projeto continua sendo exercido, quem quiser
 participar entre em contato pelo telefone: (044) 9838-6461.

 Incentivar a leitura é propiciar aos
 nossos estudantes o conhecimento
 para melhorar o futuro da 
Educação Brasileira.

     Compre o livro na papelaria Príncipe Encantado - Nova Londrina

sexta-feira, 6 de maio de 2011

A guerra de canudos


          A Guerra de          Canudos ou Campanha de Canudos, também chamada de Guerra dos Canudos, foi o confronto entre o Exército Brasileiro e integrantes de um movimento popular de fundo sócio-religioso liderado por Antônio Conselheiro, que durou de 1896 a 1897, na então comunidade de Canudos, no interior do estado da Bahia, no nordeste do Brasil.


Introdução

     Para entendermos a Guerra dos Canudos e a violência com que foi esmagada a revolta camponesa é preciso restabelecer o cenário histórico em que ela ocorreu. Não pode-se entender Canudos isoladamente, sem conhecer as circunstâncias históricas e políticas que a provocaram.
O Brasil estava em permanente ebulição, desde 13 de maio de 1888 com a assinatura da Lei Áurea pela princesa Isabel, acontecimentos espetaculares e traumáticos se sucediam um ao outro. A Questão Militar que vinha se arrastando desde 1883, com o debate em torno da doutrina do soldado-cidadão, que defendia a participação dos oficiais nas questões políticas e sociais do país, teve uma conclusão repentina, com o golpe militar republicano de 15 de novembro de 1889.
     A derrubada da Monarquia, que de imediato foi sem derramamento de sangue, terminou por provocar reações anti-republicanas. Uma nova constituição foi aprovada em 1891, tornando o Brasil uma república federativa e presidencialista no modelo norte-americano. Separou-se o estado da Igreja (o que vai provocar a indignação de Antônio Conselheiro) e ampliou-se o direito de voto (aboliu-se o sistema censitário existente no Império e permitiu-se que todo o cidadão alfabetizado pudesse tornar-se cidadão).
     As dificuldades políticas da implantação da República se aceleraram com a crise inflacionária provocada pelo Encilhamento, quando o Ministro da Fazenda, Rui Barbosa, autorizou um aumento de 75% na emissão de papel-moeda nacional. Houve muito desgaste do novo regime devido ao clima de especulação e de multiplicação de empresas sem lastro (mais de 300 em um ano apenas). O presidente da República, Mal. Deodoro da Fonseca chegou a fechar o Congresso, o que serviu de pretexto para a Marinha de Guerra rebelar-se exigindo e conseguindo sua renúncia , o que ocorreu em 23 de novembro de 1891. Deodoro doente retirou-se, sendo substituído pelo vice-presidente Mal. Floriano Peixoto.
     Em fevereiro de 1893 estoura no Rio Grande do Sul a revolução federalista, quando maragatos insurgem-se contra o governo de Júlio de Castilhos, conduzindo o estado a uma dolosa guerra civil. Neste mesmo ano em setembro, ocorre o segundo levante da Armada, novamente liderado pelo Al. Custódio de Melo, seguida pela adesão do Al. Saldanha da Gama, que chega a bombardear o Rio de Janeiro, Floriano Peixoto mobiliza a população para a defesa da capital e Custodio de Melo resolve abandonar a baía da Guanabara para juntar-se aos maragatos que haviam ocupado Desterro (em Santa Catarina). A guerra no sul militarmente se encerra com a morte de Gumercindo Saraiva o guerrilheiro maragato em 1894, e com derrota da incursão do Al. Saldanha da Gama na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai em 1895. A guerra tinha produzido mais de 12 mil mortos em uma parte deles havia sido vítima de degolas de parte a parte. Coube ao novo presidente, Prudente de Morais, alcançar a pacificação que é assinada em Pelotas em agosto de 1895.
     Foi nesse pano de fundo turbulento, marcado por transformações repentinas e radicais, pela abolição da escravidão, pelo golpe republicano, pelo fechamento do Congresso, pelo estado de sítio, por dois levantes da Armada e por uma cruel Guerra Civil, que a população urbana ouviu com espanto a notícia, em novembro de 1896, de que uma expedição de 100 soldados havia sido derrotada pelos jagunços do interior da Bahia. Começava então a Guerra de Canudos.
A Guerra de Canudos (1896-1897)
     Provavelmente se o quadro político brasileiro dos primeiros anos de República não fosse tão conturbado talvez os episódios de Canudos tivessem outro desenlace. Mas a notícia de que tropas regulares haviam sido desbaratadas pêlos fiéis do Conselheiro fez com que as autoridades e a própria população dos grandes centros urbanos, particularmente do Rio de Janeiro, visse naquilo a mão ardilosa dos monarquistas.
     Se por um lado era evidente que o Conselheiro pregava contra a república, estimulando a que não se lhe pagassem tributos e até espantasse os funcionários que representavam a justiça e o casamento civil, não pode-se negar seu conteúdo religioso. Canudos assemelha-se às incontáveis rebeliões religiosas, lideradas por fanáticos, chamados de profetas, que se dizem enviados ou mensageiros dos céus. Reúnem ao seu redor um bando de crentes aos quais é assegurada não só a salvação como muitas vezes a imortalidade.
     Repudiam o mundo ao seu redor, denunciado como corrupto e de estar a serviço das forças demoníacas. Só os justos se salvarão. Só aqueles que se dedicam inteiramente as rezas e a comunidade dos crentes serão os eleitos. Seu comportamento erradio e agressivo para com os outros e seu fanatismo militante faz com que se indisponham com o resto da sociedade. Os atritos daí decorrentes, fazem com que a polícia ou a milícia termine por se envolver com eles. As tentativas de apaziguamento fracassam. Eles resistem a qualquer de dispersar. Ao contrário, a presença das autoridades faz com que se aglutinem com maior fervor em torno do profeta. Armam-se. O profeta lhes assegura que caso morram na defesa da Nova Jerusalém, Jesus lhes garantirá a vida por mais mil anos ainda.

Antônio Conselheiro e Nova Jerusalém

     Antônio Conselheiro já era uma figura bastante conhecida nos sertões nordestinos desde a década de 1870. Era caixeiro de loja e graças a uma infelicidade pessoal - foi abandonado pela mulher - partiu para uma vida de eremita, cruzando o sertão de cima a baixo. Por onde andava procurava consertar os cemitérios e melhorar as igrejas. A fama das suas prédicas começou a se espalhar e gente miserável começou a segui-lo. Sua aparência assemelhava-se aos profetas bíblicos, com uma vasta cabeleira que lhe caia pelos ombros e vestido com um brim comprido que lhe chegava aos pés e um cajado nas mãos.      Parecia um personagem saído diretamente das Velhas Escrituras.
     Hostilizado pela maioria dos padres do interior que não lhe suportavam a concorrência e a crescente popularidade, o Conselheiro resolveu, em 1893, isolar-se em Canudos, um lugarejo paupérrimo, nas margens do rio Vasa-barris, no sertão baiano. Rebatizou-a de Monte Santo. Em pouco tempo um fluxo constante de romeiros para lá se dirigiu. O Conselheiro rejeitava a república. Considerava-a coisa satânica por ter instituído o casamento civil. Como a Igreja Católica acomodou-se com a nova ordem, coube a ele liderar a rebeldia. Tratava-se de constituir um outra sociedade, onde os princípios dogmáticos da religião seriam estritamente obedecidos. Não se bebia em Canudos, e o maior delito era não comparecer as rezas coletivas. Também serviu de abrigo a marginais e bandidos que lá procuravam refúgio e de onde saíam para novos barbarismos.
     Em pouco tempo o Conselheiro formou uma espécie de pequeno estado dentro do estado. As autoridades fizeram então uma frente. Coronéis assustados com a fuga de mão de obra e com os surgimento de uma outra liderança aproximaram-se da igreja que via nele um herético. Um desentendimento com um lugarejo vizinho foi o pretexto que as autoridades aguardavam para mandar intervir militarmente. No início de novembro de 1896 uma força de 100 praças, sob o comando do Ten. Manuel Ferreira, foi enviada para Juazeiro e depois para Uauá onde é destroçada pelo ataque dos jagunços em 21 de novembro.
     Foram necessárias mais três expedições militares, a última com quase 5 mil homens e artilharia para submeter a "Tróia de taipa". A população lutou até o fim. Umas 300 mulheres, velhos e crianças se renderam. Os homens sobreviventes foram degolados e os que resistiram até o fim foram baionetados numa luta corpo-a-corpo que se travou dentro do arraial, no dia do assalto final, em 5 de outubro de 1897. Antônio Conselheiro, morto em 22 de setembro, teve seu corpo exumado e sua cabeça decepada para estudos frenológicos. O Gen. Artur Oscar determinou que os 5.200 casebres fossem pulverizados a dinamite. E assim, onze meses depois do entrevero de Uauá, terminou Canudos.

As quatro campanhas contra Canudos
Campanhas Acontecimentos

1ª Campanha: 4 a 21 de novembro de 1896 Governador da Bahia ordena expedição para defesa de Juazeiro ameaçada pelos jagunços de Antônio Conselheiro. Expedição com 100 praças comandada pelo ten. Manuel Ferreira. Segue até Uauá onde é derrotada na madrugada pelos jagunços no dia 21 de outubro. O médico enlouquece. Retirada para Juazeiro.
2ª Campanha: 25 de outubro de 1896 a 20 de janeiro de 1897 Comandada pelo Major Frebônio de Brito, com 543 praças e 14 oficiais e 3 médicos. Travessia do Cambaio, primeiro e segundo combate. Mais de 400 jagunços mortos. Retirada em frente a Canudos, para Monte Santo. Militares vaiados. Debandada geral.
3ª Campanha: 8 de fevereiro a 3 de março de 1897 Expedição Moreira César. Chega a Queimadas com 1.300 homens. Chega a Monte Santo e dali para Canudos. Assalto ao arraial em 2 de março. Morte de Moreira César. Expedição dissolvida bate em retirada.
4ª Campanha: 16 de junho a 5 de outubro de 1897 Expedição comandada pelo Ge. Artur Oscar, dividida em duas colunas (gen. João Barbosa e Amaral Savaget), uma com 1.933 homens e a outra com 2.350. Combate de Cocorobó. Duas colunas chegam a Canudos. Assalto ao arraial: 947 baixas. Chegam reforços de 2 brigadas da Bahia. Bombardeio sobre Canudos. Combate de Coxomongo. Morre Antônio Conselheiro no dia 22. No dia 24 de setembro Canudos encontra-se sitiada. Assalto final em 1º de outubro: 567 baixas. 300 prisioneiros (mulheres, velhos e crianças), dia 5 morrem os 4 últimos resistentes. As 5.200 casas são dinamitadas.
"Os Sertões"
     Nenhum outro episódio da história nacional até então ocorrido (Inconfidência mineira, independência, Revolta dos Cabanos, a Sabinada, a Praieira, a Revolução Farroupilha, etc...) gerou um relato literário e épico da dimensão de "Os Sertões" de Euclides da Cunha, publicado em 1902. Euclides havia sido enviado em setembro de 1897 para cobrir pelo jornal "O Estado de São Paulo" os acontecimentos de Canudos. Lá chegando resolveu torná-lo tema de um livro. Sua idéia era inserir aquele conflito nos fins de mundo do Brasil no cenário dos grandes enfrentamentos históricos. Numa luta titânica de raças, num combate entre o progresso e o atraso. Percebeu o conflito primeiramente como uma Vendéia ("a nossa Vendéia"), aquela rebelião reacionária - de padres, nobres e camponeses católicos - que eclodiu na Bretanha em 1793, contra o governo republicano-jacobino durante a Revolução Francesa.
     Mas viu também a oportunidade de estudar e conhecer o Brasil. Concentrou sua atenção em revelar o conflito entre o litoral brasileiro, urbano, pré-industrial, semi-capitalista, europeizado, predominantemente branco e racionalista, contra o sertão mestiço, povoado por uma sub-raça miserável e sujeita - devido as inclemências do clima - às influências do fanatismo religioso, vivendo num universo místico e enfeitiçado por superstições atávicas, crentes em milagres e em espantosos taumaturgos, Euclides achava que a campanha contra Canudos simbolizava de certa forma a tentativa de civilizar o sertão ainda que fosse "a pranchaços".
     Na primeira parte do livro - a Terra - ele procura descrever o cenário geográfico em que surge o sertanejo. Faz uma erudita exposição dos elementos geo-climáticos que compõe o sertão. Profundamente influenciado pelo historiador positivista Hippolyte Taine (1828-1893), que propunha uma abordagem do comportamento humano condicionado pela raça, pelo meio e pelas circunstâncias (la race, le milieu et le moment), Euclides acredita - na sua segunda parte, dedicada ao Homem - que a intensa miscigenação é a principal responsável pelo atraso e pelo fanatismo do sertanejo, na medida em que termina por produzir uma sub-raça. Mas mesmo assim ele não poupa louvores a bravura da gente do sertão em conseguir sobreviver numa região tão inóspita, flagelada pela fome e pela seca - "o sertanejo antes de tudo é um forte!"
     Na terceira parte - a Luta - dedicada ao combate entre as forças regulares do exército e as hordas dos jagunços é que brota a espantosa prosa épica de Euclides. O relato dos enfrentamentos, dos entreveros, os sítios, o combate corpo-a-corpo, a valentia e a covardia, os sofrimentos e a incrível narrativa final da destruição de Canudos, tornam-se páginas dignas de figurar entre a melhor literatura do mundo, no mesmo nível de Homero ou do "Guerra e paz" de Tolstoi.

Características gerais

     Em primeiro lugar "Os Sertões" é uma obra de arte literária. Apesar dos esforços de Euclides em se tornar o primeiro pensador do país, seu livro perdura nos tempos por ser geográfico e racial, hoje estão desacreditados. Restou portanto a qualidade narrativa e o estilo ímpar dele. É uma obra fechada. Euclides não fez uma escola como Machado de Assis. Sua prosa foi esculpida exatamente para escrever aquele tipo de livro e nenhum outro mais. Também os críticos debatem sobre que tipo de livro e nenhum outro mais. Também os críticos debatem sobre que tipo de gênero literário classifica-se "Os Sertões". Pode ser lido como uma grande crônica, um diário de guerra, um tratado histórico, um ensaio antropológico-sociológico, uma peça literária e até como um discurso forense. Nele encontramos todos os elementos literários - a lírica, a epopeia e a dramática - onde palavras desusadas e arcaicas encontram-se misturadas com o linguajar popular e com expressões cientificas.
     Ele tentou olhar o sertão e seus habitantes com as lunetas de um cientista mas recorreu a um estilo dramático para exprimir sua emoção. Euclides é o nosso Homero. Realizou o grande épico nacional. Mas não é popular como Homero o foi. E a razão é de que ele não dirigiu-se ao povo, mas sim as elites. Seu livro aos poucos vai tomando a forma de uma denúncia. Do absurdo da guerra ("Além disso a guerra é uma coisa monstruosa e ilógica em tudo") em si até indignar-se com os barbarismos cometidos pelas tropas contra aqueles pobres-diabos ("Ademais entalhava-se o cerne da nacionalidade. Atacava-se a fundo a rocha viva da nossa raça. Vinha de molde a dinamite. Era uma consagração").
     Seu objetivo era apelar às elites brasileiras para que tivessem uma compreensão melhor dos sertanejos. Ao descrever seu espaço e seus costumes,. ao relatar suas dificuldades e seu infeliz destino biológico, ele espera atenuar o preconceito contra os bárbaros interioranos, isolados do mundo a trezentos anos. Da mesma maneira que Cesare Lombroso (1836-1909) encontrara nos traços fisionômicos dos marginais os sinais de delinquência e de degenerescência moral, Euclides, ao descrever o sertanejo como resultado da seca, do solo áspero e esturrado, da fome endêmica e da excessiva miscigenação, queria demonstrar que o resultado final não poderia ser outro.
     Conforme o livro vai se aproximando do final, cresce nele a sensação de que a guerra contra os jagunços foi um grande equivoco, que afinal de contas era uma guerra fratricida e que de certa forma o litoral - civilizado e racional - apunhalava a própria essência do país ao destruir com o arraial e seus moradores.
     A obra no entanto não teve conseqüências políticas. Foi vista mais como uma obra-prima do que um manifesto a favor da tolerância para com os desgraçados do campo.

Superposição dos conflitos que levaram à Guerra de Canudos

Político República x Monarquia
Perspectiva Cultural Progresso e Civilização x Atraso e barbárie
Racial Raça branca dominante x Mestiçagem (sub-raça)
Filosófico Razão e ciência x Misticismo e fanatismo religioso
Sócio-econômico Urbano e pré-industrial x Agrário-feudal
Geográfico Litoral x Sertão

O Messianismo

     O movimento sertanejo ao redor de Antônio Conselheiro em Canudos teve uma forte conotação messiânica. Esse tipo de fenômeno sócio-religioso ocorre geralmente em situações de grave crise política (ameaça de invasões, brusca mudança de regime, etc..) e reflete um desespero e um temor crescente e insuportável, uma crença nas proximidades do Juízo Final e na necessidade da chegada de    um salvador (messias) para resgatar a comunidade em perigo de morte.
"     O messias é alguém enviado por uma divindade para trazer a vitória do Bem sobre o Mal, ou para corrigir a imperfeição do mundo, permitindo o advento do Paraíso Terrestre, tratando-se pois de um líder religioso e social" (Maria Isaura, p. 27). Obviamente que esse líder não é uma pessoa qualquer, mas sim alguém que revelou ter "qualidades pessoais extraordinárias, provadas por meio de faculdades mágicas que lhe dão autoridade; trata-se pois de um líder essencialmente carismático" (idem, p. 27).
     O referencial mais remoto que anuncia a chegada desse salvador encontra-se numa passagem de Isaias: "O povo que andava nas trevas viu uma grande luz, e uma luz brilhou para os que habitavam o país tenebroso. Multiplicaste o povo, aumentaste o teu prazer. Vão alegrar-se diante de ti, como na alegria da colheita, como no prazer dos que repartem despojos de guerra. Porque como no dia de Madjiã, quebraste a canga de suas cargas, a vara que batiam em suas costas e o bastão do capataz de trabalhos forçados. Porque toda a bota que pisa com barulho e toda capa empapada de sangue serão queimadas, devoradas pelas chamas.
     Porque nasceu para nós um menino, um filho foi dado: sobre seu ombro está o manto real, e eles se chamam "Conselheiro Maravilhoso" ... Grande será seu domínio, e a paz não terá fim sobre o trono de Davi e seu reino, firmado e reforçado com direito e a justiça, desde agora e sempre. O zelo de Javé dos exércitos é quem realizará isso". (Isaías, 9).
     A isso juntam-se as passagens do Apocalipse que relatam o retorno de Jesus como um vingador do povo humilhado, como um guerreiro que vem formar um novo exército de santos e que garantirá a todos que atenderem a sua mensagem de salvação a imortalidade por mil anos: " ...parecia um filho de Homem, vestindo uma longa túnica; no peito, um cinto de ouro; nos cabelos brancos como lã, como neve; os olhos pareciam uma chama de fogo; os pés eram como bronze de forno, cor de brasa; a voz era como um estrondo de águas torrenciais; na mão tinha sete estrelas; de sua boca saía uma espada afiada, de dois cortes; seu rosto era como um sol brilhando ao meio-dia.
     Não tenha medo eu sou o Primeiro e o Último. Sou o Vivente. Estive morto, mas estou vivo para sempre. Tenho as chaves da morte e da morada dos mortos". (Apocalipse, 1).
     Formado o grupo de fiéis em torno do novo messias eles passam a sentir-se perseguidos pelas autoridades a quem consideram como o Anticristo ou de estar a serviço do próprio demônio. Refugiam-se em algum lugar - a Nova Jerusalém - e preparam-se para resistir ao Mal. Ali se dará a batalha final. Não se importam em morrer porque o messias lhes garante vida eterna caso sejam atingidos. Viverão ao lado do senhor por outros mil anos: "Esse louco - o Anticristo - na sua cólera implacável conduzirá um exército e cercará a montanha onde os justos procurarão refúgio. E quando esses se sentirem cercados, clamarão pelo Senhor por auxílio e Deus há de ouvi-los e enviar-lhes-á um libertador (...) e toda uma multidão de ateus será aniquilada e correrão rios de sangue." (Lactâncio, século IV).

O Sebastianismo

     O Sebastianismo foi um movimento místico-secular que ocorreu em Portugal na segunda metade do século XVI como conseqüência da morte do rei D. Sebastião na batalha de Alcacer Quibir, em 1578. Por falta de herdeiros, o trono português terminou nas mãos do rei espanhol Felipe II. Apesar do corpo do rei ter sido removido para Belém o povo nunca aceitou o fato divulgando a lenda de que o rei encontrava-se ainda vivo, apenas esperando o momento certo para volver ao trono e afastar o domínio estrangeiro. Seu mais popular divulgador foi o poeta Bandarra que produziu incansáveis versos clamando pelo retorno do Desejado. Explorando a crendice popular vários oportunistas se apresentavam como o rei oculto na tentativa de obter benefícios pessoais. O maior intelectual a aderir ao movimento foi o Padre Vieira. Finalmente em 1640, pelo golpe restauracionista liderado pelos Bragança, no Porto, Portugal voltou a ser independente e o movimento começou a arrefecer no interior do Nordeste, também ser motivo da crença na chegada de um "rei bom". Basicamente é um messianismo adaptado às condições lusas e depois nordestinas. Traduz uma inconformidade com a situação política vigente e uma expectativa de salvação, ainda que miraculosa, através da ressurreição de um morto ilustre.

O Conselheiro

(trechos selecionados da obra de Euclides da Cunha)
     "As fases singulares da sua existência não são talvez, períodos sucessivos de uma moléstia grave, mas são com certeza, resumo abreviado dos aspectos predominantes de mal social gravíssimo. Por isso o infeliz, destinado à solicitude dos médicos, veio, impelido por uma potência superior, bater de encontro a uma civilização, indo para a História como poderia ter ido para o hospício." (p. 111).
(...) "Todas as crenças ingênuas, do fetichismo bárbaro às aberrações católicas, todas as tendências impulsivas das raças inferiores, livremente exercitadas na vida sertaneja, se condensaram no seu misticismo feroz e extravagante." (p. 111),

"Antônio Conselheiro foi um gnóstico bronco" (p. 113).

     "A sua frágil consciência oscilava ... entre o bom senso e a insônia. Paroi aí indefinidamente, nas fronteiras oscilantes da loucura, nessa zona mental onde se confundem facínoras e heróis, reformadores brilhantes e aleijões tacanhos e se acotovelam gênios e degenerados. Não a transpôs." (p. 114).
     "No seio de uma sociedade primitiva, que pelas qualidades étnicas e influxo das santas missões malévolas compreendia melhor a vida pelo incompreendido dos milagres, o seu viver misterioso rodeou-     o logo de não vulgar prestígio, agravando-lhe, talvez o temperamento delirante." (p. 121).

As prédicas do Conselheiro

     "Ele ali subia e pregava. Era assombroso ... Uma oratória bárbara e arrepiadora, feita de excertos truncados das Horas Marianas, desconexa, obstrusa, agravada, às vezes, pela ousadia extrema das citações latinas; transcorrendo em frase sacudidas; misto inextricável e confuso de conselhos dogmáticos, preceitos vulgares da moral cristã e de profecias esdrúxulas ...
Era truanesco e era pavoroso.
Imagine-se um bufão arrebatado numa visão do Apocalipse ...
     (...) A multidão sucumbida abaixava, por sua vez, as vistas, fascinada, sob estranho hipnotismo daquela insânia formidável.
E o grande desventurado realizava, nesta ocasião, o seu único milagre: conseguia não se tornar ridículo ... (p. 126)

Antônio Conselheiro

"Espécie de grande homem pelo avesso, Antônio Conselheiro reunia no misticismo doentio todos os erros e superstições que formam o coeficiente doentio da nossa nacionalidade. Arrastava o povo sertanejo não porque dominasse, mas porque o dominavam as aberrações daquele. Favorecia-o o meio e ele realizava, às vezes, como vimos, o absurdo de ser útil" (p. 132).

Anti-republicano

"Viu a república com maus olhos e pregou, coerente, a rebeldia contra as novas leis. Assumiu desde 1893 uma feição de combate inteiramente nova (...) Ao surgir essa novidade (editais para a cobrança de impostos que visavam a autonomia municipal) Antônio Conselheiro estava em Bom Conselho. Irritou-o a imposição; e planeou revide imediato. Reuniu o povo num dia de feira e, entre gritos sediciosos e estrepitar de foguetes, mandou queimar as tábuas numa fogueira, no largo ... pregou abertamente a insurreição contra as leis." (p. 133).

Canudos

"Era um lugar sagrado, cingido de montanhas, onde não penetraria a ação do governo maldito" (p. 35).
"A urbes monstruosa, de barro, definia bem a cívicas sinistra do erro. O novo povoado surgia, dentro de algumas semanas já feito ruínas. Nascia velho. Visto de longe, desdobrado pelo cômoros, atulhando as canhadas, cobrindo área enorme, truncado nas quebradas, revolto nos pendores - tinha o aspecto perfeito de uma cidade cujo solo houvesse sido sacudido e brutalmente dobrado por um terremoto" (p. 136).
"Não se distinguiam as ruas. Substituía-as dédalo desesperador de becos estreitíssimos, mal separando o baralhamento caótico dos casebres feitos ao acaso, testadas volvidas para todos os pontos, cumeeiras orientando-se para todos os rumos, como se tudo aquilo fosse construído, febrilmente, numa noite, por uma multidão de loucos ..." (p. 138).
"[os casebres] Cobertas de camadas espessas de vinte centímetros de barro, sobre ramos de iço, lembravam as choupanas dos gauleses de César. Traiam a fase transitória entre a caverna primitiva e a casa. (...). O mesmo desconforto e, sobretudo, a mesma pobreza repugnante, traduzindo de certo modo, mais do que a miséria do homem, a decrepitude da raça." (p. 138).
"Canudos, imunda ante-sala do Paraíso" (p. 147)

O jagunço

"Na falta de uma irmandade de sangue, a consangüinidade moral dera-lhe a forma exata de um clã , em que as leis era o arbítrio do chefe e a justiça as suas decisões irrevogáveis. Canudos estereotipava o fácies dúbio dos primeiros agrupamentos bárbaros. O sertanejo simples transmudava-se penetrando-o, no fanático destemeroso e bruto. Absorvia-o a psicose coletiva. E adotava, ao cabo, o nome até então consagrado aos turbulentos de feira, aos valentões de refregas eleitorais e saqueadores de cidades - jagunços." (p. 141).
"Os jagunços errantes ali armavam (em Canudos) pela derradeira vez as tendas, na romaria miraculosa para os céus ..." (p. 142).
"A nossa civilização de empréstimo arregimentava, como sempre o fez, o banditismo sertanejo." (p. 145).
"Delineara-a o próprio Conselheiro, velho arquiteto de igrejas, requintara no monumento que lhe cerraria a carreira. Levantava, volvida para o levante, aquela fachada estupenda, sem módulos, sem proporções, sem regras; estilo indecifrável, mascarada de frisos grosseiros e volutas impossíveis cabriolando num delírio de curvas incorretas; rasgada de ogivas horrorosas, esburacada de troneiras; informe e brutal, feito a testada de um hipogue desenterrado; como se tentasse objetivar, a pedra e cal, a própria desordem do espírito delirante". (p. 147).
O Coronel Moreira César (comandante da 3ª expedição)
"Surpreendiam-se igualmente ao vê-lo admiradores e adversários. O aspecto reduzia-lhe a fama, de figura diminuta - um tórax desfriado sobre pernas arcadas em parêntesis - era organicamente inapto para a carreira que abraçara" (p. 222).
(...) Tinha o temperamento desigual e bizarro de um epiléptico provado, encobrindo a instabilidade nervosa de doente grava em placidez enganadora." (p. 223).
(*) Todos esses trechos foram extraídos da 27ª edição de "Os Sertões" da Livraria Francisco Alves, Rio de Janeiro, 1968.

          Durante esse episódio o Brasil era uma República e teve como Presidente - Prudente de Moraes e seu Vice-Presidente  - Manoel Vitorino Pereira, e o Estado da Bahia era Governado pelo Governador - Luiz Viana


3º presidente da República Federativa do Brasil


Em 15 de novembro de 1889, veio a Proclamação da República, tendo à frente o Marechal alagoano Deodoro da Fonseca. Desde então, o país adotou o Regime Democrático, com eleições livres, salvo em períodos ditatoriais de Getúlio Vargas e da Revolução de 1964. 
Prudente de Morais:
Nome completo: Prudente José de Morais e Barros
Data de Nascimento: 4 de outubro de 1841
Local de Nascimento: Itu (SP)
Data da Morte: 3 de dezembro de 1902
Local da Morte: Piracicaba (SP)
Primeira-dama: Adelaide Benvinda Silva Gordo
Partido: Político: PRP
Profissão: Advogado

Mandato de Prudente de Morais:
Início do mandato: 15 de novembro de 1894
Fim do mandato: 15 de novembro de 1898
Tempo de Mandato: 4 anos
Precedido por: Floriano Peixoto
Sucedido por: Campos Sales
Votos recebidos: 276.583 (duzentos e setenta e seis mil quinhentos e oitenta e três)
Idade ao assumir: 53 anos
Tipo de eleição: Direta
Posse: em 15 de novembro de 1894, em sessão solene do Congresso Nacional, presidida pelo Senhor Ubaldino do Amaral Fontoura.
Afastamento: em 10.11.1896 a 03.03.1897, por motivo de doença, período em que assumiu o Vice-Presidente.

Vice-Presidente

Manuel Vitorino Pereira
Manuel Vitorino
Presidente do Brasil Brasil
Mandato
10 de novembro de 1896 até
4 de março de 1897
         Manuel Vitorino era filho do português Vitorino José Pereira e de Carolina Maria Franco Pereira. O pai era marceneiro e Manuel teve uma infância muito pobre. Foi médico e escritor na imprensa baiana. Foi presidente do estado da Bahia e também senador federal. Foi presidente interino do Brasil entre 1896-1897saúde. Foi então o único baiano a assumir a presidência da república do Brasil. Prudente de Morais afastou-se por motivos de saúde.

           Votos recebidos do vice-presidente: 249.638 (duzentos e quarenta e nove mil seiscentos e trinta e oito)
Posse do vice-presidente: em 15.11.1894, em sessão solene do Congresso Nacional, presidida pelo Senhor Ubaldino do Amaral Fontoura
           Observação: Exerceu a Presidência por enfermidade do titular no período de 10.11.1896 a 03.03.1897.

Era o Gov. do Est. da Bahia: Governador LUÍS VIANNA


Conselheiro Luís Viana

Luís Viana, nascido Luis Vianna (Casa Nova , 30 de novembro de 1846Oceano Atlântico, 6 de julho de 1920) foi um político e magistrado brasileiro.


Biografia


Filho de José Manuel Viana e Inês Ribeiro Viana, diplomou-se em direito pela Faculdade de Direito do Recife no ano de 1870. Foi nomeado promotor de Justiça em Xique-Xique, no interior baiano.

Em 1881 foi transferido para Santa Cristina do Pinhal, depois para Viamão, no Rio Grande do Sul, mas logo volta à Bahia, ocupando agora a função de juiz, em Mata de São João e depois na capital, onde chega a Conselheiro (atual Desembargador) do Tribunal de Apelação, do qual foi Presidente.

Na política participou da constituinte estadual republicana, como Senador Provincial, presidindo a casa. Foi eleito governador, e depois afastou-se da vida pública, à qual retorna em 1911, elegendo-se Senador da República, em 1911.

Constitui-se um caso raro de um indivíduo que exerceu, por mérito próprio, os três poderes, em graus variados: Judiciário, Legislativo e Executivo.

Foi pai do também governador da Bahia, Luís Viana Filho. Morreu a bordo do navio "Limburgia", em viagem à Europa.

Governo da Bahia

Luís Viana herdou do seu antecessor a administração daquele que hoje é considerado um grande acontecimento que o Estado já presenciou em nossa História: a Guerra de Canudos, onde, a partir deste desastroso episódio fratricida, grandes lições foram colhidas, principalmente a necessidade da integração do interior do nosso País e da reformulação da doutrima militar terrestre.

Entretanto, as forças estaduais - assim como as primeiras federais enviadas para combater Antônio Conselheiro - foram fragorosamente derrotadas. Por conta deste insucesso, a imprensa local chegou a acusar o governador de monarquista - o que agravava inda mais a necessidade de resposta dos poderes públicos, ao suposto levante civil sertanejo.

Procurou reunir um secretariado composto dos maiores expoentes do Estado, dentre os quais Sátiro Dias, Guilherme Moniz e Augusto Brandão.

Durante uma breve ausência, em viagem à capital do país, foi substituído pelo Presidente do Senado Estadual, José Aquino Tanajura.

Era integrante do Partido Republicano Federalista da Bahia.

          Assumiu o governo no dia 28 de maio de 1896, tendo governado até 28 de maio de 1900. Durante o seu governo grandes problemas sociais eclodem pelo interior da Bahia, pontificando a Guerra de Canudos e a figura lendária de Antonio Conselheiro. A época, Conselheiro era acusado de contestar a República. Por isso era constantemente assediado por tropas estaduais e federais até o seu total aniquilamento, um extermínio desnecessário de vidas, pois as evidências indicam Antônio Conselheiro como um contestador sócio-religioso, Luis Vianna nasceu em Casa Nova, a 30 de outubro de 1846 e faleceu à bordo do navio Limburgia, que seguia para a Europa. Foi Promotor em Xique-Xique, Juiz de Direito em Mata de São João, Juiz de Órfãos em Salvador, Presidente do Senado e Presidente do Tribunal de Justiça. Foi também Senador Federai em 1911.

          A região, historicamente caracterizada por latifúndios improdutivos, secas cíclicas e desemprego crônico, passava por uma grave crise econômica e social. Milhares de sertanejos e ex-escravos partiram para Canudos, cidadela liderada pelo peregrinoAntônio Conselheiro, unidos na crença numa salvação milagrosa que pouparia os humildes habitantes do sertão dos flagelos do clima e da exclusão econômica e social.

          Os grandes fazendeiros da região, unindo-se à Igreja, iniciaram um forte grupo de pressão junto à República recém-instaurada, pedindo que fossem tomadas providências contra Antônio Conselheiro e seus seguidores. Criaram-se rumores de que Canudos se armava para atacar cidades vizinhas e partir em direção à capital para depor o governo republicano, reinstalando a Monarquia. Apesar de não haver nenhuma prova para estes rumores, o Exército foi mandado para Canudos.[2] Três expedições militares contra Canudos saíram derrotadas, o que apavorou a opinião pública, que acabou exigindo a destruição do arraial, dando legitimidade ao massacre de até vinte mil sertanejos. Além disso, estima-se que cinco mil militares tenham morrido. A guerra terminou com a destruição total de Canudos, a degola de muitos prisioneiros de guerra, e o incêndio de todas as casas do arraial.
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Antônio Vicente Mendes Maciel, apelidado de "Antônio Conselheiro", nascido em Quixeramobim (CE) a 13 de marçode 1830, de tradicional família que vivia nos sertões entre Quixeramobim e Boa Viagem, fora comerciante, professor e advogado prático nos sertões de Ipu e Sobral. Após a sua esposa tê-lo abandonado em favor de um sargento da força pública, passou a vagar pelos sertões em uma andança de vinte e cinco anos. Chegou a Canudos em 1893, tornando-se líder do arraial e atraindo milhares de pessoas. Acreditava que a República, recém-implantada no país, era a materialização do reino do Anti-Cristo na Terra, uma vez que o governo eleito seria uma profanação da autoridade da Igreja Católica para legitimar os governantes. A cobrança de impostos efetuada de forma violenta, a celebração do casamento civil e a separação entre Igreja e Estado eram provas cabais da proximidade do "fim do mundo".

          "Apareceu no sertão do Norte um indivíduo, que se diz chamar Antônio Conselheiro e que exerce grande influência no espírito das classes populares. Deixou crescer a barba e os cabelos, veste uma túnica de algodão e alimenta-se tenuemente, sendo quase uma múmia. Acompanhado de duas professas, vive a rezar terços e ladainhas e a pregar e dar conselhos às multidões, que reúne onde lhes permitem os párocos."
— Descrição da Folhinha Laemmert, de 1877, reproduzida por Euclides da Cunha em Os sertões, 1902.



Caricatura na Revista Ilustrada, retratando Antônio Conselheiro, com um séquito de bufões armados com antigosbacamartes, tentando "barrar" a República.

Arraial de Canudos - 25 000 habitantes aproximadamente

          Canudos era uma pequena aldeia que surgiu durante o século XVIII nos arredores da Fazenda Canudos, às margens do rio Vaza-Barris. Com a chegada de Antônio Conselheiro em 1893 passou a crescer vertiginosamente, em poucos anos chegando a contar por volta de 25 000 habitantes. Antônio Conselheiro rebatizou o local de Belo Monte, apesar de estar situado num vale, entre colinas.

          A imprensa, o clero e os latifundiários da região incomodaram-se com a nova cidade independente e com a constante migração de pessoas e valores para aquele novo local. Aos poucos, construiu-se uma imagem de Antônio Conselheiro como "perigoso monarquista" a serviço de potências estrangeiras, querendo restaurar no país o regime imperial. Difundida através da imprensa, esta imagem manipulada ganhou o apoio da opinião pública do país para justificar a guerra movida contra os habitantes do arraial de Canudos.[2]

Situação social


          O governo da República recém-instaurada precisava de dinheiro para materializar seus planos, e só se fazia presente no Sertão pela cobrança de impostos. A escravidão havia acabado poucos anos antes no país, e pelas estradas e sertões, grupos de ex-escravos vagavam, excluídos do acesso à terra e com reduzidas oportunidades de trabalho. Assim como os caboclos sertanejos, essa gente paupérrima agrupou-se em torno do discurso do peregrino Antônio Conselheiro, acreditando que ele poderia libertá-los da situação de extrema pobreza ou garantir-lhes a salvação eterna na outra vida.[3]

Cronologia do conflito

Canudos em 1897. Fotografia de Flávio de Barros, fotógrafo do Exército.
O estopim e a primeira expedição

          Outubro de 1896 – Ocorre o episódio que desencadeia a Guerra de Canudos. Antônio Conselheiro havia encomendado uma remessa de madeira, vinda de Juazeiro, para a construção da igreja nova, mas a madeira não foi entregue, apesar de ter sido paga. Surgem então rumores de que os conselheiristas viriam buscar a madeira à força, o que leva as autoridades de Juazeiro a enviar um pedido de assistência ao governo estadual baiano, que manda um destacamento policial de cem praças, sob comando do Tenente Manuel da Silva Pires Ferreira. Após vários dias de espera em Juazeiro, vendo que o rumor era falso, o destacamento policial decide partir em direção de Canudos, em 24 de novembro. Mas a tropa é surpreendida durante a madrugada em Uauá pelos seguidores de Antônio Conselheiro, que estavam sob o comando de Pajeú e João Abade. Após uma luta corpo-a-corpo são contados mais de cento e cinquenta cadáveres de conselheiristas. Do lado do exército morreram oito militares e dois guias. Estas perdas, embora consideradas "insignificantes quanto ao número" nas palavras do comandante, ocasionaram o retiro das tropas.

A segunda expedição

          Janeiro de 1897 - Enquanto aguardavam uma nova investida do governo, os jagunços fortificavam os acessos ao arraial. Comandada pelo major Febrônio de Brito, depois de atravessar a serra do Cambaio, uma segunda expedição militar contra Canudos foi atacada no dia 18 e repelida com pesadas baixas pelos conselheiristas, que se abasteciam com as armas abandonadas ou tomadas à tropa. Os sertanejos mostravam grande coragem e habilidade militar, enquanto Antônio Conselheiro ocupava-se da esfera civil e religiosa.

Pintura retratando Canudos antes da guerra.

A terceira expedição



          Março de 1897 - Na capital do país, diante das perdas e a pressão de políticosflorianistas que viam em Canudos um perigoso foco monarquista, o governo federal assumiu a repressão, preparando a primeira expedição regular, cujo comando confiou ao coronel Antônio Moreira César, considerado pelos militares um herói do exército brasileiro, e popularmente conhecido como "corta-cabeças" por ter mandado executar mais de cem pessoas a sangue frio na repressão à Revolução Federalista em Santa Catarina. A notícia da chegada de tropas militares à região atraiu para lá grande número de pessoas, que partiam de várias áreas do Nordeste e iam em defesa do "homem Santo". Em 2 de março, depois de ter sofrido pesadas baixas, causadas pela guerra de guerrilhas na travessia das serras, a força, que inicialmente se compunha de 1.300 homens, assaltou o arraial. Moreira César foi morto em combate, tendo o comando sido passado para o coronel Pedro Nunes Batista Ferreira Tamarindo, que também tombou no mesmo dia. Abalada, a expedição foi obrigada a retroceder. Entre os chefes militares sertanejos destacaram-se Pajeú, Pedrão, que depois comandou os conselheiristas na travessia de Cocorobó, Joaquim Macambira e João Abade, braço direito de Antônio Conselheiro, que comandou os jagunços em Uauá.

A quarta expedição


          Abril de 1897 - No Rio de Janeiro, a repercussão da derrota foi enorme, principalmente porque se atribuía ao Conselheiro a intenção de restaurar a monarquia. Jornais monarquistas foram empastelados e Gentil José de Castro, gerente de dois deles, assassinado. Em abril de 1897, o ministro da Guerra, marechal Carlos Machado Bittencourt preparou uma expedição, sob o comando do general Artur Oscar de Andrade Guimarães, composta de duas colunas, comandadas pelos generais João da Silva Barbosa e Cláudio do Amaral Savaget, ambas com mais de quatro mil soldados equipados com as mais modernas armas da época.
Junho de 1897 - O primeiro combate verificou-se em Cocorobó, em 25 de junho, com a coluna Savaget. No dia 27, depois de sofrerem perdas consideráveis, os atacantes chegaram a Canudos. Durante os primeiros meses, as tropas conseguem pouco resultado. Os sertanejos estão bem armados com armas abandonadas pela expedição anterior, e o exército não tem a infra-estrutura necessária para alimentar suas tropas, que passam fome.
          Agosto de 1897 - O próprio ministro da Guerra, marechal Carlos Machado Bittencourt, seguiu para o sertão baiano e se instalou em Monte Santo, com o intuito de colocar um fim ao caos em que estava o abastecimento das tropas. Monte Santo se torna base das operações.[5]


Mulheres e crianças, seguidoras de Antônio Conselheiro, presas durante os últimos dias da guerra.


Antônio Conselheiro morto, em sua única foto conhecida, tirada por Flávio de Barros no dia 6 de outubro de 1897.
          Setembro de 1897 - Após várias batalhas, a tropa conseguiu fechar o cerco sobre o arraial. Antônio Conselheiro morreu em 22 de setembro, supostamente em decorrência de uma disenteria. Após receber promessas de que a República lhes garantiria a vida, uma parte da população sobrevivente se rendeu com bandeira branca, enquanto um último reduto resistia na praça central do povoado. Apesar das promessas, todos os homens presos, e também grupos de mulheres e crianças acabaram sendo degolados - uma execução sumária que se apelidou de "gravata vermelha". Com isto, a Guerra de Canudos acabou se constituindo num dos maiores crimes já praticados em território brasileiro.
          Outubro de 1897 - O arraial resistiu até 5 de outubro de 1897, quando morreram os quatro derradeiros defensores. O cadáver de Antônio Conselheiro foi exumado e sua cabeça decepada a faca. No dia 6, quando o arraial foi arrasado e incendiado, o Exército registrou ter contado 5.200 casebres.

Resultado

          O conflito de Canudos mobilizou aproximadamente doze mil soldados oriundos de dezessete estados brasileiros, distribuídos em quatro expedições militares. Em 1897, na quarta incursão, os militares incendiaram o arraial, mataram grande parte da população e degolaram centenas de prisioneiros. Estima-se que morreram ao todo por volta de 25 mil pessoas, culminando com a destruição total da povoação.

Na cultura popular
Literatura

Caricatura de Euclides da Cunha feita por Raul Pederneiras (1903).

          Logo após o final da guerra, foram publicadas uma série de obras escritas por testemunhas oculares - militares, jornalistas e médicos. Entre outros (em ordem cronológica):
         Canudos, história em versos, 1898, do poeta Manuel Pedro das Dores Bombinho, que participou como militar da Quarta Expedição contra o arraial.
         Descrição de uma Viagem a Canudos, 1899, de Alvim Martins Horcades, estudante de medicina a serviço do Exército, que descreve suas experiências no campo de batalha e denuncia a degola em massa dos presos - velhos, mulheres e crianças.

         Libelo republicano, acompanhado de comentários sobre a campanha de Canudos, publicado em 1899 por Wolsey (pseudônimo de César Zama), Bahia: Typ. e Encadernação do “Diário da Bahia”,1899.
         O Rei dos Jagunços, 1899, de Manoel Benício, correspondente de guerra do Jornal do Commercio - um livro de semi-ficção sobre os acontecimentos de Canudos e costumes sertanejos.

        A Guerra de Canudos, 1902, do tenente Henrique Duque-Estrada de Macedo Soares, militar na a última expedição contra Canudos.
          Os Sertões, 1902, de Euclides da Cunha, que passou três semanas no local do conflito como correspondente do jornal O Estado de São Paulo - um livro no qual procurou vingar os mortos no massacre: "Aquela campanha lembra um refluxo para o passado. E foi, na significação integral da palavra, um crime. Denunciemo-lo".

          Os Sertões de Euclides da Cunha acabou por tornar-se um dos mais importantes marcos da literatura brasileira, e como tal inspirou uma série de obras baseadas no conflito de Canudos, escritas no mundo todo. Os mais conhecidos são A Brazilian Mystic (Um Místico Brasileiro), 1919, do britânico R. B. Cunninghame Graham; Le Mage du Sertão (O Mago do Sertão), 1952, do sociólogo belga Lucien Marchal; Veredicto em Canudos, 1970, do húngaro Sándor Márai; A Primeira Veste, 1975, do escritor geórgio Guram Dochanashvili; e A Guerra do Fim do Mundo, 1980, do escritor peruano Mário Vargas Llosa.
Cinema

Imagem do filme "A Matadeira" de Jorge Furtado, referindo ao canhão Withworth 32 usado na última expedição militar contra Canudos.

          Além disso, a guerra inspirou muitos filmes também:

          Sobreviventes - Os Filhos da Guerra de Canudos. Documentário de Paulo Fontenelle. Produzido por Canal Imaginário, 2004/2005.
          Canudos. Documentário de Ipojuca Pontes, com Walmor Chagas, Brasil, 1978.[17]
          Os Sete Sacramentos de Canudos (Die Sieben Sakramente von Canudos). Filme produzido por Peter Przygodda para a ZDF Alemã, com participação dos diretores brasileiros Joel de Almeida, Jorge Furtado, Otto Guerra, Luís Alberto Pereira, Pola Ribeiro, Ralf Tambke e Sandra Werneck, 1996.

Ver também

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Caldeirão de Santa Cruz do Deserto - movimento considerado um "novo Canudos", liderado por José Lourenço Gomes da Silva.
Referências

CALASANS, José. No Tempo de Antônio Nunes. Salvador, Livraria Progresso Editora, 1959.
a b GALVÃO, Walnice Nogueira. No Calor da Hora - a guerra de Canudos nos jornais. São Paulo, Editora Ática, 1977
ARINOS, Afonso. Os Jagunços.
PIRES FERREIRA, Manuel da Silva. Relatório do Tenente Pires Ferreira, comandante da 1a Expedição contra Canudos. Quartel da Palma, 10 de dezembro de 1896.
J. da Costa Palmeira. A Campanha do Conselheiro - 1ª edição: Rio de Janeiro, Calvino, 1934, 212 p., il.
a b HORCADES, Alvim Martins. Descrição de uma viagem a Canudos. Salvador: EDUFBA. 2a. edição 1996
Arinos de Belém. História de Antônio Conselheiro - Campanha de Canudos. Belém, Casa Editora de Francisco Lopes, 1940.
CUNHA, Euclides. Os Sertões - Campanha de Canudos. 1ª edição: Rio de Janeiro, Laemmert, 1902.
BOMBINHO, Manuel das Dores. Canudos, história em versos. São Paulo: Hedra, Imprensa Oficial do Estado e Editora da Universidade Federal de São Carlos, 2a. edição, 2002
BENÍCIO, Manoel. O Rei dos Jagunços. Rio de Janeiro: Editora Fundação Getúlio Vargas. 2a. edição, 1997
MACEDO SOARES, Henrique Duque-Estrada de. A Guerra de Canudos.Rio de Janeiro: Typ. Altiva, 1902
CUNNINGHAME GRAHAM, R. B. A Brazilian Mystic. Dial Press, 1919.
MARCHAL, Lucien. Le Mage du Sertão. Paris, 1952
LLOSA, Mario Vargas. La guerra del fin del mundo. Barcelona: Seix Barral, 1981
A Guerra de Canudos - página do filme no IMDb.
Sobreviventes - Canal Imaginário, página do filme.
Canudos - página do documentário no IMDb.
Os Sete Sacramentos de Canudos - página do filme no IMDb