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Sessão da Câmara Municipal

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Lampião: o rei do cangaço


Lampião e Maria Bonita em registro histórico. Foto: Severino Ribeiro/Divulgação
          Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião, foi um cangaceiro brasileiro, que atuou no Nordeste do Brasil — exceto no Piauí e no Maranhão —, ficando conhecido como Rei do Cangaço, por ser o mais bem-sucedido líder cangaceiro da história

Foto: Edy Vidal Sampaio - 2018

Em 7 de julho de 1897 nascia em Serra Talhada, Sertão pernambucano, um menino que viria a se chamar Virgulino Ferreira da Silva, ou como é mais conhecido, Lampião. 

          Odiado por uns e amado por outros, o rei do cangaço como também era chamado, era colocado como um herói pelos pobres e julgado como ladrão sanguinário, pelos ricos. A história de Lampião é marcada por muito caos. Problemas familiares e com os homens poderosos da época, criaram no menino Ferreira um desejo de justiça e ao mesmo tempo uma raiva incontrolável, que o levava a cometer diversos crimes. 
          Montou um grupo de cangaceiro de diversas idades, que teve um final trágico. Em 28 de julho de 1938, Virgulino e seu bando foram atacados e mortos.
Foto: Edy Vidal Sampaio - 2018

A vida do rei do cangaço

          De acordo com os dados da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Lampião apesar de ter nascido no dia 7 de julho de 1897, só foi registrado em 7 de agosto de 1900. Tendo como genitores, o José Ferreira da Silva e a Maria Selena da Purificação, foi o segundo dos oitos filhos do casal.
          Mesmo sendo um garoto muito inteligente, Virgulino deixa a escola para trabalhar na roça e assim ajudar a família. Muito festeiro, dançava, tocava sanfona e ainda fazia muitos versos. Além disso, já era um bom atirador, pois sempre teve interesse nas estórias que ouvira sobre os cangaceiros, entre eles, Antônio Silvino.
          Aos 19 anos entrou para o cangaço, mas para quem acredita que a história deste homem se resume a esse estilo de vida, está enganado. Pouco temo depois recebeu do Padre Cícero Romão Batista o título de capitão do Batalhão Patriótico do deputado Floro Bartholomeu.
          A aliança se rompe, quando Lampião é enviado para combater a Coluna Prestes. Após partir em missão, Virgulino desvia o caminho e deixa de cumprir com suas obrigações de oficial. E com isso volta a exercer a função de líder do cangaço.
          A raiva dos policiais e dos grandes proprietários de terra aumenta quando o pai, José Ferreira é assassinado. Esse fato revirou a cabeça não só de Lampião, mas também dos seus outros irmãos, como Antônio Ferreira que também aderiu ao cangaço.
          Além deles, o bando era formado por homens de todos biotipos e idades. Um dos mais novos tinha 11 anos, enquanto o mais velho tinha 71.


Foto: Edy Vidal Sampaio - 2018





O cangaço de Lampião

          O grupo formado por Lampião possuía um armamento forte, algumas das armas e munições foram adquiridas no período em que o líder foi militar, outras foram conseguidas em segredo, que não era revelado nem para os próprios cangaceiros.
          O bando não perdia a oportunidade de queimar as plantações e matar os animais de algum fazendeiro rico e perverso. Em povoados, os homens roubavam os comerciantes, destruíam casas, estupravam mulheres e matavam algumas pessoas.
          Com essas características era impossível ficar em um só lugar por muito tempo, pois eles eram odiados por muita gente, que desejavam as suas mortes.
          Em contrapartida, Virgulino distribuía a riqueza que saqueava com os mais necessitados. Promovia festas para a equipe com muita fartura de comida e pagava bebidas para as pessoas em bares. Por essas razões, também foi muito idolatrado por alguns.
          Em suas andadas, o rei do cangaço conheceu Maria Déia, filha de um fazendeiro e mulher de um comerciante, mas que mantinha uma paixão quase platônica pelo líder do bando, apesar de nunca ter o visto. Ao se encontrarem, apaixonam-se e vão viver juntos em meio as fugas. Déia passa a ser chamada de Maria Bonita e vive toda a sua vida ao lado do grande amor, com quem teve uma filha, Expedita.
Foto: Edy Vidal Sampaio - 2018


          O bando de Lampião sobreviveu 20 anos, mesmo sendo perseguido por policiais e inimigos em sete estados do Nordeste. Com exceção de João, todos os outros irmãos do grande cangaceiro foram mortos antes dele.
          Mesmo tendo sido alvo de vários tiros, Virgulino nunca utilizou os serviços médicos para se curar desses ferimentos. Porém, em um dos ataques ao bando, Maria bonita foi atingida e perdeu muito sangue. Por isso, o companheiro cancelou a batalha e procurou socorro na cidade para a amada, que sobreviveu.
O fim do bando comandado por Lampião
          Na madrugada do dia 28 de Julho de 1938, a volante de militares atacou o grupo de Lampião, pegando todos desprevenidos, na fazenda Angicos, no sertão de Sergipe.

          O rei do cangaço foi um dos primeiros a morrer, ao todo 11 cangaceiros, incluindo Maria Bonita foram mortos de imediato. Os outros homens, mesmo feridos conseguiram fugir. Entusiasmados com a vitórias, os policiais roubaram as joias e os dinheiros que o bando tinha, e mutilaram os mortos, tirando suas cabeças.

Foto: Edy Vidal Sampaio - 2018

          Esse foi o fim do grande rei do cangaço, que apesar do jeito violento de viver, ajudou muitas pessoas a passarem pela pobreza no Nordeste do Brasil. Lugar esse, onde a pobreza era muito atenuada pelos grandes detentores de terra. Lampião e seu bando morreram, mas seu instinto de sobrevivente é perpetuado no Sertão brasileiro.

por Katharyne Bezerra

Fonte: https://www.estudopratico.com.br/conheca-a-historia-de-lampiao-o-rei-do-cangaco/







Fotos: Edy Vidal Sampaio - 2018 - Museu do Cangaço

Foto: Edy Vidal Sampaio - 2018


Foto: Edileusa  - 2018

Foto: Edy Vidal Sampaio - 2018

Foto: Edy Vidal Sampaio - 2018

Foto: Edy Vidal Sampaio - 2018

Foto: Edy Vidal Sampaio - 2018



Foto: Edy Vidal Sampaio - 2018


Foto: José Valter Sampaio


Foto: José Valter Sampaio - 2018


Foto: Edy Vidal Sampaio - 2018
José Valter Sampaio ao lado da imagem do cangaceiro

Foto: Edy Vidal Sampaio - 2018

Foto: Edy Vidal Sampaio - 2018


Foto: Edy Vidal Sampaio - 2018


Foto: Edy Vidal Sampaio - 2018


Lampião e outros cangaceiros sob as lentes de Benjamin Abrahão. Fonte: http://brasilianafotografica.bn.br/?p=9527

No Recife, deu uma entrevista, publicada no Diário de Pernambuco de 27 de dezembro de 1936, quando anunciou a realização de um filme e a produção de diversas fotografias de Lampião e seu bando. Foi apresentado como sírio naturalizado brasileiro e como fundador do periódico Cariri, em Juazeiro.

          Benjamin apresentou-se na Aba Film, em Fortaleza, no dia 28 de dezembro, mesma data em que João Jacques publicou no jornal O Povo, matéria intitulada Carta ao Leota, na qual questionava o fato de Lampião e seu bando ter sido filmado e fotografado e continuar solto. Leota é Leonardo Mota, autor do livro No tempo de Lampião, de 1930.
          ‘Que acha desse furo? Que me diz sobre o caso? Será possível, meu amigo, que se possa ainda, por esses tempos tão mudados, filmar um bandoleiro, um gangster, um assassino mil vezes assassino e não se tenha meios de apanhá-lo?‘
          No dia seguinte, dia 29, foi publicada na primeira página do jornal O Povo a matéria intitulada Sensacional vitória da Aba Film: uma das mais importantes reportagens fotográficas dos últimos tempos, Lampião, sua mulher e seus sequazes filmados em pleno sertão, ilustrada por fotografias de Benjamin ao lado de Lampião, de Maria Bonita, e da guarda pessoal do cangaceiro. A tiragem do jornal foi duplicada e totalmente esgotada.
          No dia 31 de dezembro, o jornal O Povo publicou uma fotografia inédita de Maria Bonita sentada com os cachorros Ligeiro e Guarani.

Fonte: http://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=029033_11&pagfis=22547