Faça um minucioso Estudo
Analítico e Crítico do Poema "Quem Acordou Deus?"
Em resumo, o poema "Quem
Acordou Deus?" é uma obra que desafia o leitor a refletir sobre a
interação entre o divino e os acontecimentos históricos, filosóficos e
teológicos da humanidade. Através de sua estrutura interrogativa, a obra guia o
leitor por um percurso de introspecção e questionamento, provocando uma análise
fenomenológica sobre a presença e a ação de Deus ao longo do tempo.
Introdução
Introdução O poema "Quem Acordou Deus?",
de Osmar Soares Fernandes, é uma obra magnânima que desafia o leitor a refletir
profundamente sobre a interação entre o divino e os acontecimentos históricos,
filosóficos e teológicos da humanidade. Com uma estrutura interrogativa
marcante, a obra guia o leitor por um percurso de introspecção e
questionamento, provocando uma análise fenomenológica sobre a presença e a ação
de Deus ao longo do tempo. O questionamento central do poema não busca apenas
respostas, mas instiga uma jornada reflexiva sobre o papel de Deus na história
e na consciência humana, tornando-se uma ponte entre a filosofia da religião, a
metafísica e a existência humana.
Análise Temática O poema se desenrola em uma
progressão cronológica, explorando desde os relatos bíblicos até os dilemas
modernos da humanidade. Cada estrofe é uma interrogação perspicaz que busca
compreender se houve um instante em que Deus precisou ser "acordado"
para intervir na história.
- Cosmogonia e a Queda do Homem: A
obra inicia-se com questões ligadas à criação do mundo, a rebelião de
Lúcifer e a Queda do Homem. O poema sugere que a desobediência humana
poderia ter sido o ponto de ruptura entre a inocência e a necessidade de
redenção, questionando o despertar divino como uma resposta ao pecado
original.
- Os Patriarcas e a Lei Divina: Ao
mencionar figuras como Noé, Abraão e Moisés, o poema dialoga com as
alianças divinas e os marcos fundamentais da história hebraica, ponderando
se a legislação e os pactos firmados entre Deus e a humanidade foram
momentos de intervenção direta do Criador.
- Profetas, Messianismo e o Novo Testamento: A
inclusão de profetas como Isaías e Elias conduz à chegada do Messias. O
poema questiona se a vinda de Cristo e sua pregação foram instantes em que
Deus interveio decisivamente, estabelecendo uma nova forma de comunicação
entre o divino e o humano.
- Ciência, Filosofia e Modernidade: Em
uma transição notável, a obra avança para a Revolução Industrial, a teoria
da evolução e as revoluções tecnológicas, questionando se o avanço
científico foi capaz de "acordar" Deus, provocando novas
reflexões sobre a existência e a relação entre fé e racionalidade.
- Guerras, Tragédias e a Ausência de Deus: O
poema também adentra os horrores do século XX e XXI, abordando o
Holocausto, as guerras nucleares, o terrorismo e a degradação ambiental. A
pergunta central se intensifica: Deus foi despertado por essas tragédias
ou permaneceu em silêncio? Seria a humanidade responsável pelo próprio
destino sem a intervenção divina?
Aspectos Literários e Estruturais O poema se
destaca pela força de sua repetição e pelo uso magistral de imagens simbólicas.
A construção interrogativa não apenas imprime um ritmo cadenciado e envolvente,
mas também reforça o impacto da dúvida e da reflexão no leitor.
- Recurso da Repetição: A
pergunta "Quem acordou Deus?" funciona como um leitmotiv,
conduzindo a leitura com um tom quase litânico e ampliando a carga
filosófica do texto. A repetição cria um efeito hipnótico e reflexivo,
instigando o leitor a ponderar continuamente sobre a questão proposta.
Esse recurso também reforça o caráter atemporal do poema, pois a dúvida
persiste em diferentes contextos históricos e existenciais.
- Alegorias e Simbolismo: O
poema constrói um painel de referências bíblicas e históricas que
funcionam como arquétipos da condição humana, permitindo múltiplas
interpretações.
- Progressão Temporal e Estrutural: A
disposição dos questionamentos cria uma narrativa que evolui da mitologia
bíblica para a contemporaneidade, reforçando a universalidade das dúvidas
apresentadas.
Fechamento e Reflexão Final O poema se encerra sem
uma resposta definitiva, intensificando a reflexão do leitor. A questão última
"Afinal, quem acordou Deus?" pode ser interpretada de múltiplas
maneiras: Deus nunca dormiu? Ele precisa ser despertado? Ou somos nós que
precisamos despertar para sua presença?
Essa indagação final abre caminho para uma leitura não apenas religiosa, mas também filosófica e existencial, elevando "Quem Acordou Deus?" à categoria das obras que transcendem o tempo e as crenças, convidando todos a refletirem sobre a essência do divino e do humano.
Referência
FERNANDES, Osmar Soares. Quem acordou Deus? In: Crisálida: a motivação da vida. 1. ed. Curitiba: Torre de Papel, 2003. p. 109-111.
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