Trabalhando

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Sessão da Câmara Municipal

sábado, 30 de janeiro de 2021

Aparição do Capeta

 


          Certo dia, noite escura, num terreno baldio, próximo a Igreja Católica, daquela cidadezinha esquecida do mundo, três moleques arteiros, satânicos, pegaram uma abóbora, bem grande e fizeram dela uma caveira bem feia – o satã em pessoa; acederam uma vela vermelha e a fixaram na cabeça de um toco e a puseram por cima. Ficou parecendo o demo do inferno, o capeta mesmo.

A missa acabaria às vinte horas. Os fiéis, que, passariam por ali, a pé, certamente a veriam; ela estava num ponto estratégico, bem na esquina. Era uma caveira feita de abóbora, mas o pessoal, assustado, viu o Capeta mesmo, o verdadeiro satanás do inferno.

O pessoal ao sair da missa, viu o capeta em pessoa e  gritou: Valha-me Deus! É o cão!... Jesus, socorro! Tende piedade! Minha Nossa Senhora da Aparecida! Salve-me Senhor! Salve-me! 

Foi gente correndo para todo lado. O diabo tava solto... Os três capetinhas caíram na gargalhada... quase se mijaram de tanto rir daquela traquinagem. Quando o local se esvaziou, saíram da moita e se depararam com um corpo estendido no meio da rua.

Joãozinho, o nanico, gritou: É a dona Julieta! Ela tá mortinha da silva! E, agora, meu Deus?! Tamo lascados!

Pedrinho, o gago, disse: Viiixeee, aaagooraaa desgraçou tuuuudo! Vooouuu deeeiiitaaar oooo caaabeeeloo!

Luquinha, o mala-sem-alça, esbravejou: Cala a boca, gago, infeliz! Calma aí, seus frouxos, ninguém viu a gente! Não vai nos acontecer nada! Ela morreu de susto! E daí?!... Vamos tirar a caveira dali e vamos dar no pé.

Feito leopardos, esconderam a caveira demoníaca e se escafederam.  Não demorou muito e a polícia chegou ao local. D. Julieta foi levada ao hospital, e lá, acordou do susto, foi medicada e falou:

          - Meu Deus, onde estou? O que era aquilo?! Eu preciso falar com o Padre Bento. Era o Demônio em pessoa! Valha-me Deus!  Credo em cruz três vezes!

O médico e a enfermeira disseram para ficar calma porque naquela idade era comum ver coisa que não existe, coisa anormal, sobrenatural; é o poder da mente humana. Deram-lhe um calmante e ela apagou em sono profundo.

A notícia, como rastilho de pólvora, ganhou a cidade, e o falatório era um só, de que Dona Julieta tinha batido as botas porque tinha visto o capeta. Os três endiabrados, assustados, sabendo do acontecido, se esconderam, cada um em sua casa, debaixo da cama.

O pai do Joãozinho disse para esposa:

- Bem, Dona Julieta viu o capeta e morreu! Estão falando que o Demo veio buscá-la. Faladeira como é, não duvido nada... Amor, toma cuidado, viu!

E a esposa lhe respondeu:

- Tá louco, homem, eu não falo da vida de ninguém, não! Tenho mais o que fazer.

O marido deu uma risadinha maliciosa e foi trabalhar.

O investigador de polícia fazia uma busca no local do crime e achou uma pista, um pé de chinelo de tamanho trinta três. Era a única prova que tinha em mãos. Chegou na delegacia e disse ao Delegado:

- Senhor delegado, aqui está à prova do crime!

Dr. Clécio riu e lhe disse:

- Quer dizer que o capeta perdeu um pé de chinelo e foi saltando para inferno. kkkkkkkkkkkkkk (RIU TANTO QUE SE ENGASGOU). Esse capeta tem que ser enquadrado, Cido! D. Julieta, sua vó, quase morreu e tem gente trancada dentro de casa com medo. Esta cidade está de pernas pro ar.  Cidade pequena com problema de cidade grande. Se esse povo não melhorar, Deus vai aniquilá-lo, assim como fez com Sodoma e Gomorra.

O Investigador pensou: “Vou pegar o desgraçado que fez isso com a minha vó. Ateu, eu não sou não; daí, acreditar que isso é obra do Demo, já é demais para minha inteligência”.

O Padre Bento, assim que soube do acontecido entrou no terreno baldio e fez uma devassa, procurou por todo lado e achou a cabeça da abóbora e a vela, debaixo dum pé-de-limão, e pensou: “Eu sabia que não tinha diabo nenhum nessa história! Esse meu povo inventa cada uma! Perdoai-os, ó Deus! Povo de pouca fé!

Com a notícia da aparição do capeta, a Igreja superlotou, a primeira missa do dia seguinte, estava cheia e o dízimo aumentou sobremaneira, e o Padre ficou pensando se dizia ou não no sermão sobre a aparição do Demo. Pensou... E, nada falou.

Os três pestinhas se reuniram, e Luquinha disse:

- A velha não morreu... Com o susto, desmaiou. Ela sairá do hospital hoje à tarde.         

Pedrinho, o gaguinho, disse:                 

- Maass, aaa pooolíciiia está investiiiigaaando. Oooo queee fiiizeeemos ééé criiime; dáaa cadeeeeiiia! Seee aaa políiiciiiia deeescoooobriiir queeem feeez iiisso, aaa ciiiidaaaadeeee toooda fiiicará saaaabeeeendo. Nóooos vaaaamos seeeer liiinchaaaadooos!

Joãozinho, o nanico, disse:

- Eu sou coroinha, vou me confessar com o Padre Bento e vou lhe contar tudo. Se o meu pai souber disso vou levar uma peia, uma surra daquelas de tirar o couro... Deus me livre de ir para cadeia!

Os dois amigos disseram juntos:

- Você não tá nem doido! O Padre vai matar a gente!

Joãozinho disse:

- Eu tô com medo!

Os três amigos fizeram um pacto: Nunca contariam sobre a caveira para ninguém. Levariam esse segredo para o túmulo.

Joãozinho confidenciou: “Perdi um pé de chinelo, presente do meu pai. Fui lá na data procurar e não o achei. Temos que achar o chinelo logo”. Seus amigos não lhe deram ouvidos e foram-se embora.

O investigador conhecia todo mundo da cidade, saiu de casa em casa perguntando se aquele chinelo pertencia a alguém daquela residência. Luquinha ficou com os olhos estatelados ao vê-lo em sua casa, perguntando à sua mãe se ela não tinha dado falta de um pé de chinelo.

Luquinha reuniu seu bando, imediatamente, e disse:

- Vamos roubar aquele pé de chinelo do Cido, hoje à noite. Ele vai sempre jogar no Tunguete. Vamos aproveitar esse momento e vamos em sua casa buscar o pé de chinelo. Não tem outro jeito. Ou fazemos isso ou esse sujeito vai descobrir tudo.

O Delegado foi à Igreja, logo após a missa, e disse ao Padre Bento:

- Padre, o meu investigador tem uma prova cabal do malfeitor. Creio que dentro de poucas horas iremos elucidar o caso.

- Doutor, que prova é essa?

- Respeito-lhe, demasiadamente, Reverendo, mas, isso é segredo de Justiça. Não posso dizer de jeito nenhum. 

- Mas, Seu delegado, eu sou o Pároco, pode me falar, vou guardar segredo. Quantas vezes você já se confessou comigo?!

- Padre Bento, isso não é um pecado, é segredo profissional.

- Meu filho, eu lhe vi nascer, lhe batizei, lhe crismei, foi meu coroinha. Vai ter coragem de fazer isso comigo? Conta-me logo que prova é essa?!

- Conto não! Não posso! O senhor pode revelar sobre as confissões dos fiéis?

- Claro que não! Jamais violarei o segredo do Confessionário. Exerço a minha batina e a honro com a fé com a qual Deus me confiou, e obedeço piamente o Código de Direito Canônico.

- Eu também não posso revelar sobre essa prova, sou o homem da justiça. Não posso violar a confiança do meu investigador, nem a lei, estaria cometendo um crime.                   

O Delegado foi-se embora com a pulga atrás da orelha e pensou: “Porque tanto interesse do Padre nessa prova...”.

Paulinho viu seu filho descalço e lhe disse:

- Joãozinho, cadê o seu chinelo? Já lhe dei o chinelo de presente para não ver você descalço. Não ande descalço, menino! Vá calçar o chinelo, agora!

Joãozinho correu à casa do amigo e lhe pediu um chinelo emprestado, e Carlos lhe disse:

- Mas você tem que me devolver logo, senão meu pai me dá uma surra também.

Pedrinho era muito religioso e naquele dia, resolveu se confessar com o Padre... Contou tudo e admitiu que estava com medo do investigador descobrir toda a história porque seu amigo tinha perdido um pé de chinelo. O Padre Bento pensou: “Mas, Cido, é ateu. Tenho que dar um jeito de calar a sua boca”. O Padre arquitetou um plano e mandou o seu Sacristão chamá-lo, urgentemente.

Rubens, o puxa-saco, foi à casa do investigador e, disse-lhe:

- Cido, o padre Bento quer vê-lo, agora, já! Ele disse pra você ir lá, correndo, imediatamente, agora mesmo!

- Mas, que diabo o padre quer comigo? Não devo nada para Igreja. Não sei nem se acredito em Deus.

- Não fala assim não, rapaz! Deus é tudo e tudo é amor. O padre não tem diabo nem um. Vai logo e saberá do que se trata. Quando o padre chama é como se fosse Deus... Vá logo!

- Sei lá, tenho minhas dúvidas! Mas, fala pra ele que mais tarde eu passo por lá.

Dona Julieta visita o padre Bento e lhe diz:

- Padre, eu nunca vi bicho mais feio que aquele. Era o Demo, o Demônio em pessoa. Minha Nossa Senhora da Aparecida! Só de falar naquilo fico toda trêmula. Eu fiquei frente a frente com o chifrudo do inferno. Eu já preparei uma novena. Vamos começar amanhã cedo. Padre, eu disse para os que me visitaram no hospital que se o Demo está aqui é porque estamos sem fé; é um sinal dos céus. Por isso, vamos fazer a novena.

Aquele acontecimento abalou a cidade, a zona rural e toda redondeza. Nas Igrejas, o boato era o mesmo: O Capeta está fazendo tocaia em nossa cidade.

O Padre Bento ficou com a consciência pesada e pensou: Será que devo falar sobre essa história, hoje, na hora do sermão... E, se perguntou: Será que devo levar o assunto ao Bispo?

As Igrejas protestantes começaram a fazer cultos durante o dia todo... Até os ateus temeram e começaram a procurar Igreja. A cidadezinha pacata acordou, já não era a mesma! Era gente acendendo velas no Cruzeiro do Cemitério; despachos nas encruzilhadas; promessa para todos os santos e novenas... Enfim, os religiosos se mexeram de forma jamais vista naquele lugar. Em todas as Igrejas as oferendas aumentaram, significativamente. O comércio de produtos religiosos vendia como nunca. A cidade estava prosperando.

Um velho bêbado disse o seguinte no boteco: "Esse diabo fez foi bem para a cidade, tá todo mundo prosperando e a veia linguaruda se curou, não fala mais da vida dos outros... kkkkkkkkkk".

A “palavra do dia” numa Igreja Protestante, dizia: O Senhor disse a Satanás: "De onde você veio? "Satanás respondeu ao Senhor: De perambular pela terra e andar por ela". Jó 1:7. O que causou grande temor aos fiéis.

O Investigador chegou à Casa Paroquial e foi, imediatamente, atendido pelo Padre, que, o levou ao seu escritório e lhe disse:

- Meu filho, eu lhe peço, encarecidamente, que, pare com a investigação sobre a aparição do Capeta.

- Padre, o senhor está me pedindo algo que não posso atender. E, o senhor não pode atrapalhar a investigação, não! Isso é crime também.

- Por que, meu filho? 

- Padre, eu quero pegar o desgraçado que fez isso com a minha vó. Ela quase bateu as botas. Tenho certeza que não tem nada a ver com coisa doutro mundo. Isso foi coisa de moleque, de vândalo; brincadeira de mau gosto. Se não fizermos alguma coisa para punir o responsável, ainda vamos perder um ente querido. Esse cão tem que ser preso! O senhor não acha?

- Meu filho, nem tudo parece o que é. Deus tem desígnios que só pertence a Ele. Veja o movimento da nossa cidade. O povo voltou à Igreja, voltou a ter medo dos castigos de Deus. Isso vai fazer a criminalidade zerar. Nunca se viu tanta reza por aqui. O povo voltou a temer a Deus. Os meninos e as meninas voltaram para o catecismo. O fervor da fé voltou a tomar conta da nossa cidade. Nunca vi você na missa. Falam que é ateu... Mas, pare com essa investigação, pelo amor de Deus!

- Padre Bento, eu sou agnóstico... Não estou lhe entendendo! O que tem a ver uma coisa com a outra? A autoridade policial tem que fazer a sua parte e é o que estou fazendo e não vou parar enquanto eu não pegar o meliante que fez isso.

- Meu filho, eu sei que você é um exímio Investigador de Polícia, mas, essa história não pode ir adiante. Pare de investigar. Essa história acabou fazendo um milagre por aqui. O povo voltou a ter Deus no coração. Isso não é bom?

- Padre, eu acho que o senhor está sabendo demais. Já descobriu a verdade?

- Vieram me dizer que você anda perguntando nas casas se alguém deu por falta de um pé de chinelo.

- É verdade! Eu achei um pé de chinelo novinho em folha, naquele matagal, local que dizem ter visto o Capeta. Vi muitos pisados por lá... De pés pequenos.  E, cheguei à conclusão que tem mais de um envolvido nessa tramoia. Padre, eu vou achar o criminoso que quase matou a minha vó, custe o que custar!

O Padre franziu a testa várias vezes, irritado e pensou: “Vou ter que falar com o superior desse traste e pedir para que o transfira daqui, pra lá onde o diabo perdeu as botas... Vou falar com o prefeito pé-de-boi".

O Investigador foi-se embora e não hesitou em dizer para o delegado sobre a sua visita na casa do Padre:

- Doutor, estou vindo da casa do padre.

- Que diabos você estava fazendo na casa do Bento?

- Eu fui lá porque ele mandou me chamar... Estranhei, mas... O senhor sabe, Padre é Padre, enfim.

- E o que a Igreja queria contigo?

- Só faltou se ajoelhar pra mim, Doutor. Implorou para eu parar com as investigações sobre a aparição do capeta.

O Delegado coçou seus poucos fios cabelos da cabeça e disse: “Aí tem coisa!”.  E disse ao Cido:

- Você me traga o pé de chinelo e me entrega, ainda hoje. 

- Doutor, ele está aqui, na minha mochila... pega!

- Então, essa é a prova do crime?

-  Pois é, Cabo, a partir de hoje em diante, essa investigação é minha. Você está fora desse caso. Vai cuidar de descobrir quem roubou o Jumento, do Zé Galinha, que ele está me enchendo o saco, e até hoje, você não descobriu nada.

O Investigador de Polícia obedeceu seu superior e saiu à procura do ladrão. O Doutor Clécio foi ter com o Padre Bento, cinco dias depois, e disse:

- Padre, eu tenho a prova do crime aqui em minhas mãos, e já descobri tudo e vou prender o bando que fez isso.

- Doutor Delegado, o senhor tem o quê em mãos?

- Eu tenho o pé de chinelo.

- Pé de chinelo?... O que isso tem a ver com a aparição do Capeta?

- Tem tudo a ver, padre! É a prova que não existe Capeta nenhum. Isso, foi armação de moleques. Dona Julieta quase morre e tem gente que ainda está sob efeito de calmantes... Não é justo! Esse crime não pode ficar impune! O Senhor entende, né? Vou prendê-los ainda hoje.

- Esse chinelo não prova nada, delegado. Qualquer pessoa pode ter ido naquele matagal e o esquecido. Todo moleque gosta de brincar em terreno baldio.

- Será, Padre? 

- Claro, delegado! Cuidado para não incriminar inocentes, porque daí o criminoso será o senhor e isso Deus não perdoa!

- Padre, o senhor está muito interessado no encerramento dessa investigação, por quê?

- Pense bem doutor, depois que viram o Capeta por aqui, a cidade melhorou muito, todo mundo passou a ir à Igreja. Até o roubo de galinha, parou. As missas estão lotadas. Nunca vendeu tanto produto religioso como agora. Pense no sossego que nossa cidade vive hoje. A calmaria tomou conta da nossa cidade.

- É... Padre Bento, pensado por esse lado, o senhor está coberto de razão. Minha delegacia está um deserto, nem um B.O., nem de briga de casal. Nunca vi tanta paz em nosso Município.

- Então, pra quê elucidar esse episódio? Deixa o povo pensar que o Diabo anda solto por aqui... louco pra dar o bote!

- Mas, Padre Bento, o Capeta não anda por todo canto do mundo, doido para tomar conta da nossa alma?

- Sim. Mas, essa já é outra história.

O Delegado deu o pé de chinelo para o Padre e deu o caso por encerrado. O Padre chamou Joãozinho e lhe deu o chinelo e lhe disse: “Vê se não o perde mais...”.

Os três capetinhas voltaram a participar, assiduamente, das missas e a ajudar o Padre no catecismo. Toda vez que o povo fraquejava na fé, desanimava na crença, deixava de ir à missa, aos cultos, e a criminalidade aumentava... a aparição do Capeta era certa.

 

Professor Osmar Fernandes, em 07/09/2009


Código do texto: T1797659
Classificação de conteúdo: moderado


sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

O SONHO E A FLOR

Noite infinita... o amor se fez amor.
Mergulhamos no âmago da nossa alma apaixonada.
O sonho estava no jardim colhendo a flor.
O sentimento amante beijou a liberdade amada.

Seguimos o desejo do nosso coração.
Foi beijo puro, delicioso.
Nosso corpo viveu sua verdadeira paixão.
O delírio do prazer foi o mais gostoso.

Quis o destino que este momento se eternizasse.
Pouco tempo depois, você foi embora, desapareceu.
Quis meu coração que só aquele amor brilhasse.

O sonho e a flor, hoje, são lembrança.
Não choro porque o nosso amor viveu...
Mas, morro por dentro, porque morreu a esperança.

Droga









Droga,
Fuga
De ida sem volta.
Sanguessuga
De tanta revolta.
Delírio
Da magia do nada.
Martírio
De vida enganada.
Momento
De alegria mentirosa.
Sofrimento
De lágrima venenosa.
Manicômio
De vida morta.
Pandemônio
De casa sem porta.
Burrice
De inúmeros neurônios.
Mesmice
De moleques demônios.
Mentes
De lua sem norte.
Doentes
Do vício à morte.

Vacina



Ela vem pedindo ajuda.
Não aguenta mais tanto sofrimento.
Ela é a vacina, a cura.
Chega de tanto falecimento.

Cada um tem que fazer a sua parte.
Ou tem cuidado ou pega a doença.
O vírus da morte virou estandarte.
Não viva na indiferença!

A morte é faminta, pede passagem.
Tenha piedade dos amigos e da família.
Ninguém quer partir nessa viagem.

Juntos, somos o exército de Deus.
Chega dessa pandemia.
Chega de tanto adeus.


ESTADO DE SÍNCOPE




Entro em estado de síncope sem querer.
Basta voltar no tempo e lá vem você...
Fim de jogo, o vento consumiu o crupiê.
O arrependimento foi perder.

O sentimento futuro me cega.
Meus acertos e erros estão lá!
De volta ao passado peço trégua.
Aquela vida nunca mais... será?

Não tem mais sentido essa viagem.
Estou escondido no calabouço tristonho.
Não existe alma, nem bagagem.

Vivi com a paciência...
Dentro desse mundo, nem tudo foi sonho.
Não sou mais jovem, restou a experiência.


Prof Osmar Fernandes, em 29/01/2021
Código do texto: T7171500
Classificação de conteúdo: seguro


 

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

A poesia e o poeta

A poesia fascina, é vício, impulsão de poeta.
Presente de Deus, dom que crava cativo no peito.
No coração é como a flecha certeira...
Na rima é letra pronta que já vem perfeita.

O poeta ri e chora em cada poema.
Deixa sua digital em cada sentimento.
Registra o momento e eterniza o problema.
O papel escrito é o seu investimento.

O poeta é apenas mensageiro.
Transcreve o remédio certo para cada dor.
Viaja na história como passageiro.

Às vezes, a poesia nasce de sua cabeça.
Às vezes, é relato de amor.
Nasce assim, cada verso, de sua pureza.

Delícia de amor


Ninguém precisa saber
Que eu dormi com você.
Foi noite de sonhos.
A gente se amou.
Desejo de amante.
Delícia de amor.

Ninguém precisa saber
Da nossa noite feliz.
Teve ternura.
Teve prazer.
Doce loucura.
Delícia de amor.

Ninguém precisa saber
Do nosso caso proibido.
A gente viveu
Gemido gostoso,
Dividido... infinito.
Delícia de amor.

Ninguém precisa saber
Que amo você.
É segredo da gente.
Coisas da vida.
Sobrevivente.
Delícia de amor.


Placa mãe

Vamos andar, pra sempre, de mãos dadas.
Não deixaremos a rotina nos contaminar.
Tem uma flor sorrindo pra nós dois.
Ser feliz é a nossa missão, nossa jornada.
Não acredito em amor que nasce pra chorar.
Vem me amar! Não deixa pra depois.

Nos romances está a nossa história.
Conto de fadas com final feliz.
Não vá embora, não rasga a capa...
Não foi escrito em quadro com um giz.
Nosso amor não precisa fazer plástica.
Nosso coração é a placa mãe dessa memória.

Vem viver o nosso grito de amor.
Nossa descendência está a despertar...
Nosso amor jamais terá um fim.
Chega de sofrer e abraçar o dissabor.
Somos carne e unha, vamos namorar.
O nosso amor só quer se unir assim.

Prof. Osmar Fernandes, em 02/01/2011

Código do texto: T2704706
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A tristeza é minha companheira



Você diz que me ama e dorme sozinha.
Há muito não se deita comigo.
Trata-me como porco-espinho...
Meu amor virou mendigo.

A tristeza é minha companheira.
O meu corpo tem sede de amar.
Não suporto mais viver dessa maneira.
Não sei mais com quem desabafar.

Não existe amor desse jeito.
Eu te amo! Mas, assim não sei viver.
Meu corpo se explode de desejo.

Chamo você para o amor e não quer.
O nosso amor não pode morrer...
Sem querer, começo a olhar outra mulher.



Prof Osmar Fernandes,  em 26/01/2021
Código do texto: T7169227
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Está nos provérbios, são os tolos





Tem gente secando o meu sucesso.
Gente do mal, gente sem fé.
Invento para ter progresso.
Tem gente querendo saber o que é.

Gente falsa e traidora.
Faz-se de amiga para descobrir o segredo.
Gente apontando a metralhadora.
Mas, dessa gente não tenho medo.

Todo invento que salva é abençoado.
Tem gente querendo levar vantagem...
Trapacear é o sinal do pecado.

Tudo que faço é para o bem de todos.
Essa gente fica sempre em desvantagem.
Está nos provérbios, são os tolos.



Prof. Osmar Fernandes, em 27/01/2021

Código do texto: T7170169
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Chove chuva



O céu escureceu feito açoite.
O vento forte é perigoso.
Chove chuva dia e noite.
Quando calminha, dormir é gostoso.

Cidades são inundadas.
Temporal derruba casas e prédios.
Muita gente soterrada.
Mortes, lágrimas e tédios.

Na roça o produtor faz festa.
Será um ano de fartura...
Vai ter churrasco e seresta.

Na cidade grande só tristeza.
Lama, prejuízo e lamúria...
Chora a chuva sem beleza.


Prof Osmar Fernandes, em 27/01/2021
Código do texto: T7170147
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quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Aqui, tem alma pra todo o corpo... E, lá, corpo pra pouca alma



Já encarnei corpos diversos.
Vivi todo tipo de aventuras.
Conheci os dois lados da moeda...
Mergulhei em várias loucuras.
Já fui homem, mulher;
Negro, amarelo, branco.
Agora nesse banco de espera...
Quero reencarnar um corpo qualquer.
Vivo triste, desencarnado,
Sofro, choro, vivo só.
Preciso voltar a me evoluir.
Pagar meus pecados.
Voltar a ter identidade.
Minha esperança é sonhar.
Estou na fila dos desesperados.
Não há luz, nem vela.
Tudo é revolto.
É pressão desalmada.
Habito um céu de insanidade.
Quero pisar na terra de verdade.
Aqui, tem alma pra todo o corpo...
E, lá, corpo pra pouca alma.
Sou aprendiz. Preciso me humanizar.
Aqui é frio, não tem calor humano.
Só me resta rezar...
Ninguém espera a sua vez.
Quem é forte, fura a fila.
Há muita insensatez.
Quem renasce, grita!...
O ser humano precisa fazer mais amor...
Muitas almas precisam renascer de novo.
Não aguento mais conviver com essa dor.
Aqui o sol não tem lua.
Ah, Como sinto saudade!
Esse mundo não tem rua...
Quero um corpo, não importa seu tipo físico.
Quero ser eu de verdade.
Não vou calar meu grito.
Preciso de perdão!
Estou perdendo a calma.
Preciso de salvação!...

Aqui, tem alma pra todo o corpo...
E, lá, corpo pra pouca alma.




Prof Osmar Fernandes, em 14/03/2009

Código do texto: T1485595
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Sem paletó e sem gravata...



Quando o meu sono se eternizar
E os meus sonhos se ofuscarem,
Quero dormir sem paletó e sem gravata...
Para sentir o voo livre dessa passagem.

Quero estar à altura desse adeus.
Esse será o meu momento insólito,
Intrépido, histórico, para ter com Deus.
Por isso não pode ser monótono.

Quero tudo bem simples, natural.
Será a hora da minha verdade...
É o que desejo no meu funeral.

Tomara que chova nesse dia.
Quero ver a luz com essa serenidade.
Para encontrar minha eterna alforria.



Prof Osmar Fernandes, em 15/03/2009

Código do texto: T1487139
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É muito fácil ser bandido, difícil mesmo, é ser gente!



O planeta está repleto do que não presta.
Muito corpo sem cabeça virou lixo.
Afinal, o que nos resta?
Tornar-nos um ermitão?
Ficarmos à mercê do inimigo?
Ovacionarmos esse mundo de trevas?
Ou combatermos essa tribo do cão?

É muito fácil ser bandido,
Difícil mesmo, é ser gente!
Difícil, é ir e vir contente.
Fácil é tropeçar e cair no buraco
Negro do abismo maldito...
Onde achar a saída é esperança quase morta,
Onde esse destino é uma chave sem porta.

Eu não consigo entender o prazer bandido.
Onde matar ou morrer é apenas correr mais um risco.
Onde o sangue inocente não tem nenhum valor.
Não entendo esse mundo em vão!
Onde a falta de amor sufoca e sepulta um irmão.
Onde o homem torna-se um animal mesquinho.
Onde a falta de Igreja o transforma num deus de dor.

É sórdido não ter compromisso com a História.
Ficar esquecido numa cova como um cão sem dono.
Vegetar no mural do desengano.
Morrer sem deixar memória.
Anular sua alma e desistir de si mesmo.
É coisa de quem nunca teve berço.
É ter como selo a digital do erro.

É fácil pôr a culpa dos seus fracassos em alguém.
Difícil é ter vergonha na cara e enfrentar o problema.
É muito fácil mergulhar na lama!
Difícil é ter a vontade de se livrar dessa sujeira;
De se libertar do inferno que é prisioneiro;
Limpar a alma do chiqueiro,
E acordar para sempre desse coma.

É muito fácil ser bandido, difícil mesmo é ser gente!



Prof. Osmar Fernandes, em 17/03/2009
Código do texto: T1490420
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Estado-maior das forças do nada


Puro emaranhado em estilhaço.
É muito pano verde e grito depravado.
Zangado com as forças, o macete do laço,
Pagando poses e viagens, enricando o Estado...
Por sorte, fica pra massa o dilema palhaço.
Perdoai-os, ó Deus, pelo certo-errado!

Voluntários da expressão “bagaço”.
Mal servidos de água, aluguel elevado,
Luz é absurdo, muito caro o espaço.
Taxas, coletas, serviços; tudo bem bolado.
Veem-se montas, riquezas, e no fim é escasso.
O dinheiro do povo sendo roubado.

Somos milhões de vozes num só brado.
Se todos colaborassem... Seria um regaço.
O pior é que num beco está o eleitorado.
Não adianta anunciar se eu mesmo não o faço.
Sabemos que fábulas sussurram resmungadas.
Gritarmos pelas forças do nada é um fracasso.




Prof Osmar Fernandes
Enviado por Prof Osmar Fernandes em 18/03/2009
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terça-feira, 26 de janeiro de 2021

REDAÇÃO PERFEITA

 


        Eu te amei de um jeito tão puro, tão lindo, que não se pode explicar. Virei o meu mundo do avesso para viver esse amor. Deixei de viver a minha vida para viver a tua. Deixei os meus sonhos para viver os teus. Tudo o que fiz foi por amor. Mas, foste embora, partiste, e me deixaste só, infeliz.

          Que amor é esse que vai embora sem dizer adeus? Tantos anos de amor jogados no lixo da solidão. Não pensaste em mim, nem nos filhos... em nem um de nós. Tu foste embora, e, agora, voltastes chorando, arrependida, pedindo perdão.

          Tarde demais meu bem! A fila andou... O mundo deu voltas, o sofrimento passou, a tristeza partiu. O meu amor superou o trauma e o tempo secou toda a minha lágrima. Não adianta chorar, lamentar, tudo acabou... Tu me abandonaste.

          A vida é assim, cai uma estrela e nasce outra no céu. Perdoar é um ato de amor... Mas, nesse caso, foi desrespeito, e isso, não tem perdão. O tempo é um santo remédio, cicatriza as feridas, apaga o tédio e desperta a razão.

          Nosso casamento não existe mais. Terminou. Já pedi divórcio. Estou curado de ti. Tu quiseste assim! Sigas tua vida e me deixas em paz. Tudo na vida passa. Um relacionamento morre, outro nasce. Eu te amei... descobri que me amo muito mais. Anulei os meus sonhos para viver os teus. Agora, chega! Basta! Dei-me o valor que mereço.

          Cada um paga o preço de sua atitude. Vivemos tantos temporais, mas ninguém tinha abandonado o barco... Que sejas feliz! Deus te abençoe! Agora, por favor, vás embora! Acabou. Preciso me arrumar para sair com a minha namorada. Nossa história foi a redação perfeita, teve começo, meio e fim.

 

 

Prof. Osmar Fernandes, em 09/05/2009
Código do texto: T1583876


Sem querer, começo a olhar outra mulher.



Você diz que me ama e dorme sozinha.
Há muito não se deita comigo.
Trata-me como porco-espinho...
Meu amor virou mendigo.

A tristeza é minha companheira.
O meu corpo tem sede de amar.
Não suporto mais viver dessa maneira.
Não sei mais com quem desabafar.

Não existe amor desse jeito.
Eu te amo! Mas, assim não sei viver.
Meu corpo se explode de desejo.

Chamo você para o amor e não quer.
O nosso amor não pode morrer...
Sem querer, começo a olhar outra mulher.



 

MAESTRO DA TERCEIRA DIVISÃO DO INFERNO

Sai por aí se esnobando e se acha!
Você não passa de fezes de morcego.
É o verdadeiro pupilo de Satanás!
É o bobo no jogo do tabuleiro.

Você se acha o melhor, o superior.
Não passa de maestro da terceira divisão do inferno.
Você é pessimista, mentiroso e perdedor.
Não tem oásis no seu deserto.

Você não tem perdão!
Enganador, assassino e traidor.
Possui a infelicidade do condão.

Você domina o fraco, o perdido.
Mensageiro da morte e do terror...
Tem a digital de Caim – o maldito.
Prof. Osmar Fernandes,  em 26/01/2021

Código do texto: T7169205
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Pandemia do século XXI

 


Vivemos um momento atípico.
A pandemia superlota hospitais.
Falta vaga, oxigênio, vacina.
Falta tudo, falta amor, esperança.
Tem muita gente descrente do vírus.
Em todo o mundo tem muito fuxico.
Esquecemos as lições dos nossos ancestrais.
Enterros de guerra... parece chacina.
Já passa de dois milhões, essa matança.
Falta fôlego... sobra coronavírus.

Tem muita gente trancada em casa,
Outras desfilam na passarela do mundo.
Uns vão pra vala, outros são intubados.
Tem idiota que estimula a aglomeração.
Tem enfermeiro salvando vidas.
Não é hora de bater asas...
Dores e mortes e coma profundo.
A população mundial vive momentos conturbados.
A guerra da cura e da logística entram em ação.

Para muita gente é profecia bíblica.
Tem indivíduo covarde que não se cuida.
A contaminação não se vitimiza.
A cepa se torna cada vez mais letal.
O vírus é cruel, tem fome de morte.
Não há paz, nem encíclica.
O grito agora é de súplica...
Que venha a tão sonhada vacina!
Ela é aguardada como presente de natal.
Precisamos ter fé e muita sorte.
Prof Osmar Fernandes, em 26/01/2021
Código do texto: T7169130
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Ficar sozinho é namorar a solidão



Naquele morro tem alguém que amo.
Lá, o sol nasce quando aqui é lua.
O que me resta é derramar o pranto.
O meu sonho se perdeu naquela rua.

No fim do mundo mora o meu bem.
Sou escravo do meu coração.
Amar assim, é choro que me faz refém!
Viver dessa maneira, é abraçar a escuridão.

Sem ela, minha pobre alma vagueia.
Minha lágrima sangra, tudo é dor.
Meu sonho está cativo, é só tristeza.
Estou em coma de amor.

Essa mulher é minha esperança.
Amor inocente desde criança.
Sou crucificado sem paixão.
Ficar sozinho é namorar a solidão.



Prof. Osmar Fernandes, em 15/07/2010

Código do texto: T2378292
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Essa vidinha

Preciso rasgar o lençol do desprazer. 
Viajar à Marte e beber o meu vinho. 
Mesmo que lá eu seja um ET. 
Tô de saco cheio de viver sozinho. 

 Tanta grana e aplausos dos críticos... 
Do que me vale tanta fama nos jornais? 
Vegeto no cemitério de mortos-vivos.
 A badalação não passa de momentos banais. 

 Não aguento tantos puxa-sacos à minha volta. 
Preciso ser racional e viver a vida. 
Essa vidinha me cansa e me causa revolta. 

 Os holofotes me produzem cegueira... 
É preciso tornar minha casa mais divertida 
E balançar na rede debaixo da figueira. 

Prof Osmar Fernandes em 06/01/2018 
Código do texto: T6218693 
Classificação de conteúdo: seguro 

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quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Você não me ensinou a dormir em cama separada

 



Quando a gente tenta se unir de verdade,
Vem um coração egoísta e nos separa.
Meu mundo desaba, sentimento esvoaça.
Meu amor entra em coma dentro de mim.
Não aprendi viver essa liberdade.
Esse desgosto me devora.
O sonho de ser feliz nos ameaça.
Sem você nada tem graça, é o fim.

Você não me ensinou a dormir em cama separada.
A solidão me abraça com esse gosto de fel.
Sofro calado e choro lágrimas de desilusão.
Esse adeus tão louco está me matando.
Você minha vida, minha deusa, minha amada.
Entre nós não existe mais o nosso céu.
Nosso benquerer vegeta num labirinto de escuridão...
Desamparado não quer mais viver sonhando.

Não aprendi a viver sem você.
Minha alegria está sepultada nesse deserto.
Todo o nosso sonho está derrotado.
Aquela felicidade não existe mais.
Aquele carinho se perdeu e não sei o porquê...
Esse destino não está certo!
Nosso amor não pode ser ignorado.
Te amo e não vou esquecer de você, jamais.

Você é minha e eu sou seu

 



Foi naquela cachoeira que lhe vi banhar.
O paraíso ficou perfeito.
Era a mão de Deus a desenhar...
Era a estrela a me conduzir eleito.

Você olhou pra mim e sorriu.
Eu me senti o primeiro terráqueo do mundo.
Naquele instante o meu sonho floriu.
O amor assim, nasceu lindo, fecundo.

Nossa união conheceu a felicidade.
Descobrimos o prazer da vida.
Desvendamos o sonho de verdade.

Naquele dia, nenhum segredo ficou escondido.
Você é minha esposa, amada, querida.
Eu sou parte de sua alma, seu homem, seu amigo.
Prof. Osmar Fernandes, em 20/01/2021
Código do texto: T7164378
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