Trabalhando

Trabalhando
Sessão da Câmara Municipal

domingo, 28 de maio de 2017

Tundra


Substantivo feminino



Região fitogeográfica ártica e subártica, caracterizada pela vegetação baixa, herbácea e subarbustiva, constituída especialmente por gramíneas, ciperáceas e vários subarbustos, além de diversos musgos e líquens que revestem o solo. Tundra é uma vegetação de porte baixo, caracterizada pela presença quase que exclusivamente de musgos e líquens, encontrada nas regiões de clima polar. 

A palavra “Tundra” é derivada da expressão finlandesa “tunturia”, que significa “planície sem árvores”. A Tundra é um bioma frio e inóspito com um tipo de vegetação esparsa, em grande parte rasteira. Ela é considerada o bioma mais frio da Terra.

A tundra está presente no topo do hemisfério norte do globo, na região do Círculo Polar Ártico. Ela abrange países como Rússia, Groenlândia, Noruega, Finlândia, Suécia, Alasca e Canadá.
Tundra e Taiga

A Taiga e a Tundra são vegetações semelhantes pois ambas se desenvolvem em lugares frios com longos invernos, embora apresentem algumas diferenças.

A tundra é mais fria que a taiga uma vez que está localizada mais acima do globo, na região do polo norte.

Na vegetação da taiga é comum a presença de árvores (sobretudo coníferas), enquanto que na tundra é difícil encontra-las, sendo composta majoritariamente por uma vegetação rasteira.

Em ambos biomas, existem animais que hibernam nos longos invernos, tal qual o urso.

Para saber mais: Ártico.




Tipos de Tundra




De acordo com localização, tipo de relevo e vegetação que desenvolvem, a tundra é classificada de duas maneiras, a saber:
Tundra Ártica: caracterizada pela latitude, a tundra ártica é encontrada nas regiões mais frias do ártico, próximas ao polo norte.
Tundra Alpina: caracterizada pela altitude e com clima mais ameno que a tundra ártica, a tundra alpina é encontrada no alto das montanhas chamadas alpes (cordilheira europeia), sendo destituídas de árvores devido aos fortes ventos que atingem a região.
Solo e Clima

Na Tundra, os ventos são muito fortes com baixo índice pluviométrico. O clima que caracteriza as regiões em que se desenvolve a tundra é polar, ou seja, seco com frio intenso na maior parte do ano.

A tundra é composta de duas estações. No curto verão (cerca de 2 meses) os dias são longos, podendo atingir temperaturas de no máximo 10°C. Ao contrário do longo inverno (cerca de 10 meses), o qual apresenta dias mais curtos com temperaturas negativas, que podem atingir o -40 °C.

Dessa forma, o solo da tundra é raso e formado por terra, pedras e gelo. Ele é chamado de “permafrost” (permanentemente gelado), o que indica seu congelamento na maior parte do ano, dificultando a existência de grande variedade vegetativa. No entanto, no verão a neve derrete formando regiões pantanosas.

Leia também sobre o Clima Polar.
Fauna e Flora

Ao pensarmos no clima da tundra, acreditamos ser impossível a vida numa região tão fria do planeta com condições tão adversas.

Entretanto, diversos animais fazem parte dessa gélida paisagem, donde muitos vivem na tundra somente no curto verão, migrando para regiões mais quentes no inverno.

Assim, além dos inúmeros insetos na tundra há lobos, ursos, alces, renas, cabras, roedores, raposas, lebres, perdizes, corujas, dentre outros.

Curioso notar que muitos animais que sobrevivem na tundra possuem uma coloração de pelagem decorrente da mudança de paisagem.

Assim, no inverno, a fim de se camuflarem, a pelagem de muitos animais permanece branca como a neve, enquanto no verão surgem mais escuras.

Da mesma maneira, a flora da tundra é variada, embora não existam árvores maiores justamente pelos fortes ventos frequentes na região.

No entanto, alguns tipos de vegetais adaptados ao clima polar se desenvolvem no bioma, por exemplo pequenos arbustos, ervas, líquens, musgos, gramíneas. Além disso, é possível encontrar pequenas árvores esparsas que sobrevivem ao clima.
Curiosidades
A palavra “Tundra” na língua finlandesa significa "planície sem árvores", enquanto que na língua russa, significa “terras elevadas” ou “região montanhosa desprovida de árvores”.
A área coberta pela tundra ocupa cerca de um quinto da superfície terrestre.



Taiga

A taiga (do russo тайга́), também conhecida por floresta de coníferas, ou ainda floresta boreal, é um bioma predominante das regiões localizadas em elevadas latitudes cujo clima típico é o continental frio e polar, comumente encontrado no norte do Alasca, Canadá, sul da Groenlândia, parte da Noruega, Suécia, Finlândia... 

A Taiga, também chamada de Floresta de Coníferas ou Floresta Boreal, representa um tipo de vegetação típica das altas altitudes, está presente na porção norte do hemisfério norte do globo mais precisamente entre a Tundra e a Floresta Temperada.


Surgem nas regiões setentrionais da América do Norte, Europa e Ásia, como no Japão, Rússia, Canadá, Alasca, Groenlândia, Finlândia, Noruega, Suécia e Sibéria.

Note que a Taiga é um dos maiores biomas do mundo (com a floresta mais extensa do mundo) e por isso possui enorme importância no ecossistema ambiental mundial, a qual equilibra o clima e o ar.

A Taiga vem sofrendo nos últimos anos, com a exploração desenfreada de madeira, alterando a paisagem natural a partir da degradação e consequentemente do desequilíbrio do meio ambiente, desde da diminuição e, em casos mais extremos, a perda de espécies vegetais e/ou animais.

Clima

A ocorrência da Taiga é típica das zonas temperadas e Antártida do globo, portanto está localizada nas regiões de clima subártico (subpolar), ou seja, basicamente muito frio (baixas temperaturas) e seco (baixa umidade).

Apresenta elevada amplitude térmica (diferença entre a mínima e máxima temperatura), com temperaturas que podem atingir -50°C no inverno e 20°C, no verão.

Caracterizada por longo inverno seco, frio (elevada precipitação de neve) e dias curtos, enquanto que no curto verão há precipitação de chuvas, deixando a região mais úmida, sendo determinado pelos dias mais longos.

Fauna e Flora

Tanto a fauna como a flora são adaptadas ao clima subártico, ou seja, as baixas temperaturas com ventos fortes e intensa precipitação de neve.

Na fauna das taigas encontramos animais hibernantes e migratórios, a saber: ursos, linces, alces, lobos, raposas, esquilos, castores, renas, veados, lebres, além da gama de aves e insetos.

Apresenta uma floresta densa, donde a flora é composta majoritariamente de vegetação arbustiva e árvores coníferas, com presença de pinheiros, salgueiros, nogueiras, faias, abetos, bétulas, dentre outras espécies vegetais.

Segundo as características da flora da taiga, com árvores de folhagem densa, a penetração de luz solar é muito baixa, dificultando assim, o desenvolvimento da vegetação rasteira, o que torna o solo pobre em nutrientes, embora há espécies de musgos e líquens.

Curioso notar que as árvores que compõem esse tipo de bioma apresentam a copa das árvores em formato cônico, com o intuito de não acumular a intensa neve que cai durante o inverno.


Definição

Taiga é um tipo de vegetação caracterizada pela presença de coníferas (pinheiros e abetos). Este bioma está presente nas regiões norte da Rússia, norte da Europa e Canadá.

Clima ideal 

O clima nas regiões de taiga é frio, com ventos fortes e gelados durante grande parte do ano. Nestas regiões há precipitação de neve durante o inverno.

Flora da taiga

A flora da taiga não é muito diversificada, pois o frio e a neve impedem o desenvolvimento de muitas espécies vegetais. Sobrevivem aquelas que estão adaptadas ao clima frio. Os pinheiros, por exemplo, conseguem se desenvolver, pois possuem uma camada cerosa sobre as folhas, protegendo-as das baixas temperaturas e da neve. A vegetação rasteira que se desenvolve na taiga são os fungos e liquens.

Fauna 

A fauna típica das regiões de taiga é composta pelas seguintes espécies de animais: alces, lobos, ursos, linces, raposas, arminhos, lebres, coelhos, esquilos, entre outros.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

People ungiu Lupita Nyong´o



12 razões porque Lupita foi eleita a mulher mais bonita do mundo (e uma razão porque o Brasil não tem negra em capa de revista)

A mais importante revista de famosos do mundo elege todo ano  os mais belos do planeta. Esse ano, a People ungiu Lupita Nyong´o, estrela de 12 Anos de Escravidão. Por quê?
1. Lupita faz propaganda para diversas marcas importantes do mundo da moda. Já apareceu em tudo que é capa de revista feminina mundo afora. Acaba de ser escolhida como a face dos cosméticos Lancome. São justamente os anunciantes que mais importam para uma revista com público feminino - como a People.
2. Lupita é moça fina. Pai professor universitário, alto funcionário do governo de seu país. Sua irmã, executiva de tecnologia, foi eleita pela revista Forbes parte dos 20 jovens mais podeross da África.
3. Lupita tem nome e origem exóticos. É queniana, nascida no México, donde o nome, diminutivo de Guadalupe. Se fosse nascida no Arkansas e chamasse LaShawna Washington, seria bem menos interessante. Mas é exótica no tempero, no recheio é bem americana – foi criada nos EUA.
4. Lupita está sempre bem vestida, e sem extravagâncias e cafonices, nos tapetes vermelhos mundo afora.
5. Lupita é um hyphenate. Sabe o que é? É uma pessoa que tem várias profissões, tantas que você precisa juntar com um hífen. Lupita é atriz, mas já dirigiu documentário e videoclipe, trabalhou em produção de filme, é modelo, é formada em teatro etc. Digamos que é uma atriz-produtora-diretora-ícone fashion.
6. Com 26 anos escreveu, dirigiu e produziu um documentário sobre a população albina do Quênia. Mais precoce e mais politicamente correta, não dá.
7. Lupita é formada em Teatro na prestigiosa Yale. Já encenou Shakespeare, Chekhov etc.
8. Não é teen. Tem 31 anos. É uma mulher.
9. E, claro, sofreu o diabo na mão dos brancos, como a Patsey em 12 Anos de Escravidão, seu primeiro filme.
10. Papel pelo qual ganhou um monte de prêmios, inclusive o principal, o Oscar.
11. Lupita é negra. E negra retinta. A primeira a ser escolhida como a pessoa mais bonita pela People. É uma tomada de posição por parte da revista. Tem significado. Pega bem.
12. Lupita é bonita



Pelé (Rei do Futebol)




Jogou no New York Cosmos de 1975 a 1977. Foi Ministro dos Esportes entre os anos de 1995 e 1998. Ganhou títulos em várias partes do mundo. Edson Arantes do Nascimento (1940) ou simplesmente Pelé, nasceu na cidade de Três Corações, Minas Gerais, no dia 23 de outubro de 1940

Pelé (1940) é um ex-jogador brasileiro de futebol. Conhecido como "Rei Pelé", encantou o mundo com seus dribles e passes. Foi designado o Embaixador Mundial do Futebol. Foi eleito o "Atleta do Século". Levou o Santos Futebol Clube, onde atuou por mais de duas décadas, a ganhar mais de quarenta taças. Foi artilheiro do campeonato paulista, ganhou o título 11 vezes, onde 9 foram consecutivas. Foi artilheiro da Libertadores, da Taça Brasil e do Torneio Rio São Paulo. Fez sua estreia na Seleção Brasileira com apenas 17 anos, incompletos, onde só se despediu em 1971. Jogou no New York Cosmos de 1975 a 1977. Foi Ministro dos Esportes entre os anos de 1995 e 1998. Ganhou títulos em várias partes do mundo.
Edson Arantes do Nascimento (1940) ou simplesmente Pelé, nasceu na cidade de Três Corações, Minas Gerais, no dia 23 de outubro de 1940. Começou a carreira no infanto-juvenil do Bauru Atlético Clube, em São Paulo, onde conquistou o bicampeonato em 1954 e 1955. Em 1956, foi levado para treinar no Santos F.C., pelo também jogador, Waldemar de Brito. Em jogo treino, Pelé fez quatro gols, onde seu time ganhou de 6 a 1.
Sua primeira partida oficial foi no dia 7 de setembro de 1956, em jogo amistoso entre Santos e Corinthians. O resultado foi de 7 a 1 para o Santos, com dois gols de Pelé. Na contagem de 1000 gols da carreira, este foi o primeiro oficializado. Pelé levou o Santos a conquistar mais de quarenta taças. Em 1974 fez o seu último jogo com a camisa do Santos.
Pelé fez sua estreia na seleção brasileira no dia 7 de julho de 1957, com 17 anos incompletos, no jogo contra a Argentina, no Estádio do Maracanã no Rio de Janeiro, onde marcou seu primeiro gol pela seleção. Pelé Participou de 115 partidas pela seleção brasileira, marcando 103 gols, sendo 92 oficiais. Foi convocado para a copa do mundo na Suécia, em 1958, quando pela primeira vez foi campeão mundial e marcou seis gols.
Na copa do Chile em 1962, Pelé sofreu uma distensão muscular, no jogo contra a Checoslováquia, ficou fora da equipe e quem brilhou no seu lugar foi o jogador Garrincha. Participou ainda da copa de 1966, na Inglaterra e da copa de 1970, no México, quando a seleção trouxe para o Brasil a taça Jules Rimet. O último jogo de Pelé pela seleção foi no Estádio do Maracanã em 18 de julho de 1971, na partida entre Brasil e Iugoslávia, com o placar de dois a dois.
Pelé jogou também no New York Cosmos no período de 1975 a 1977. A última partida pelo time americano foi no Giants Stadium em 1 de outubro de 1977. Foi eleito presidente honorário do New York Cosmos. Pelé marcou 1281 gols em 1363 partidas, número que fez dele o maior artilheiro da história do futebol. Pelé aposentou-se do futebol no ano de 1977 e desde então é o embaixador mundial do futebol. Entre 1995 e 1998 Pelé foi Ministro dos Esportes no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Pelé recebeu vários títulos, em 1981 foi eleito o "Atleta do Século" pelo jornal L'Equipe. Em 1997 recebeu o título de Sir-Cavaleiro Honorário do Império Britânico, das mãos da Rainha Elizabeth II. Em 1999 foi eleito o "futebolista do século". Em 2002 a FIFA o elegeu como o jogador de futebol do século XX.
Em novembro de 2011, Pelé lança seu livro "Primeiro Tempo", onde relata fatos e curiosidades de sua carreira.

Títulos Conquistados por Pelé

Pelo Santos:
Bicampeão da Taça Libertadores da América (1962 e 1963)
Bicampeão Mundial de Interclubes (1962 e 1963)
Campeão da Taça de Prata (1968)
Cinco vezes campeão da Taça Brasil (1961, 62, 63, 64 e 65)
4 vezes campeão do Torneio Roberto Gomes Pedrosa/Rio-São Paulo (1959. 1963,1964 e 1966)
25 títulos de torneios no exterior:
Pela seleção brasileira:
Tricampeão mundial (1958, 1962 e 1970)
Bicampeão da Copa Rocca (1957 e 1963)
Pelo Cosmos:
Campeão da Liga Americana – NASL (1977)

Castro Alves - o poeta dos escravos


“O poeta dos escravos”. Antônio Frederico de Castro Alves  - 1870, ano em que publica “Espumas Flutuantes”, único livro editado em vida.

Biografia, obras e estilo literário 

          Antônio Frederico de Castro Alves foi um importante poeta brasileiro do século XIX. Nasceu na cidade de Curralinho (Bahia) em 14 de março de 1847. No período em que viveu (1847-1871), ainda existia a escravidão no Brasil. O jovem baiano, simpático e gentil, apesar de possuir gosto sofisticado para roupas e de levar uma vida relativamente confortável, foi capaz de compreender as dificuldades dos negros escravizados. Manifestou toda sua sensibilidade escrevendo versos de protesto contra a situação a qual os negros eram submetidos. Este seu estilo contestador o tornou conhecido como o “Poeta dos Escravos”. 

          Aos 21 anos de idade, mostrou toda sua coragem ao recitar, durante uma comemoração cívica, o “Navio Negreiro”. A contra gosto, os fazendeiros ouviram-no clamar versos que denunciavam os maus tratos aos quais os negros eram submetidos. Além de poesia de caráter social, este grande escritor também escreveu versos lírico-amorosos, de acordo com o estilo de Vítor Hugo. Pode-se dizer que Castro Alves foi um poeta de transição entre o Romantismo e o Parnasianismo. 

          Este notável escritor morreu ainda jovem, antes mesmo de terminar o curso de Direito que iniciara, pois, vinha sofrendo de tuberculose desde os seus 16 anos. Apesar de ter vivido tão pouco, este artista notável deixou livros e poemas significativos.

Poesias de Castro Alves:
- Espumas Flutuantes, 1870
- A Cachoeira de Paulo Afonso, 1876 
- Os Escravos, 1883 
- Hinos do Equador, em edição de suas Obras Completas (1921) 
- Navio Negreiro (1869) 
- Tragédia no lar 


A garça Triste

"Eu sou como a garça triste
"Que mora à beira do rio,
"As orvalhadas da noite
"Me fazem tremer de frio.

"Me fazem tremer de frio
"Como os juncos da lagoa;
"Feliz da araponga errante
"Que é livre, que livre voa.

"Que é livre, que livre voa
"Para as bandas do seu ninho,
"E nas braúnas à tarde
"Canta longe do caminho.

"Canta longe do caminho.
"Por onde o vaqueiro trilha,
"Se quer descansar as asas
"Tem a palmeira, a baunilha.

"Tem a palmeira, a baunilha,
"Tem o brejo, a lavadeira,
"Tem as campinas, as flores,
"Tem a relva, a trepadeira,

"Tem a relva, a trepadeira,
"Todas têm os seus amores,
"Eu não tenho mãe nem filhos,
"Nem irmão, nem lar, nem flores".

A cantiga cessou. . . Vinha da estrada
A trote largo, linda cavalhada
De estranho viajor,
Na porta da fazenda eles paravam,
Das mulas boleadas apeavam
E batiam na porta do senhor.

Figuras pelo sol tisnadas, lúbricas,
Sorrisos sensuais, sinistro olhar,
Os bigodes retorcidos,
O cigarro a fumegar,
O rebenque prateado
Do pulso dependurado,
Largas chilenas luzidas,
Que vão tinindo no chão,
E as garruchas embebidas
No bordado cinturão.

A porta da fazenda foi aberta;
Entraram no salão.

Por que tremes mulher? A noite é calma,
Um bulício remoto agita a palma
Do vasto coqueiral.
Tem pérolas o rio, a noite lumes,
A mata sombras, o sertão perfumes,
Murmúrio o bananal.

Por que tremes, mulher? Que estranho crime,
Que remorso cruel assim te oprime
E te curva a cerviz?
O que nas dobras do vestido ocultas?
É um roubo talvez que aí sepultas?
É seu filho ... Infeliz! ...

Ser mãe é um crime, ter um filho - roubo!
Amá-lo uma loucura! Alma de lodo,
Para ti - não há luz.
Tens a noite no corpo, a noite na alma,
Pedra que a humanidade pisa calma,
— Cristo que verga à cruz!

Castro Alves - poeta


O Navio negreiro é um poema de Castro Alves e um dos mais conhecidos da literatura brasileira. O poema descreve com imagens e expressões terríveis a situação dos africanos arrancados de suas terras

O Navio Negreiro

I
'Stamos em pleno mar... Doudo no espaço
Brinca o luar — dourada borboleta;
E as vagas após ele correm... cansam
Como turba de infantes inquieta.
'Stamos em pleno mar... Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro...
O mar em troca acende as ardentias,
— Constelações do líquido tesouro...
'Stamos em pleno mar... Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes...
Qual dos dous é o céu? qual o oceano?...
'Stamos em pleno mar. . . Abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas...
Donde vem? onde vai?  Das naus errantes
Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?
Neste saara os corcéis o pó levantam,
Galopam, voam, mas não deixam traço.
Bem feliz quem ali pode nest'hora
Sentir deste painel a majestade!
Embaixo — o mar em cima — o firmamento...
E no mar e no céu — a imensidade!
Oh! que doce harmonia traz-me a brisa!
Que música suave ao longe soa!
Meu Deus! como é sublime um canto ardente
Pelas vagas sem fim boiando à toa!
Homens do mar! ó rudes marinheiros,
Tostados pelo sol dos quatro mundos!
Crianças que a procela acalentara
No berço destes pélagos profundos!
Esperai! esperai! deixai que eu beba
Esta selvagem, livre poesia
Orquestra — é o mar, que ruge pela proa,
E o vento, que nas cordas assobia...
..........................................................
Por que foges assim, barco ligeiro?
Por que foges do pávido poeta?
Oh! quem me dera acompanhar-te a esteira
Que semelha no mar — doudo cometa!
Albatroz!  Albatroz! águia do oceano,
Tu que dormes das nuvens entre as gazas,
Sacode as penas, Leviathan do espaço,
Albatroz!  Albatroz! dá-me estas asas. 
II

Que importa do nauta o berço,
Donde é filho, qual seu lar?
Ama a cadência do verso
Que lhe ensina o velho mar!
Cantai! que a morte é divina!
Resvala o brigue à bolina
Como golfinho veloz.
Presa ao mastro da mezena
Saudosa bandeira acena
As vagas que deixa após.
Do Espanhol as cantilenas
Requebradas de langor,
Lembram as moças morenas,
As andaluzas em flor!
Da Itália o filho indolente
Canta Veneza dormente,
— Terra de amor e traição,
Ou do golfo no regaço
Relembra os versos de Tasso,
Junto às lavas do vulcão!
O Inglês — marinheiro frio,
Que ao nascer no mar se achou,
(Porque a Inglaterra é um navio,
Que Deus na Mancha ancorou),
Rijo entoa pátrias glórias,
Lembrando, orgulhoso, histórias
De Nelson e de Aboukir.. .
O Francês — predestinado —
Canta os louros do passado
E os loureiros do porvir!
Os marinheiros Helenos,
Que a vaga jônia criou,
Belos piratas morenos
Do mar que Ulisses cortou,
Homens que Fídias talhara,
Vão cantando em noite clara
Versos que Homero gemeu ...
Nautas de todas as plagas,
Vós sabeis achar nas vagas
As melodias do céu! ... 
III

Desce do espaço imenso, ó águia do oceano!
Desce mais ... inda mais... não pode olhar humano
Como o teu mergulhar no brigue voador!
Mas que vejo eu aí... Que quadro d'amarguras!
É canto funeral! ... Que tétricas figuras! ...
Que cena infame e vil... Meu Deus! Meu Deus! Que horror! 
IV

Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!
E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...
Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!
No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."
E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
E da ronda fantástica a serpente
          Faz doudas espirais...
Qual um sonho dantesco as sombras voam!...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
          E ri-se Satanás!...  
V

Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!
Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são?   Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa...
Dize-o tu, severa Musa,
Musa libérrima, audaz!...
São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
Ontem simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão. . .
São mulheres desgraçadas,
Como Agar o foi também.
Que sedentas, alquebradas,
De longe... bem longe vêm...
Trazendo com tíbios passos,
Filhos e algemas nos braços,
N'alma — lágrimas e fel...
Como Agar sofrendo tanto,
Que nem o leite de pranto
Têm que dar para Ismael.
Lá nas areias infindas,
Das palmeiras no país,
Nasceram crianças lindas,
Viveram moças gentis...
Passa um dia a caravana,
Quando a virgem na cabana
Cisma da noite nos véus ...
... Adeus, ó choça do monte,
... Adeus, palmeiras da fonte!...
... Adeus, amores... adeus!...
Depois, o areal extenso...
Depois, o oceano de pó.
Depois no horizonte imenso
Desertos... desertos só...
E a fome, o cansaço, a sede...
Ai! quanto infeliz que cede,
E cai p'ra não mais s'erguer!...
Vaga um lugar na cadeia,
Mas o chacal sobre a areia
Acha um corpo que roer.
Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d'amplidão!
Hoje... o porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar...
Ontem plena liberdade,
A vontade por poder...
Hoje... cúm'lo de maldade,
Nem são livres p'ra morrer. .
Prende-os a mesma corrente
— Férrea, lúgubre serpente —
Nas roscas da escravidão.
E assim zombando da morte,
Dança a lúgubre coorte
Ao som do açoute... Irrisão!...
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus,
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus?!...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
Do teu manto este borrão?
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão! ... 
VI

Existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio.  Musa... chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto! ...
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...
Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu nas vagas,
Como um íris no pélago profundo!
Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta dos teus mares!

Machado de Assis

jornalista, contista, cronista, romancista, poeta e teatrólogo, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 21 de junho de 1839, e faleceu também no Rio de Janeiro, em 29 de setembro de 1908. É o fundador da cadeira nº. 23 da Academia Brasileira de Letras.

Conhecido por ter sido “um bruxo” da literatura, Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em 21 de junho de 1839, no morro do Livramento. Com uma infância pobre e mulato, logo nos primeiros anos de escola Machado demonstraria suas habilidades intelectuais.
Com um talento excepcional para a análise e escrita, não tardou para que começasse a frequentar os maiores grupos literários carioca. Diante de uma literatura brasileira que ainda dava seus primeiros passos, Machado inova e surpreende ao tratar em suas obras mais do que o cotidiano da elite carioca; o que, de fato, lhe interessava, era o tipo humano, com suas vaidades e dúvidas.
Sua obra costuma ser dividida em duas grandes épocas: a romântica e a realista. A primeira conta com livros que seguem a estética do Romantismo e a segunda, na qual Machado atinge o auge de sua produção, nos apresenta personagens que ficarão para sempre na memória literária brasileira.
O forte abalo que a morte de sua esposa Carolina lhe causou imensa tristeza. Machado morre em 29 de setembro de 1908 após uma série de complicações de sua saúde.
Poesia:
 HORAS VIVAS
Noite; abrem-se as flores...
Que esplendores!
Cíntia sonha amores
Pelo céu.
Tênues as neblinas
Às campinas
Descem das colinas,
Como um véu.
Mãos em mãos travadas
Animadas,
Vão aquelas fadas
Pelo ar;
Soltos os cabelos,
Em novelos,
Puros, louros, belos,
A voar.
— "Homem, nos teus dias
Que agonias,
Sonhos, utopias,
Ambições;
Vivas e fagueiras,
As primeiras,
Como as derradeiras
Ilusões!
— Quantas, quantas vidas
Vão perdidas,
Pombas malferidas
Pelo mal!
Anos após anos,
Tão insanos,
Vêm os desenganos
Afinal.
— Dorme: se os pesares
Repousares.
Vês? — por estes ares
Vamos rir;
Mortas, não; festivas,
E lascivas,
Somos — horas vivas
De dormir. —"

Min. Joaquim Benedito Barbosa Gomes

É um jurista e ex-magistrado brasileiro. Foi procurador da República e ministro do Supremo Tribunal Federal, corte da qual foi presidente de 2012 até 2014.

Nascimento: 7 de outubro de 1954 (62 anos), Paracatu, Minas Gerais

Nacionalidade: Brasileiro 






Primogênito de oito filhos, nasce em Paracatu, estado de Minas Gerais. Seu pai era pedreiro e sua mãe, dona de casa. Quando estes se separam, passa a ser arrimo de família. Realizou os estudos primários na sua cidade natal e aos 16 anos foi sozinho para Brasília, arranjando emprego na gráfica do Correio Braziliense. Sempre estudando em colégio público, termina o segundo grau na capital federal.

Obteve seu bacharelado em Direito na Universidade de Brasília, onde, em seguida, conquista seu mestrado em Direito do Estado. Presta concurso público para procurador da república, e uma vez aprovado, atua no Rio de Janeiro. É Professor licenciado da Faculdade de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), onde ensinou as disciplinas de Direito Constitucional e Direito Administrativo. Foi Visiting Scholar entre 1999 e 2000 no Human Rights Institute da Columbia University School of Law, New York, e na University of California - Los Angeles School of Law entre 2002 e 2003.

Fez estudos complementares de idiomas estrangeiros no Brasil, Inglaterra, Estados Unidos, Áustria e na Alemanha, sendo fluente em francês, inglês, alemão e espanhol. Toca piano e violino desde os 16 anos de idade. Embora tenha sido amplamente divulgado que ele fosse o primeiro negro a se tornar ministro do STF, Barbosa é na verdade o terceiro, precedido por Hermenegildo de Barros (de 1919 a 1937) e Pedro Lessa (de 1907 a 1921).

Barbosa ganhou enorme destaque na mídia devido à sua posição de relator do notório processo do mensalão. Coordenou toda a fase de instrução do processo e conhece os mínimos detalhes de mais de 50000 páginas de depoimentos, laudos e perícias. É o único ministro abertamente favorável à legalização do aborto, e opõe-se ao foro privilegiado para autoridades. É também contra o poder do ministério público de arquivar inquéritos administrativamente ou presidir inquéritos policiais. Afirma ser contra a suposta prestação preferencial de jurisdição às partes de maior poder aquisitivo (“furar fila”). A postura do ministro é ainda alvo de críticas da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), sob o fundamento de que, por vezes, situações de urgência realmente justificariam a inversão da ordem dos julgamentos.

O ministro é também autor de inúmeros artigos de doutrina jurídica e das obras “La Cour Suprême dans le Système Politique Brésilien”, publicada na França em 1994, e ainda de “Ação Afirmativa & Princípio Constitucional da Igualdade. O Direito como Instrumento de Transformação Social. A Experiência dos EUA”, publicado no Brasil, em 2001.

Bibliografia:



Arquivado em: Biografias

Joaquim Barbosa (1954) é um advogado brasileiro. Foi Procurador da República. Foi Ministro do Supremo Tribunal Federal, do qual assumiu a presidência entre os anos de 2012 e 2014. Foi o relator do processo do mensalão. Foi professor de Direito Processual Civil da Universidade do Estado do Rio de janeiro.
Joaquim Barbosa (1954) nasceu em Paracatu, em Minas Gerais, no dia 7 de outubro de 1954. Filho de um pedreiro e uma dona de casa é o mais velho de oito irmãos. Estudou no Colégio Estadual Antônio Carlos, na sua cidade natal. Desde criança ajudava o pai fazendo tijolos e entregando lenha num caminhão da família.
Joaquim Barbosa tinha o hábito de ler tudo que encontrava, escrevia no ar e cantava em outros idiomas, diz o seu tio José Barbosa. Em 1971, a família foi tentar a vida em Brasília. Joaquim empregou-se na gráfica do Correio Brasiliense.
Continuou seus estudos em colégio público, onde completou o segundo grau. Ingressou na Universidade de Brasília, formou-se em Direito, obteve em seguida o mestrado em Direito de Estado. Tinha facilidade para línguas, dominava o inglês, alemão, italiano e francês.
Foi aprovado no concurso para oficial de chancelaria do Ministério das Relações Exteriores. Entre os anos de 1976 e 1979 serviu na Embaixada do Brasil em Helsinki, na Finlândia. Entre 1979 e 1984 foi advogado do Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO).
Foi aprovado no concurso para procurador da República. Licenciou-se do cargo e passou quatro anos estudando na França, na Universidade de Sorbonne. Obteve o mestrado e doutorado em Direito Público.
Foi professor visitante na Universidade Columbia, em Nova Iorque, entre os anos de 1999 e 2000 e na Universidade da Califórnia entre 2002 e 2003. Quando estava em Los Angeles, em 2003, foi informado que seu nome era cotado para a vaga do Supremo Tribunal Federal. Foi Ministro do Supremo Tribunal Federal. Assumiu a presidência do Supremo no dia 22 de novembro de 2012, permanecendo na função até 2014.
Durante sete anos, foi o relator do processo do mensalão. Coordenou toda a fase de instrução do processo, conhece os mínimos detalhes de mais de 50 mil páginas de depoimentos, laudos e perícias. Condenou os mensaleiros por crime de desvio de dinheiro dos cofres públicos.
No dia 29 de maio de 2014, Joaquim Barbosa anunciou sua aposentadoria do Supremo Tribunal Federal, o que ocorreu por Decreto, no dia 30 de julho de 2014.

terça-feira, 23 de maio de 2017

Democracia Brasileira







Nova Londrina, 29 de maio de 2017



COLÉGIO ESTADUAL ARY JOÃO DRESCH – EFM, NOVA LONDRINA, ESTADO DO PARANÁ
Professor – Osmar Soares Fernandes - Disciplina – História – 1º Ano C – Matutino.





DEMOCRACIA BRASILEIRA






Aluno (a) ______________________________________nº________

Nova Londrina, 29 de maio de 2017


Índice

1. INTRODUÇÃO........................................................................................ 03
             2. COMO COMEÇOU A DEMOCRACIA.................................................... 04
2.1 A ditadura Militar no Brasil......................................................................05
2.2 A Diretas Já.............................................................................................06
2.3 Assembleia Nacional Constituinte de 1987/88....................................... 07
2.4 O voto ou sufrágio................................................................................... 08
2.5 Urnas eletrônicas................................................................................... .09
2.6 Fernando Collor de Mello........................................................................ 09
2.7 Michel Temer...........................................................................................10
2.8 Democracia..............................................................................................10
3.CONCLUSÃO.............................................................................................13
REFERÊNCIAS..............................................................................................15

1.INTRODUÇÃO

Como é atual Rui, o águia de Haia, (MATOS, Miguel. Migalhas de Rui Barbosa. 1ª ed. São Paulo: Migalhas, 2010. v. I. aforismo nº 676) ao dizer:
“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”.

A palavra democracia tem origem no grego demokratía que é composta por demos (que significa povo) e kratos (que significa poder). Neste sistema político, o poder é exercido pelo povo através do sufrágio universal.
Depois de 20 anos de Ditadura Militar no Brasil, o país passava por uma crise econômica, social e política, que por sua vez, pode vislumbrar um sistema democrático com a apresentação de uma nova constituição, 1988, a qual contemplava a liberdade de direitos e a igualdade social.
Após a enorme frustração causada com o indeferimento da Emenda Dante de Oliveira, o cenário político nacional passou por mais uma eleição conduzida pelo Colégio Eleitoral, órgão responsável pela escolha indireta do cargo de Presidente da República. Com o sistema político em vigor tomado pelo regime pluripartidarista, os vários partidos se movimentavam em torno dos possíveis nomes que poderiam assumir o cargo presidencial.
A Constituição de 1988 contemplava, dentre outras coisas, a liberdade de voto, de expressão, e ainda, apresentava um sistema de eleições livres.
O movimento “DIRETAS JÁ” (1984) foi responsável pelo avanço de algumas questões sobre as eleições democráticas no país, uma vez que reivindicava a realização de eleições diretas para eleger o presidente do país.
Entretanto, na época, o processo não foi considerado. O objetivo desse movimento era eleger um civil e retirar os militares do poder, que somente fora conquistado com a aprovação da constituição.
Em 5 de outubro de 1988, após intensos debates, conflitos, impasses e negociações, foi promulgada, em sessão solene, a sétima Constituição do Brasil.
Em 1989, Fernando Collor de Mello, ganhou a primeira eleição direta para a Presidência da República após o período de regime militar e foi o presidente mais jovem da história do Brasil.

2. COMO COMEÇOU A DEMOCRACIA

A Democracia surgiu na Grécia onde o governo era realmente exercido pelo povo, que fazia reuniões em praça pública para tratar de vários assuntos e problemas, era a chamada Democracia Direta. Neste tipo de democracia, as decisões são tomadas em assembleias públicas. Com o crescimento das populações, as reuniões em praça pública ficaram impossíveis de acontecer, surgiu, então um novo tipo de Democracia, a Democracia Representativa, onde o povo se reúne e escolhe – por meio do voto os representantes que irão tomar decisões em seu nome. Este é o processo mais comum de tomada de decisão nos governos democráticos, também chamado de mandato político. Aparentemente, podemos concluir que Clístenes foi o reformador capaz de estabilizar o regime democrático ateniense. Além disso, ficamos com a ligeira impressão de que a igualdade entre os cidadãos de Atenas fora realmente alcançada. Porém, o conceito de cidadania dos atenienses não englobava, de fato, a maioria da população. Somente os homens livres, de pai e mãe ateniense, maiores de 18 anos e nascidos na cidade eram considerados cidadãos. As mulheres, escravos e estrangeiros não desfrutavam de nenhum tipo de participação política. Dessa forma, a democracia ateniense era excludente na medida em que somente um décimo da população participava do mundo político ateniense.
Alguns fundadores dos EUA usaram os termos “Democracia” e “República” de forma similar à usada por Aristóteles. “República” era usada para designar a democracia representativa, que na opinião deles era a única capaz de proteger os direitos dos cidadãos, já o termo “democracia” era usado para designar a democracia direta que para eles era sinônimo de tirania e injustiça.
Muitos cientistas políticos usam o termo “democracia” para caracterizar um governo que atua em favor do povo (direto ou representativo), enquanto que “Republica”, seria o sistema político onde o chefe de estado é eleito por um determinado período de tempo.

2.1 A ditadura Militar no Brasil

Podemos definir a Ditadura Militar como sendo o período da política brasileira em que os militares governaram o Brasil. Esta época vai de 1964 a 1985. Caracterizou-se pela falta de democracia, supressão de direitos constitucionais, censura, perseguição política e repressão aos que eram contra o regime militar. A ditadura militar foi uma das maiores afrontas à democracia, e a consciência democrática foi um forte elemento de oposição à ditadura. A democracia no Brasil tem início no século XX, após a Ditadura Militar, período de repressão e de perseguição que impedia as pessoas de terem livre-arbítrio. No país, foram 30 anos de luta para alcançar a igualdade de direitos que foi concebida sobretudo, com a implementação de uma nova constituição.
O Golpe Militar de 1964 marca uma série de eventos ocorridos em 31 de março de 1964 no Brasil, e que culminaram em um golpe de estado no dia 1 de abril de 1964. Esse golpe pôs fim ao governo do presidente João Goulart, também conhecido como Jango, que havia sido de forma democrática, eleito vice-presidente pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
Imediatamente após a tomada de poder pelos militares, foi estabelecido o AI-1. Com 11 artigos, o mesmo dava ao governo militar o poder de modificar a constituição, anular mandatos legislativos, interromper direitos políticos por 10 anos e demitir, colocar em disponibilidade ou aposentar compulsoriamente qualquer pessoa que fosse contra a segurança do país, o regime democrático e a probidade da administração pública, além de determinar eleições indiretas para a presidência da República.
Durante o regime militar, ocorreu um fortalecimento do poder central, sobretudo do poder Executivo, caracterizando um regime de exceção, pois o Executivo se atribuiu a função de legislar, em detrimento dos outros poderes estabelecidos pela Constituição de 1946. O Alto Comando das Forças Armadas passou a controlar a sucessão presidencial, indicando um candidato militar que era referendado pelo Congresso Nacional.
A liberdade de expressão e de organização era quase inexistente. Partidos políticos, sindicatos, agremiações estudantis e outras organizações representativas da sociedade foram suprimidas ou sofreram interferência do governo. Os meios de comunicação e as manifestações artísticas foram reprimidos pela censura. A década de 1960 iniciou também, um período de grandes transformações na economia do Brasil, de modernização da indústria e dos serviços, de concentração de renda, de abertura ao capital estrangeiro e do endividamento externo.

2.2 A Diretas Já

Diretas Já foi um dos movimentos de maior participação popular, da história do Brasil. Teve início em 1983, no governo de João Batista Figueiredo e propunha eleições diretas para o cargo de Presidente da República. A campanha ganhou o apoio dos partidos PMDB e PDS, e em pouco tempo, a simpatia da população, que foi às ruas para pedir a volta das eleições diretas. Em 1984, haveria eleição para a presidência, mas seria realizada de modo indireto, através do Colégio Eleitoral. Para que tal eleição transcorresse pelo voto popular, ou seja, de forma direta, era necessária a aprovação da emenda constitucional proposta pelo deputado Dante de Oliveira (PMDB – Mato Grosso).
A cor amarela era o símbolo da campanha. Depois de duas décadas intimidada pela repressão, o movimento das Diretas Já ressuscitou a esperança e a coragem da população. Além de poder eleger um representante, a eleição direta sinalizava mudanças também econômicas e sociais. Lideranças estudantis, como a UNE (União Nacional dos Estudantes), sindicatos, como a CUT (Central Única dos Trabalhadores), intelectuais, artistas e religiosos reforçaram o coro pelas Diretas Já.
Foram realizadas várias manifestações públicas. Mas dois comícios marcaram a campanha, dias antes de ser votada a emenda Dante de Oliveira. Um no Rio de Janeiro, no dia 10 de abril de 1984 e outro no dia 16 de abril, em São Paulo. Aos gritos de Diretas Já, mais de um milhão de pessoas lotou a praça da Sé, na capital paulista.
Após a enorme frustração causada com o indeferimento da Emenda Dante de Oliveira, o cenário político nacional passou por mais uma eleição conduzida pelo Colégio Eleitoral, órgão responsável pela escolha indireta do cargo de Presidente da República. Com o sistema político agora tomado pelo regime pluripartidarista, os vários partidos se movimentavam em torno dos possíveis nomes que poderiam assumir o cargo presidencial.
Para selar definitivamente a vitória, o PMDB formalizou uma aliança com o PFL indicando o senador maranhense José Sarney – que incoerentemente havia articulado contra as “Diretas Já” – como vice-presidente de Tancredo. Dessa forma, no dia 15 de janeiro de 1985, o Colégio Eleitoral iniciou suas votações.
Por meio de uma estranha manobra política, setores democráticos e antigos membros do regime militar se abraçaram naquelas eleições. Dessa forma, com uma larga diferença de 300 votos, Tancredo Neves derrotou a chapa de Paulo Maluf e, assim, foi eleito presidente da República. Apesar das estranhas feições deste acontecimento histórico, um civil voltou ao poder após 21 anos de regime militar no Brasil. Um novo momento de expectativas e discussões se formulava no país. Embora Tancredo Neves tenha sido eleito presidente do Brasil, ele não assumiu. Na véspera de sua posse, no dia 14 de março de 1985, foi internado em estado grave, assumindo interinamente a presidência, seu vice, José Sarney, que foi efetivado no cargo no dia 21 de abril de 1985, dia da morte do presidente eleito, Tancredo Neves.

2.3 Assembleia Nacional Constituinte de 1987/88

No dia 1º de fevereiro de 1987, os membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal reuniram-se, unicameralmente, em Assembleia Nacional Constituinte (ANC). Composta por 559 constituintes, a ANC foi convocada em meio ao processo de transição democrática do país, sendo parte de um compromisso assumido pelas forças políticas que chegaram ao poder em 1985. Em 5 de outubro de 1988, após intensos debates, conflitos, impasses e negociações, foi promulgada, em sessão solene, a sétima Constituição do Brasil. “Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias”.

2.4 O voto ou sufrágio

O voto, ou sufrágio, como é também conhecido, é um dos principais instrumentos utilizados para eleições de representantes políticos ou para tomar decisões políticas, em espaços em que há consulta popular para isso, como nos casos de referendos ou plebiscitos. No Brasil, são eleitos através do voto diversos representantes políticos da população, como vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais, além de governadores e presidentes da República. Desde a Constituição de 1988 que o sufrágio universal foi instituído para a escolha dos ocupantes desses cargos acima mencionados. Sufrágio universal significa que todo o cidadão dentro das normas legais tem direito ao voto. Tal configuração de participação política foi uma vitória no sentido de ampliação dos critérios da democracia representativa no país, já que todos os cidadãos com mais de 16 anos, homens ou mulheres, alfabetizados ou analfabetos, têm direito a escolher seu representante através do voto.
Porém, na história do voto do Brasil, nem sempre foi assim. As votações que existiam durante a colônia e durante o Império brasileiro estavam restritas a homens que detinham certo nível de renda. Com o advento da República, o voto foi estendido aos demais homens, mas não às mulheres. Estas somente puderam participar das eleições no Brasil a partir de 1932, com a reforma do Código Eleitoral.
A existência dos períodos ditatoriais, como entre 1937 e 1945 e entre 1964 e 1985, diminuiu muito a abrangência da participação política dos cidadãos na escolha de seus representantes políticos. A restrição histórica à participação de boa parte da população na escolha de seus representantes através do voto fez com que o sufrágio universal estabelecido na Constituição de 1988 ganhasse uma enorme importância.
Através do voto, é possível ao eleitor e ao cidadão escolher dentre um leque de opções previamente estabelecido uma pessoa que o representará em algumas das instituições políticas por um período determinado. Essa escolha, na forma ideal, deve ser feita com consciência política e após uma análise das propostas do candidato e de sua viabilidade de aplicação, além do histórico pessoal e político do candidato.
Todo brasileiro com idade entre 18 e 70 anos é obrigado a votar. Para analfabetos, pessoas com mais de 70 anos e jovens entre 16 e 18 anos, o voto é facultativo. Aqueles que não se inscreveram como eleitores ou tiveram seus títulos cancelados não poderão exercer seu direito de escolha.

2.5 Urnas eletrônicas

No dia 13 de maio de 1996, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) iniciou o envio das urnas eletrônicas aos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) para que eles pudessem conhecer o equipamento, ainda inacabado, que seria utilizado nas eleições municipais daquele ano. Com o objetivo de dar mais segurança, agilidade e afastar a intervenção humana do processo eleitoral, a urna foi concebida e, desde então, passa por constantes evoluções. Entretanto, somente nas Eleições Municipais de 1996 que os eleitores tiveram o primeiro contato com a urna eletrônica. Na ocasião, mais de 32 milhões de brasileiros, um terço do eleitorado da época, foram votar nas mais de 70 mil urnas eletrônicas produzidas para aquelas eleições. Participaram 57 cidades com mais de 200 mil eleitores, entre elas, 26 capitais.

2.6 Fernando Collor de Mello

Em 1989, Fernando Collor de Mello, ganhou a primeira eleição direta para a Presidência da República após o período de regime militar e foi o presidente mais jovem da história do Brasil. Em 1992, o ex-presidente Fernando Collor foi condenado por crime de responsabilidade por ter utilizado cheques fantasmas para o pagamento de despesas pessoais – como uma reforma na Casa da Dinda, residência em que morava em Brasília, e a compra de um carro Fiat Elba. Collor renunciou antes da votação final pelo Senado, mas mesmo assim o processo continuou. Atualmente senador pelo estado de Alagoas, ele votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff.

2.7 Michel Temer

O presidente interino Michel Temer tomou posse, 31/08/2016, quarta-feira, como presidente da República para mandato que termina em 31 de dezembro de 2018. Temer assumiu definitivamente o mandato após o afastamento de Dilma Rousseff pelo Senado na votação do processo de impeachment.

2.8 Democracia

Democracia é o regime político em que a soberania é exercida pelo povo. A palavra democracia tem origem no grego demokratía que é composta por demos (que significa povo) e kratos (que significa poder). Neste sistema político, o poder é exercido pelo povo através do sufrágio universal
.
Na democracia, o povo participa do governo pelo voto, pelo plebiscito. As Leis saem daqueles que foram escolhidos pelo povo para serem seus legítimos representantes. Este regime de governo não é sistema fechado e rígido. Ele se amolda conforme as necessidades e a evolução do povo. É por isso que dizemos que a democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo.  A democracia dá igualdade de oportunidade para todos, pois são iguais perante a lei. Na democracia, todos podem constituir associações para fins jurídicos, econômicos, sendo asseguradas pelo Estado. Há apoio, pelo menos moral, a toda iniciativa particular que não atende contra o bem comum.  Nela, todos se sentem responsáveis pelo progresso e pelos fracassos, pois todos concorrem para a escolha dos governantes. É um regime de governo em que todas as importantes decisões políticas estão com o povo, que elegem seus representantes por meio do voto. É um regime de governo que pode existir no sistema presidencialista, onde o presidente é o maior representante do povo, ou no sistema parlamentarista, onde existe o presidente eleito pelo povo e o primeiro ministro que toma as principais decisões políticas.
Democracia é um regime de governo que pode existir também, no sistema republicano, ou no sistema monárquico, onde há a indicação do primeiro ministro que realmente governa. A democracia tem princípios que protegem a liberdade humana e baseia-se no governo da maioria, associado aos direitos individuais e das minorias.
Uma das principais funções da democracia é a proteção dos direitos humanos fundamentais, como as liberdades de expressão, de religião, a proteção legal, e as oportunidades de participação na vida política, econômica, e cultural da sociedade. Os cidadãos têm os direitos expressos, e os deveres de participar no sistema político que vai proteger seus direitos e sua liberdade.

1º princípio – A democracia, na sua oposição ao totalitarismo, se inspira nos princípios que determinam os vários fins do estado como imutáveis e superiores a toda ideologia particular. Esses princípios indicados na fórmula “governo para o povo” baseiam-se na convicção comum de que os governos não existem senão em função dos direitos naturais e inalienáveis com os quais o Criador dotou o homem que nenhuma autoridade humana pode ab-rogar. Escopo do Estado é proteger e promover o bem comum do povo, assegurar por outro lado as condições sociais, materiais e espirituais que permitam integral desenvolvimento de todos os cidadãos.
2º princípio – a democracia, na sua oposição ao autoritarismo, se inspira no princípio da soberania popular. Segundo esse princípio, ninguém pode apoderar-se do governo em virtude da própria força, mas sim o povo, a quem compete o bem comum, é responsável em assegurar-lhe a realização designando a autoridade responsável. Este princípio, indicado na fórmula “governo do povo” é o principal elemento genérico do regime democrático. Com base na lei natural que faz dos homens tanto seres sociais levados a constituírem-se necessariamente em sociedades para fruir do bem comum, os governos são investidos, pelo consentimento do povo, do poder de obrigar em consciência e de punir os transgressores.
3º princípio – a democracia, na sua oposição à ditadura, se inspira nos princípios estruturais, os quais garantem a participação popular de tal sorte que o governo funcione na realidade, para o povo. Esses princípios indicados na fórmula “governo pelo povo” constituem a característica específica do regime democrático. Desde de que cada homem é dotado de razão e chega à idade adulta com um mínimo de experiência, o povo está no grau de participar na atividade atinente ao bem comum, exprimindo a própria vontade através de seus representantes e de outros meios diretos entre os quais os mais regulares são os movimentos de opinião pública. Os grupos sociais e técnicos não ainda politicamente maduros, tem direito de receber uma educação que lhes permita assumir sua responsabilidade nas questões relativas ao bem comum.
4º princípio – a democracia, na sua oposição a todos os regimes que degradam o povo, se inspira nos princípios que afirmam o primado dos valores espirituais. Tal reconhecimento de forças sobre econômicas e sobre nacionais, em última análise sobre-humanas, as quais criam uma atmosfera religiosa, faz parte do clima da democracia. Esta atmosfera de confiança naquilo que o homem tem de melhor, o estimula a superar a si mesmo e é a força que pode criar na maioria dos cidadãos um comportamento respeitável e digno. O Estado democrático deve favorecer, pois, no povo, a livre prática daquelas leis superiores que tem a sua última razão em Deus, e são a melhor garantia contra os perigos de doutrinas que suprimem a liberdade. (“Pro Deo”) A experiência vem demonstrando que os países democráticos se desenvolvem mais a contento de todos, com mais rapidez e eficiência do que os totalitários. E praticada a democracia nos países de maior cultura política. É tão bem aceita, que até os regimes ou movimentos totalitários se declaram democráticos.
De fato, só a verdadeira democracia garante e concretiza os seguintes objetivos: o bem comum, os direitos humanos, os deveres, a vida segura para todos, o bem-estar, igualdade de tratamento, liberdade de expressão, de ação, de culto e de escolha do próprio estado de vida, de participação na vida política.
A democracia, no entanto só será o apanágio de todos e regime insuperável, quando todos os cidadãos forem “conscientizados” e “politizados”, isto é, quando tomarem conta de sua responsabilidade, dos seus deveres e direitos, quando compreenderem o valor da organização política e da importância do bem comum para a felicidade geral, quando o simples operário, como o rico, o sábio, como o mais humilde dos cidadãos, estiverem cônscios de que seu desenvolvimento será completo, seus direitos serão assegurados na democracia com a colaboração de todos.

3. CONCLUSÃO

            A democracia brasileira está longe de ser perfeita, mas desde a implantação da democracia ateniense por Clístenes, o mundo político nunca mais foi o mesmo. Podemos concluir que Clístenes foi o reformador capaz de estabilizar o regime democrático ateniense. Além disso, ficamos com a ligeira impressão de que a igualdade entre os cidadãos de Atenas fora realmente alcançada. Porém, o conceito de cidadania dos atenienses não englobava, de fato, a maioria da população.

A Ditadura militar no Brasil teve seu início com o golpe militar de 31 de março de 1964, resultando no afastamento do Presidente da República, João Goulart, e tomando o poder o Marechal Castelo Branco. Este golpe de estado, caracterizado por personagens afinados como uma revolução instituiu no país uma ditadura militar, que durou até a eleição de Tancredo Neves em 1985. Os militares na época justificaram o golpe, sob a alegação de que havia uma ameaça comunista no país.

No Brasil, A Diretas Já foi um dos movimentos de maior participação popular. Teve início em 1983, no governo de João Batista Figueiredo e propunha eleições diretas para o cargo de Presidente da República. Porém, somente a partir da promulgação da nova Carta Magna, a Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, teve-se eleições diretas no Brasil, onde o povo pôde, enfim, escolher seus representantes políticos. No dia 1º de fevereiro de 1987, os membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal reuniram-se, unicameralmente, em Assembleia Nacional Constituinte (ANC). Composta por 559 constituintes, a ANC foi convocada em meio ao processo de transição democrática do país, sendo parte de um compromisso assumido pelas forças políticas que chegaram ao poder em 1985.

Em 1989, Fernando Collor de Mello, ganhou a primeira eleição direta para a Presidência da República após o período de regime militar e foi o presidente mais jovem da história do Brasil.

A democracia, na sua oposição ao totalitarismo, se inspira nos princípios que determinam os vários fins do estado como imutáveis e superiores a toda ideologia particular. Na sua oposição ao autoritarismo, se inspira no princípio da soberania popular. Na sua oposição à ditadura, se inspira nos princípios estruturais, os quais garantem a participação popular de tal sorte que o governo funcione na realidade, para o povo, pelo povo e com o povo. Na sua oposição a todos os regimes que degradam o povo, se inspira nos princípios que afirmam o primado dos valores espirituais. Tal reconhecimento de forças sobre econômicas e sobre nacionais, em última análise, sobre-humanas, as quais criam uma atmosfera religiosa, faz parte do clima da democracia.

No Brasil, são eleitos através do voto diversos representantes políticos da população, como vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais, além de governadores e presidentes da República. Desde a Constituição de 1988 que o sufrágio universal foi instituído para a escolha dos ocupantes desses cargos acima mencionados. A democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo.




REFERÊNCIAS

A Ditadura Militar no Brasil – A ditadura militar no Brasil de 1964 – 1985, http://www.sohistoria.com.br/ef2/ditadura/. > Acesso na data de 29 de maio de 2017.
AZAMBUJA, Darcy. Introdução à ciência política. 8. Ed. São Paulo, Globo, 1994.
Constituição Da República Federativa Do Brasil De 1988, Brasília, 5 de outubro de 1988.
CORRÊA, Nereu. Democracia, educação e liberdade. S. ed. Rio de Janeiro, Val, 1965.
CUNHA, Fernando Witaker da. Democracia e cultura.  Os pressupostos da ação política. S. ed. Rio de Janeiro, Freitas bastos, 1968.
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. A democracia possível. 4. ed. São Paulo, Saraiva, 1978.
MADDICK, Henry. Democracia, descentralização e desenvolvimentoS. ed. Trad. de Ruy Jungmann. Rio de Janeiro, Forense, 1966.
SOUSA, Rainer Gonçalves.         "Democracia Ateniense"; Brasil Escola. Disponível em . Acesso em 23 de maio de 2017.
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Urna eletrônica brasileira completa 20 anos a favor da democracia. http://www.tse.jus.br/imprensa/noticias-tse/2016/Maio/urna-eletronica-brasileira-completa-20-anos-a-favor-da democracia. Acesso em 23 de maio de 2017.



OSMAR SOARES FERNANDES (PR), Escritor, Professor e Pós-graduado em Psicopedagogia Clínica e Institucional, pela Fatec/PR; Professor de História, Ex-Presidente do Sindaed/MT; Ex-Vereador na cidade de Nova Londrina/PR