Trabalhando

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Sessão da Câmara Municipal

sábado, 29 de julho de 2017

A CRISTANDADE MEDIEVAL EM CONFLITO COM O ISLÃ




A formação do mundo medieval: Roteiro de estudos


1. É possível afirmar que as invasões bárbaras foram sempre ações militares de conquista?

Não. Em meados do século II, a dificuldade em obter mão de obra escrava para o trabalho agrícola, devido ao término das guerras de conquista, levou Roma a arrendar aos germanos pequenos lotes de terra. A infiltração dos “bárbaros”, aconteceu, a princípio, na região entre os rios Reno e Danúbio, onde os germanos passaram a cultivar os campos em troca de um dízimo pago ao governo imperial romano. A migração consentida aos “bárbaros”, a partir do século IV, no Império Romano, ocorreu com a licença e mesmo com o incentivo do Estado, que os recebia como povos federados. Em resumo, as invasões dos povos germânicos foram, de um lado, ações militares de conquista, e de outro, migrações pacíficas sob a chancela dos imperadores.

Obs.: Naquele período, os romanos tinham o costume de chamar esses invasores estrangeiros de “bárbaros”. Essa palavra de origem grega era genericamente destinada a todo aquele que não tinha capacidade de assimilar a língua e os costumes romanos. Apesar dessa distinção, as invasões bárbaras foram responsáveis diretas por um intenso intercâmbio cultural que modificou profundamente a formação étnica, política, econômica, linguística e religiosa do mundo ocidental.

2. Caracterize a organização social, política e econômica dos germanos.

R. A organização social dos bárbaros se baseava na “sipe”, um clã formado por famílias ligadas entre si por parentesco onde cada um protegia ao outro e onde a ofensa a um deles significava a ofensa a toda à sipe. Como não conheciam a organização em um estado a instituição mais importante dos bárbaros era a Assembleia de Guerreiros que decidia sobre todas as questões, decidindo inclusive quem seria o rei. Eram guerreiros, mas também camponeses. Viviam, sobretudo, da agricultura e do pastoreio. Sua religião era politeísta e Odin, o deus do vento e da guerra, seu principal representante. Eles acreditavam que após a morte os bravos guerreiros iriam desfrutar de um paraíso, como uma vida após a morte.

3. Qual a importância da invasão da Europa ocidental pelos hunos?

R. Os principais povos germânicos que invadiram o Império Romano foram os hunos, os vândalos, os visigodos, os ostrogodos, os francos, os lombardos e os anglo-saxões. Em alguns momentos, eles conseguiram alcançar a cidade de Roma, saqueando a cidade e buscando destruí-la. Em 476, o líder dos hérulos, Odoacro, comandou a invasão e o saque de Roma, destronando o último imperador romano Rômulo Augusto. Odoacro enviou as insígnias imperiais à capital do Império Romano do Oriente, Constantinopla, decretando o fim do Império do Ocidente. Assim começou o período medieval, que os historiadores dividem em duas fases: Alta Idade Média (do século V ao X) e Baixa Idade Média (do século XI ao XV). A importância dessa invasão foi que deflagrou o Império Romano do Ocidente, que ruiu, e ascendeu a parte oriental do Império Romano que se tornou, a partir dos séculos seguintes, uma potência no mundo mediterrâneo. A sede do Império Romano do Oriente ou Império Bizantino era a cidade de Constantinopla (atual Istambul, na Turquia).

4. O que se passou com a parte oriental do Império Romano após a queda de Roma, no século V?

R. Apesar da Influência romana, evidente na estrutura política do império, heranças gregas e asiáticas tornaram a cultura bizantina diferentes da romana nos mais variados aspectos: religioso, arquitetônico, artístico, linguístico. O idioma falado em Bizâncio era o Grego. A capital do Império Bizantino era Constantinopla, que era situada num ponto estratégico, eixo comercial, que ligava o mar Negro ao mar Egeu. Retratavam a vida de Jesus, dos profetas e dos imperadores bizantinos, cujo poder era considerado divino. O império Bizantino conheceu seu esplendor durante o reinado de Justiniano (527 – 565), que procurou restaurar a autoridade imperial em territórios controlados pelo antigo Império Romano, mantendo o mar Mediterrâneo como eixo da economia. Restabeleceu os quadros administrativos romanos e determinou a compilação e revisão do Direito Romano.  Em 528, nascia o Código de Direito Civil (Corpus Luris Civilis), cujo livro mais importante, o Código de Justiniano, afirmava o poder ilimitado do imperador e a submissão de colonos e escravos aos seus senhores. O imperador era considerado o representante de Deus na Terra. Em 730, iconoclastia tornou-se doutrina oficial, por decreto do imperador Leão III, proibindo o culto às imagens. Somente em 843 o culto às imagens foi restaurado.

5. Qual fato deu início à aliança entre o reino dos francos e a Igreja no início da Idade Média?

R. A vitória dos francos sobre os alamanos estimulou a conversão de Clóvis ao cristianismo da Igreja de Roma. Em 496, ele foi batizado em Reims, fato que se tornou um marco importante para a história dos francos e da Igreja no mundo medieval. Ele unificou os francos e fundou uma monarquia cristã na qual o poder político era legitimado pela Igreja de Roma, assumindo o papel de defensor do credo romano. 

6. Que consequências econômicas e sociais o Ocidente europeu sofreu com o processo de ruralização?

R. A partir de meados do século IX, o Ocidente adquiriu as características que iriam marcar boa parte da Idade Média: do ponto de vista econômico-social, o triunfo da ruralização; O processo de ruralização fez com que o extenso sistema de cobrança de impostos e o comércio perdessem o grande papel outrora desempenhado. Assim, houve a descentralização do poder da terra; Iniciou-se o poder de servidão e lealdade ao senhor proprietário e agricultura de subsistência. Houve uma onda de invasões ao império fragilizado do Ocidente, sobretudo de vikings ou normandos (ao norte), húngaros (a leste) e sarracenos (na península Ibérica e ao sul da península Itálica). Essas invasões, somada à ruralização e à descentralização política, propiciaram a formação do feudalismo (A economia feudal baseava-se principalmente na agricultura.

7. Por que a desagregação do Império Carolíngio abriu caminho para o feudalismo?

R. O Tratado de Verdun, em 843, oficializou a partilha do Império Carolíngio em três reinos menores. Tal ação foi início da desintegração territorial, tendo em vista o consequente enfraquecimento militar e as invasões provocadas pelos vikings e outros povos. Dessa maneira, os nobres proprietários de terra passaram a experimentar uma maior autonomia política. Uma das características fundamentais do feudalismo se viabilizava no momento em que as invasões estrangeiras e a fragmentação do território aconteciam. Essas novas invasões, somada à ruralização e à descentralização política, propiciaram a formação do feudalismo.

8. Defina a corveia imposta aos camponeses medievais.

R. Tributo em trabalho na reserva ou castelo senhorial três dias da semana.

9. Diferencie vassalagem de servidão.



R. Existiam dois tipos de relação social na sociedade feudal, ambas legitimadas pela Igreja: a de Vassalagem, que unia os nobres cavaleiros por compromisso de lealdade pessoal; e a Servidão, que assegurava a exploração dos camponeses.



10. Os impérios do mundo antigo tinham ampla abrangência territorial e estruturas complexas, o que implicava custos crescentes de administração. No caso do Império Romano, cite os exemplos desses custos.


R. As despesas militares, a realização de obras públicas e a manutenção de estradas.



11. O termo “bárbaro” teve diferentes significados ao longo da história. Sobre os usos desse conceito, o que podemos afirmar?

R. Bárbaro foi uma denominação comum a muitas civilizações para qualificar os povos que não compartilhavam dos valores destas civilizações.

12. Vândalo (do latim vandulus). S. m. 1. Membros de um povo germânico de bárbaros que, na Antiguidade, devastaram o Sul da Europa e o Norte da África. 2.Fig. Aquele que destrói monumentos ou objetos respeitáveis. 3. Fam. Indivíduo duro que tudo destrói, quebra, rebenta.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio Século XXI: dicionário da língua portuguesa. 3. Ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. (Adaptado).

O verbete “vândalo” indica que o mesmo termo adquire diferentes significados. O sentido predominante no dicionário citado, e amplamente empregado na cobertura midiática das recentes manifestações no Brasil, decorre da prevalência, em qual cultura ocidental?

R. Decorre da prevalência do mundo dos romanos, que, negando a cultura dos povos germânicos, consolidou a dicotomia entre civilização e barbárie.

13. A civilização bizantina floresceu na Idade Média, deixando, em muitas regiões da Ásia e da Europa, testemunhos de sua irradiação cultural. Quais as contribuições artísticas bizantinas que se difundiram, expressando forte destinação religiosa?

R. Inspiraram a criação de grandes mosaicos, expressão máxima da arte bizantina, que, além de decorar fontes e abóbadas, eram um meio de instrução espiritual para os fiéis. Retratavam a vida de Jesus, dos profetas e dos imperadores bizantinos. Conjugaram o arco, a abóbada e a cúpula, formatos arredondados, com um plano centrado, em forma quadrada ou em cruz grega.
Significado de Abóbada: substantivo feminino [Arquitetura] Obra de alvenaria arqueada em que os elementos que a constituem (pedras, tijolos etc.) se apoiam uns nos outros, assumindo a forma de cobertura: abóbada de uma catedral. Abóbada de berço, abóbada em semicírculo, cujo comprimento é superior à largura. Abóbada de aresta, que é formada pela interseção de dois semicilindros. Abóbada celeste, o céu. Abóbada craniana, a parte superior da caixa craniana. Abóbada palatina ou palatal, a parede superior da boca e inferior das fossas nasais; céu da boca. Sinônimos de Abóbada: arcada, arqueamento, cúpula, zimbório.
 
14. (UFSCAR SP 2004). Dois pobres homens refugiaram-se na igreja dos bem-aventurados Marcelino e Pedro, mártires de Cristo, confessando que eram culpados e que tinham sido convictos de roubo em vossa presença, como tendo furtado caça grossa numa floresta senhorial. Já pagaram uma parte da composição e deveriam pagar o resto, mas declararam que não têm com que fazer, por causa da sua pobreza. Venho, pois, implorar a vossa benevolência, na esperança de que (...) vos digneis tratá-los com toda a indulgência possível (...). ("Eginhard. França, século IX.)

A partir da análise do documento, é correto afirmar que, durante boa parte da Idade Média.
a) 
a floresta senhorial era área comum de caça para servos e senhores.
b) 
os padres católicos opunham-se às leis senhoriais.
c) 
os servos burlavam leis feudais por conta de sua condição social.
d) 
as penas para crimes só eram estabelecidas por magistrados eclesiásticos.
e) 
os senhores feudais não podiam contrariar as leis.

15. (PUC-RS 2006). INSTRUÇÃO: Para responder à questão, considere as seguintes afirmativas sobre o Império Carolíngio, constituído a partir do reino dos Francos durante a chamada Alta Idade Média.

I. A dinastia carolíngia, a partir de Pepino, o Breve, no século VIII, buscou combater o poder temporal da Igreja através do confisco de terras eclesiásticas e da dissolução do chamado Patrimônio de São Pedro, na Itália.

II. A partir do reinado de Carlos Magno, coroado "imperador dos romanos" no ano de 800, a servidão enfraqueceu-se consideravelmente na Europa, pois o Estado impunha aos nobres a transformação dos servos da gleba em camponeses livres, para facilitar o recrutamento militar.


III. Apesar de procurar centralizar o poder, Carlos Magno contribuiu para a descentralização política no Império, ao distribuir propriedades de terras e direitos vitalícios entre os vassalos, em troca de lealdade e de serviço militar.

IV. O Tratado de Verdun, firmado entre os netos de Carlos Magno após esses guerrearem entre si, dividia o Império em três partes, que passavam a constituir Estados apenas nominais, devido à consolidação da ordem política feudal.
São corretas apenas as afirmativas
a. I e II.
b. II e III.
c. III e IV.
d. I, II e IV.
e. I, III e IV.

16. (UFRGS-2006). O assim denominado Grande Cisma do Oriente foi uma consequência:

a) da Reforma Calvinista, que, ao pregar a predestinação e o livre-arbítrio, acabou com a unidade da Igreja Católica.

b) da Querela das Investiduras, travada entre o Papa e o Imperador, a qual versava sobre a proibição de leigos concederem a posse de cargos na Igreja.

c) da emergência do islamismo, que propiciou aos árabes um ponto de união e identidade, mas os separou dos ocidentais.

d) do confronto entre a Igreja de Roma e a de Constantinopla, que resultou na cisão entre os ramos gregos e romanos do catolicismo.

e) do conflito religioso que instalou um papa em Avignon e outro em Roma, perturbando por décadas a concórdia interna da Igreja.

17. (UFPA-2009). Nas relações de suserania e vassalagem dominantes durante o feudalismo europeu, é possível observar que:
a) a servidão representou, sobretudo na França e na Península Ibérica, um verdadeiro renascimento da escravidão conforme existia na Roma Imperial.

b) os suseranos leigos, formados pela grande nobreza fundiária, distinguiam juridicamente os servos que trabalhavam nos campos dos que produziam nas cidades.

c) mesmo dispondo de grandes propriedades territoriais, os suseranos eclesiásticos não mantinham a servidão nos seus domínios, mas sim o trabalho livre.

d) o sistema de impostos incidia de forma pesada sobre os servos. O imposto da mão morta, por exemplo, era pago pelos herdeiros de um servo que morria para que continuassem nas terras pertencentes ao suserano.

e) as principais instituições sociais que sustentavam as relações entre senhores e servos eram de origem muçulmana, oriundos da longa presença árabe na Europa Ocidental.

LETRA D. Marcando a condição subalterna dos servos, os proprietários de terra detinham o direito de impor outros impostos, para além do já estabelecido uso da força de trabalho dos servos. Por meio dos impostos e obrigações, os senhores feudais reafirmavam a sua autoridade e determinavam uma condição de vida bastante restrita para os camponeses que se encontravam sob seus domínios.  


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