Logo após a transição política vivida durante o governo José Sarney, o Brasil viveu um período de movimentação política que consolidou a retomada do regime democrático no país. Em 1989, após vinte e nove anos, a população brasileira escolheria o novo presidente da República, através do voto direto, quando foram às urnas mais de 70 milhões de pessoas: 70 260 701.
A eleição presidencial de 1989, não foi acompanhada de disputas para governador, senador e deputado. Essa situação favoreceu o surgimento de inúmeros candidatos - muitos não interessados na Presidência, mas apenas para tornar o nome e o partido mais conhecidos nacionalmente para disputas posteriores. Quando Fernando Collor de Mello venceu a campanha de 1989, o brasileiro deixava um jejum de eleições presidenciais desde o golpe militar de 1964.
A disputa de 1989, polarizava-se entre dois nomes da esquerda: o veterano Leonel Brizola, do PDT, eleito governador do Rio em 1982, e Luiz Inácio Lula da Silva, líder operário que encabeçou a criação do renovador Partido dos Trabalhadores.
No primeiro trimestre de 1989, ninguém esperava a irrupção do nome de Collor, que se apresentou como a opção para representar o desprezo popular pelos políticos profissionais. Collor era filho de oligarcas alagoanos, embora tivesse crescido na Zona Sul do Rio de Janeiro, e governador do Estado de Alagoas, no qual fez ruidosa campanha de moralização do serviço público apresentando-se como o "caçador de marajás". Teve como vice Itamar Franco, Color venceu as eleições e foi empossado; o presidente confiscou os depósitos de poupança da população, iniciando o mandato polêmico que terminou num processo de impeachment em 1992.
20 – FERNANDO COLLOR DE MELLO – PRN:
1º lugar - Fernando Collor de Mello (PRN / PSC) - 20.607.936 votos. Dizia-se o “caçador de marajás”, abria seu discurso com “minha gente” e prometia um “Brasil novo”. Depois de um primeiro turno em que superou a descrença e a gozação dos adversários, que o viam como um político de segundo escalão saído de um Estado de menor expressão (Alagoas), Fernando Collor chega ao segundo turno com força renovada. Com 35 milhões de votos (53% dos válidos), Collor foi eleito.
Foi o responsável pela introdução do Neoliberalismo no país. Sob seu governo, o Estado brasileiro promoveu as primeiras privatizações do pós-Ditadura como tentativa de contar os índices inflacionários. Collor ainda lançou outras medidas econômicas, as quais chamou de Plano Collor, para tentar tornar a economia brasileira estável e competitiva. Em continuidade ao Plano Collor, veio o Plano Collor II e o Plano Marcílio que resultaram na insatisfação da população brasileira. Este último, em específico, determinou o confisco dos bens que os brasileiros tinham em poupança para uso do Estado. Em 1992, o presidente sofreu impeachment e o vice, Itamar Franco, assumiu. Durante 10 anos, Fernando Collor de Mello não pode se candidatar a cargos políticos no Brasil. Entretanto, apesar do impeachment sofrido, da corrupção comprovada e do envolvimento no caso da morte de P.C. Farias, Collor foi candidato ao governo de Alagoas em 2002. Naquela ocasião, o político foi derrotado. Todavia, nas eleições de 2006, foi eleito senador e reeleito em 2014. Atualmente é líder do PTB e do Bloco Parlamentar União e Força. O que é ainda pior, pois uma vez eleito senador, Fernando Collor de Mello garantiu o direito de circular livremente pelo Senado e pelo Congresso até o final de sua vida.
Fernando Affonso Collor de Mello – Mandato presidencial: 15 de março de 1990 – 29 de dezembro de 1992, Partido Trabalhista Cristão (PRN). Ele é investigado na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Segundo a investigação, o senador recebeu, entre 2010 e 2014, R$ 26 milhões como pagamento de propina por contratos firmados na BR Distribuidora. Em julho de 2015, a PF apreendeu por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) três veículos de luxo na residência de Collor em Brasília: uma Ferrari, um Porsche e um Lamborghini. A suspeita era que os veículos teriam sido comprados com o dinheiro desviado. No entanto, em outubro de 2015, a PF devolveu os veículos ao senador, mas manteve os documentos apreendidos. Collor negou as acusações de corrupção e disse que está sofrendo perseguição por parte do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. http://epoca.globo.com/tudo-sobre/noticia/2016/06/fernando-collor-de-mello.html
13 – LUÍS INÁCIO LULA DA SILVA – PT:
2º lugar - Luiz Inácio Lula da Silva (PT / PSB / PC do B) - 11.619.816 votos. Apareceu com a “criativa” vinheta da “Rede Povo”, contagiou gerações com o “Lula lá, brilha uma estrela”, mobilizou artistas, entidades. Após um primeiro turno sangrento, em que foi vítima de uma série de acusações que se mostrariam falaciosas pouco mais de uma década depois, Lula buscava desmistificar a figura de comunista revolucionário criada por seus adversários. Lula recebeu no segundo turno das eleições 31 milhões (47%).
Mandato presidencial: 1 de janeiro de 2003 – 31 de dezembro de 2010... OPERAÇÃO LAVA: O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato em primeira instância, aceitou nesta terça-feira (20) a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outras sete pessoas. Ele acolheu na íntegra a denúncia do MPF, feita na quarta (14), segundo a qual o ex-presidente cometeu crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva. http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2016/09/sergio-moro-aceita-denuncia-e-lula-torna-se-reu-na-operacao-lava-jato.html
12 – LEONEL BRIZOLA – PDT:
3º lugar - 11.166.016 votos. O terceiro colocado daquele pleito, e seu inesquecível “lá lá lá lá lá brizoooola”. Engenheiro Civil, formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1949. Na época, Brizola já tinha iniciado a sua carreira política. Dois anos depois de filiar-se ao PTB (1945), foi eleito deputado estadual pelo Rio Grande do Sul. Em 1950, casou-se com Neuza Goulart, irmã do ex-presidente João Goulart (1961/64), tendo como um dos padrinhos outro líder histórico do Brasil: Getúlio Vargas. Considerado o herdeiro político de Getúlio Vargas e de João Goulart, dois ex-presidentes do Brasil, Leonel de Moura Brizola foi um dos mais destacados líderes nacionalistas do país.
Ex-governador do Rio Grande do Sul, 1958; em 1962, pela primeira vez, Brizola foi eleito deputado federal pelo antigo Estado da Guanabara, com uma votação recorde - 269 mil votos; com a deposição do presidente João Goulart pelos militares, em 1964, Leonel Brizola foi obrigado a se exilar no Uruguai. Somente voltou ao Brasil em 1979, com a Lei da Anistia; Brizola fundou o PDT, partido pelo qual foi eleito governador do Rio de Janeiro em 1983; Brizola nasceu no dia 22 de janeiro de 1922, no povoado de Cruzinha, que pertencia a Passo Fundo (RS). Em 1931, passou à jurisdição de Carazinho (RS). Brizola morreu aos 82 anos no dia 21 de junho de 2004, de infarto decorrente de complicações infecciosas, no Rio de Janeiro.
45 – MÁRIO COVAS – PSDB:
4º lugar - 7.786.939 votos. Foi eleito deputado federal com 31.100 votos por São Paulo, sendo escolhido vice-líder do PST na Câmara. Em 1964, com a eleição indireta de Castelo Branco para Presidência, Covas, em protesto, votou no marechal Juarez Távora, que não concorria ao cargo. Neste mesmo ano, tornou-se líder do PST. Um dos mais importantes políticos brasileiros, Mário Covas Junior nasceu em Santos, em 21 de abril de 1930. Filho do português Mário Covas e da espanhola Arminda Carneiro Covas, cresceu em Santos, onde cursou o ensino fundamental no Colégio Santista. Nesta época, ganhou o apelido de 'Zuza', nome carinhosos usado por seus familiares, devido a uma fantasia de Carnaval. Com a extinção do pluripartidarismo, devido ao Ato Institucional 2, Covas filiou-se ao MDB, partido pelo qual foi reeleito deputado em 1966, tornando-se líder da sigla na Câmara.
Em 1969, devido a promulgação do Ato Institucional 5, Mário Covas foi destituído do seu cargo e teve seus direitos políticos suspensos por dez anos. Além disso, no mesmo ano, passou dez dias preso em um Quartel da Aeronáutica, em São Paulo. Durante o período da cassação, trabalhou com engenheiro, mas continuou seus contatos com a vida política do país. Filiou-se ao PMDB, sendo eleito deputado federal, em 1982, com mais de 300 mil votos. Indicado pelo governador Franco Montoro, assumiu a Prefeitura de São Paulo em 1983, onde ficou até 1985. foi eleito senador, em 1986, com 7,7 milhões de votos, a maior votação da história do Brasil na época, tornando-se líder do seu partido na Assembleia Nacional Constituinte. Em junho de 1988, Mario Covas foi um dos fundadores do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) e, alguns meses depois, seu presidente nacional. Em 1990, perdeu a eleição para governador de São Paulo, ficando em terceiro lugar. Quatro anos depois, foi eleito governador do Estado de São Paulo com 8,6 milhões de votos, sendo reeleito em 1998. Em 6 de março de 2001, Mário Covas morreu de falência múltipla dos órgãos por volta das 5h30, no Incor, em São Paulo. O seu velório foi acompanhado por milhares de pessoas, sendo sepultado no Cemitério do Paquetá, em Santos.
11 – PAULO MALUF – PDS:
5º lugar - 5.986.012 votos. Paulo Maluf chegou às eleições presidenciais de 1989 tentando provar ser um novo homem. Nos quatro anos anteriores o eterno candidato do PDS havia sofrido três duras derrotas consecutivas. A primeira no Congresso Nacional, 1985, quando foi preterido na eleição indireta para presidente por Tancredo Neves, que acabou vencendo, mas não assumindo em decorrência de sua morte. Depois, em 1986, no ano seguinte, disputou o governo de São Paulo e tornou a ser derrotado, desta vez por Orestes Quércia. A terceira e mais humilhante derrota havia sido em 1988, quando Eluiza Erundina, então no PT, derrotou o ex-prefeito biônico de São Paulo na disputa pelo comando da capital paulista todos lembram, era o “candidato da situação” na eleição indireta vencida por Tancredo, que, foi eleito por 480 votos (69%) contra 180 (26%) recebidos por Maluf.
Foram registradas nove ausências --cinco do PT, duas do PMDB, uma do PDS, e de Jiúlio Caruso (PDT), que estava acidentado. Também houve 17 abstenções, entre elas a do líder do PDS na Câmara, Nelson Marchezan, que foi vaiado. Maluf não venceu em nenhum Estado. Em 15 de janeiro de 1985, a atenção dos brasileiros se voltou para uma votação realizada no Congresso Nacional, em Brasília. Em jogo, estava o cargo mais importante do país, a Presidência da República. Pela primeira vez desde o início da ditadura militar, em 1964, um presidente civil seria eleito. Mas não da forma como queria a multidão que foi às ruas no ano anterior durante o movimento Diretas Já, que pedia eleição direta. Na disputa, apenas duas chapas. Pela Aliança Democrática, de oposição, Tancredo Neves (PMDB) e, como vice, José Sarney. Pelo PDS (Partido Democrático Social), o governista, Paulo Maluf e seu vice Flávio Marcílio. Como previsto pelos institutos de pesquisa, Tancredo saiu vencedor. Milhares de pessoas fizeram festa para comemorar não apenas a eleição de um presidente civil, mas também o fim de 21 anos de poder autoritário, de repressão e censura. Um deputado quase foi agredido durante a votação. O malufista Nilson Gibson (PSD-PE) se absteve de votar e por isso quase foi agredido pelo deputado e cantor Agnaldo Timóteo (PDT-RJ), tendo de sair às pressas do plenário.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, argumenta que, segundo a Constituição Federal, cidadãos brasileiros não podem ser extraditados, mesmo quando condenados no exterior. No Supremo Tribunal Federal (STF), a PGR é responsável por duas ações penais promovidas pelo MPF contra Maluf. Segundo o secretário de Cooperação Internacional da PGR, Vladimir Aras, a condenação de Maluf na França ainda está sujeita a recurso na Corte de Apelação de Paris. Mas mesmo em caso de condenação definitiva no exterior, a Justiça francesa não poderá pedir ao Brasil a homologação da sentença criminal condenatória para execução da pena em jurisdição brasileira. O Tribunal de Grande Instância de Paris concluiu pela existência de um esquema financeiro complexo configurado para esconder o produto de crimes cometidos no Brasil. Segundo a Justiça francesa, os três condenados agiram em associação para ocultar a origem e a natureza dos recursos que são fruto de corrupção e peculato no Brasil e enviar a empresas offshore e contas em bancos no exterior. Fonte: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/maluf-e-condenado-a-prisao-na-franca/
22 – GUILHERME AFIF DOMINGOS – PL:
6º lugar - 3.271.986 votos. Ainda no começo da corrida eleitoral de 1989, Guilherme Afif Domingos se apresentou como o “empresário do bem”. Um representante da elite, mas, segundo seu discurso, cheio de vontade para atacar um dos grandes problemas do Brasil até hoje: a má distribuição de renda. À frente do Partido Liberal, entrou na briga pra valer. Atacou, logo de cara, a poderosa Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (“uma estrutura que mama nas tetas do governo”) e bateu forte em Brizola (“é o que de mais conservador e anacrônico existe por aí”)
15 – ULYSSES GUIMARÃES – PMDB:
7º lugar - 3.204.853 votos. Era uma questão de honra. O homem que promulgou a constituição brasileira de 1988; Ulysses Guimarães chegou às eleições de 1989 sem o mesmo prestígio que conquistara ao longo da bela, porém derrotada, campanha pelas eleições diretas para presidente de cinco anos antes. Após ver a emenda Dante de Oliveira ser derrotada no Congresso Nacional, Ulysses se transformou em uma espécie de símbolo maior das lutas pela redemocratização plena do país naquela segunda metade dos anos 80. Mas, já quase na virada da década, a proximidade excessiva com José Sarney e suas políticas econômicas desastrosas e a costumeira dificuldade em unir o PMDB lhe cobrariam um preço alto. Chegou ao final da campanha sem apoio, quase desacreditado por seus pares. Ainda assim, conquistou mais de três milhões de votos e terminou como o sétimo candidato a presidente mais votado. O advogado Ulysses Silveira Guimarães, carinhosamente conhecido por Dr. Ulysses nasceu em Rio Claro, no interior de São Paulo, no dia 06 de outubro de 1916. Filho de Ataliba Silveira Guimarães, coletor federal e da professora Amélia Correia Fontes Guimarães, teve grande importância no cenário político brasileiro.
Os primeiros passos na vida pública foram dados no Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), onde exerceu a vice-presidência da União Nacional de Estudantes (UNE). Bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais e foi professor de várias universidades. Santista convicto, em 1942, chegou a ser nomeado diretor-presidente do clube até que em 1944 foi eleito vice-presidente. Por anos defendeu os interesses da agremiação junto a Câmara dos Deputados, em Brasília, ao lado de outros santistas como Mário Covas e Aluízio Mercadante. No Congresso, a carreira de Ulysses Guimarães teve início em 1947 ao se tornar deputado estadual pelo Partido Social Democrático (PSD), em São Paulo. A partir deste momento foi eleito deputado federal pelo mesmo estado e por onze mandatos consecutivos, de 1951 a 1995.
Assumiu o Ministério da Indústria e Comércio, no gabinete Tancredo Neves, durante a curta experiência parlamentarista brasileira (1961-1962). Apoiou o movimento militar de 1964 que depôs o presidente João Goulart, mas logo depois mudou de posição. Em 1965, filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), do qual seria vice-presidente e onde depois viria a se tornar presidente. Comandou o Parlamento Latino Americano, de 1967 a 1970. Em 1973, lançou sua anticandidatura simbólica à Presidência da República, como forma de repúdio ao regime militar, tendo como vice o jornalista e ex-governador de Pernambuco, Barbosa Lima Sobrinho. Teve uma ampla participação durante as campanhas pelo retorno do país à democracia, inclusive na luta pela anistia ampla, geral e irrestrita. Em 1979 com o fim do bipartidarismo o MDB converteu-se no Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) do qual se tornou presidente nacional.
Ao lado de Tancredo Neves, Orestes Quércia e Franco Montoro liderou novas campanhas pela redemocratização, principalmente a conhecida Diretas Já. Foi presidente da Câmara dos Deputados durante 1956/57, 1985/86 e 1987/88. De 1987 a 1988 presidiu ainda a Assembleia Nacional Constituinte. A nova Constituição, na qual Ulysses teve um papel fundamental, foi promulgada no dia 5 de outubro de 1988, tendo sido por ele chamada de Constituição Cidadã. Como presidente da Câmara dos Deputados foi substituto de José Sarney e assumiu várias vezes a presidência onde chegou a ser candidato, pelo PMDB, nas eleições de 1989 cujo vencedor foi Fernando Collor de Mello. Ulysses Guimaraes faleceu em acidente aéreo de helicóptero, no litoral de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, em 12 de outubro de 1992. No mesmo acidente morreram sua esposa Mora Guimarães além do ex-senador Severo Gomes, a esposa e o piloto. O corpo de Ulysses nunca foi encontrado.
23 – ROBERTO FREIRE – PCB:
8º lugar - 768.803 votos. Comunista comedor de criancinhas? Essa era a imagem que Roberto Freire menos queria passar para seus eleitores. Como primeiro candidato do Partido Comunista Brasileiro (PCB) à Presidência do Brasil desde 1945, ele tentava mostrar que, em 1989, as propostas de seu agrupamento político estavam a anos-luz de distância do movimento repressor tão presente na China comunista da época. Freire também se mostrava disposto a fazer possíveis alianças com PT, PDT e até PSDB, já prevendo que sua candidatura teria poucas chances de chegar ao segundo turno.
25 – AURELIANO CHAVES – PFL:
teve 0,9% dos votos, ficou em 9º lugar - Aureliano Chaves (PFL) - 600.730 votos; e nem mesmo venceu em sua terra natal. O ex-governador mineiro faleceu em 01 de maio de 2003, aos 74 anos. Mineiro de Três Pontas, Antônio Aureliano Chaves de Mendonça nasceu em 13 de janeiro de 1929. Filho de um dentista e de uma dona-de-casa, teve seis irmãos. Formado em engenharia, fez quase toda a sua carreira política durante o regime militar (1964-1985). Nesse período, foi deputado federal, governador de Minas Gerais e vice-presidente de Figueiredo. A primeira eleição que disputou foi em 1958, pela UDN. Em 1966, foi eleito deputado federal pela Arena, partido de sustentação do regime militar. Dois anos depois, votou contra o pedido de autorização feito pelo governo militar para processar o deputado Márcio Moreira Alves, que havia criticado o governo federal em um discurso no Congresso. O episódio foi o estopim para a edição do AI-5. Na época em que presidiu a Comissão de Minas e Energia da Câmara, conheceu o então presidente da Petrobras, general Ernesto Geisel, de quem se tornou amigo. Quando assumiu a Presidência, em 1974, Geisel indicou seu nome para o governo de Minas Gerais e, com seu apoio, Aureliano foi indicado para vice-presidente do general Figueiredo na sucessão presidencial. Já vice-presidente da República, Aureliano filiou-se ao PDS após o fim do bipartidarismo, em 1979. Em 1981, o presidente Figueiredo sofreu um infarto, o que levou Aureliano a assumir a Presidência por 49 dias.
Durante as movimentações da sucessão presidencial, participou da criação da Frente Liberal, grupo que reunia políticos do PDS contrários à indicação de Paulo Maluf à sucessão de Figueiredo, que viria a se transformar no PFL. A Frente Liberal uniu-se ao PMDB e formou a Aliança Democrática, que lançou o nome do governador de Minas Gerais, Tancredo Neves, para a Presidência da República, indicando José Sarney como vice. Com a morte de Tancredo e posse de Sarney, Aureliano Chaves ocupou o cargo de ministro das Minas e Energia (1985-1988).
Em 1989, com a volta das eleições diretas, lançou-se candidato à Presidência pelo PFL. Abandonado pelo partido, que aderiu a Fernando Collor, teve 0,9% dos votos, ficou em nono lugar e nem mesmo venceu em sua terra natal. Nacionalista convicto, durante o governo Itamar se empenhou na defesa do monopólio estatal do petróleo e da Petrobras como sua executora exclusiva. Em artigo publicado em 1993, afirmou que o monopólio ainda era fundamental à consolidação do desenvolvimento nacional.
51 – RONALDO CAIADO – PSD:
10º lugar - 488.872 votos. Privatização, meritocracia, livre iniciativa… o discurso parece familiar? Na campanha presidencial de 1989, Ronaldo Caiado, do PSD, era o candidato que apresentava com mais afinco esses ideais liberais. Ex-líder da União Democrática Ruralista, poderosa instituição que representava os interesses dos grandes produtores do campo, o médico Caiado dizia não ser de direita, mas um democrata, e defendia a presença do Estado apenas em setores considerados estratégicos, como habitação, saúde e segurança. Para todos os efeitos, na campanha, Caiado era um "nanico", mas cujas ideias encontram, até hoje, muitos apoiadores. "Não podemos confundir defesa de livre iniciativa nem defesa de terra produtiva como sendo radical de direita", disse.
Tramita, sob alto sigilo, na Polícia Federal (PF) a denúncia de que o senador por Goiás Ronaldo Caiado seria dono oculto de empresa que internaliza recursos remetidos por brasileiros na Austrália - Por Redação – de Brasília, Goiânia e Sydney (24/06/2016): Ativo de uma série de denúncias, nos últimos dias, o senador goiano Ronaldo Caiado (DEM) — líder da extrema direita no Congresso — está na alça de mira do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Nota divulgada pelo ex-senador Demóstenes Torres há mais de um ano, mas que volta pelas redes sociais, nesta sexta-feira, soma-se às suspeitas de que Caiado teria recebido recursos ilícitos de um esquema de lavagem de dinheiro que passa por empresas em Londres e Sydney, na Austrália. As denúncias teriam chegado à Polícia Federal (PF), em março de 2015, logo após a divulgação das ameaças de Torres. As empresas envolvidas estariam em operação desde 2007.
“Caiado x Demóstenes: briga antiga Demóstenes Torres, logo após a perda do mandato em 2011, no Senado, acusou o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado por associação ao contraventor Carlos Cachoeira nas campanhas que disputou à Câmara Federal nos anos de 2002, 2006 e 2010. Segundo Demóstenes, as digitais da contravenção seriam facilmente identificadas com uma investigação nas contas de material gráfico, de transporte aéreo e de gastos com pessoal. Na época, afirmou dispor de novas denúncias contra Caiado. O senador ruralista refutou as acusações, mas não impediu que Torres seguisse com as denúncias. Demóstenes Torres contou que Caiado era amigo de Cachoeira e médico do filho do contraventor, investigado na Operação Monte Carlo da PF, deflagrada em 2012, e que resultou na cassação de Demóstenes e na CPI do Cachoeira, mas não obteve qualquer resultado prático. — Ronaldo fazia, sim, parte da rede de amigos de Carlos Cachoeira. Era médico de seu filho. Mas não era só de amizade que se nutria Ronaldo Caiado, peguem as contas de seus gastos gráficos, aéreos e de pessoal, notadamente nas campanhas de 2002, 2006 e 2010, que qualquer um verá as impressões digitais do anjo caído. Siga o dinheiro — recomendou Torres.
Investigadores da PF que seguiram o conselho de Demóstenes, ao longo de mais de um ano, teriam chegado à capital australiana, segundo informou uma fonte à reportagem do Correio do Brasil, residente em Sydney, acerca do possível envolvimento do senador em um esquema gigantesco de lavagem de dinheiro. Demóstenes também citou, em pronunciamento no ano passado, o suposto “esquema goiano” que também teria financiado a campanha do presidente nacional do DEM, senador José Agripino Maia (RN), e outros integrantes da chapa, que elegeu ao governo potiguar a então senadora Rosalba Ciarlini.
— Caiado não ousou me defender, me traiu, mas, em relação a Agripino Maia, figura pouquíssimo republicana, disse que ele merece o benefício da dúvida. Poucos sabem, mas o político potiguar e seus companheiros de chapa em 2010 foram beneficiados pelo ‘esquema goiano’, com intermediação de Ronaldo Caiado — disse Demóstenes. E fez outras ameaças: — Me deixe em paz, senador. Continue despontando para o anonimato. É o seu destino. Não me move mais interesses políticos. Considero vermes iguais a você Marconi Perillo e Iris Rezende. Toque sua vida, se fizer troça comigo novamente não o pouparei. Continue fingindo que é inocente e lembre-se que não está na sarjeta porque eu não tenho vocação para delator — concluiu.
14 – AFFONSO CAMARGO – Partido da Social Democracia Brasileira – PTB:
11º lugar - 379.262 votos. Esse também tinha uma musiquinha longa e bonitinha, e se vendia como o “pai do vale-transporte” e “criador do bilhete único”. Affonso Alves de Camargo Netto foi um engenheiro civil e político brasileiro do estado do Paraná. Filho de Pedro Alípio Alves de Camargo e Ismênia Marçallo de Camargo, Nascimento: 30 de abril de 1929, Guarapuava/PR e Falecimento: 24 de março de 2011, Curitiba. Criador do vale-transporte, o paranaense Affonso Camargo foi senador por duas vezes – o primeiro mandato foi como biônico durante a ditadura militar e depois como senador eleito entre 1979 e 1987. Foi ministro dos Transportes nos governos de Sarney e Collor. Affonso Camargo faleceu aos 81 anos. Em 1989, Affonso Camargo foi candidato a presidente da República pelo PTB. Na sucessão seguinte, apoiou a candidatura de Fernando Collor, a quem serviu novamente como ministro dos Transportes e depois como ministro das Comunicações. Posteriormente, foi deputado federal. Em 2010, não conseguiu renovar seu mandato na Câmara.
56 – ENÉAS FERREIRA CARNEIRO – PRONA:
12º lugar - 360.574 votos (0,5%). Meu nome é Enéeeeeaas. O falecido cirurgião Enéas Carneiro concorreu três vezes à presidência. Usava seu pouco tempo na TV para fazer discursos inflamados sempre terminando com sua famosa frase. Enéas Ferreira Carneiro foi um médico cardiologista e político brasileiro. Como político, fundou o extinto Partido de Reedificação da Ordem Nacional, o Prona.
Em um único programa eleitoral gratuito de 1 minuto e 17 segundos em 1998, Enéas revela que todos os candidatos à presidência estão vendidos para os banqueiros, a elite internacional. - Que os programas eleitorais Super produzidos, bem como a própria TV, são fábricas de mentiras da Elite. - Que todos os partidos políticos sempre estiveram do mesmo lado, do lado da elite internacional, nunca do lado do povo - Que a briga entre os candidatos era totalmente falsa, um teatro de fantoches da elite. - Apresentou um documento citando o grupo bancário Inter-Alpha de Rothschild. - Citou nominalmente George Soros e suas atividades ilegais. - Citando os nomes dos candidatos brasileiros vendidos às drogas, em outros programas denunciou o "Foro de São Paulo". - Profetizou da explosão do uso de crack (cocaína de pobre). - Profetizou a marginalidade tomando conta das escolas públicas. Em outros programas Enéas: - defendeu a construção da Bomba Atômica como forma do Brasil deixar de ser o capacho das grandes potências e interesses internacionais. - defendeu uma reforma constitucional completa, pois as leis eram feitas pelos corruptos para os corruptos, e sempre tinham brechas. - defendeu que o sistema de urna eletrônica era uma fraude. - Argumentou que todo o setor de defesa do Brasil estava sendo sucateado, e que deveriam ser feitos investimentos maciços no setor. A partir de 1998, o partido PRONA foi vítima de toda sorte de boicotes, e leis mudadas, para que ele não concorresse mais à presidência, se limitando à pequenas candidaturas. Quando pode concorrer, ele evitou, devido as ameaças de morte que recebia. Sempre é citado ou lembrado pela mídia de massa como lunático, e isso foi feito através de dezenas de programas de humorismo, criando todo um estereótipo. Após a votações históricas à deputado, ele contraiu uma misteriosa leucemia em 2006, vindo a morrer em 2007. Seu partido PRONA foi absorvido pelo PR e encerrado. O PRONA, como um Tea Party brasileiro, desapareceu sem deixar vestígios. Hoje, o público sempre lembra dele sempre como um ridículo, como o maluco da bomba atômica. Enéas morreu totalmente desacreditado e ridicularizado.
O deputado federal Enéas Carneiro (PR) morreu neste domingo, no Rio de Janeiro, 06 de maio de 2007, em sua residência. A morte do parlamentar de 68 anos aconteceu em decorrência de uma leucemia. Nasceu em novembro de 1938, em Rio Branco, no Acre. Fundador do Partido de Reedificação da Ordem Nacional (Prona), ele foi eleito deputado federal em 2002 com o maior número de votos da história: 1,5 milhão. Ele conseguiu a reeleição em 2006 e deveria ficar no cargo até 2010.
Enéas se formou em medicina em 1965 pela Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro e tinha mestrado em cardiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em 1989, ele concorreu pela primeira vez à presidência da República e conseguiu apenas 360.574 votos. O político voltou a concorrer ao cargo em 1994 e 1998, quando obteve 4.671.457 e 1.447.090 votos, respectivamente. Na época, defendeu o rompimento do Brasil com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e criticou a globalização e as privatizações.
Em 2000, Enéas concorreu à Prefeitura de São Paulo, quando obteve apenas 3% dos votos válidos. Depois disso, decidiu concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados, quando obteve a maior votação da história. Em 2003, viveu um dos períodos mais conturbados de sua carreira política. Ele teve seu sigilo bancário e fiscal quebrados por suspeitas de vendas de candidaturas nas chapas do Prona.
42 – JOSÉ ALCIDES MARRONZINHO – PSP:
13º lugar - 238.379 votos. Sensacional! Marronzinho aparecia amordaçado e ameaçava falar o que nenhum outro era capaz! Marronzinho. José Alcides de Oliveira concorreu à presidência em 1989 pelo PSP. Fazia ataques de baixo nível a torto e direita e respondeu a inúmeros processos por calúnia e difamação. Atualmente mantém um jornal evangélico em Osasco.
14º lugar - 198.708 votos. Esse era bizarro. Aparecia só a sombra, a abreviação PG e um enorme slogan inspirado em JK: 100 anos em cinco. Em 1989, o engenheiro e físico mineiro Paulo Gontijo se candidatou a presidência da República pelo Partido do Povo, o PP, extinto logo após a eleição. Durante algum tempo, foi feito um mistério e só era mostrada a face do candidato e sua sigla, PG. Baseado na campanha do também mineiro Juscelino Kubitschek, que lançou o slogan “50 anos em 5” e conseguiu chegar a Presidência, Gontijo tentou o mesmo com o slogan “100 anos em 5”. Gontijo terminou a campanha em 14º lugar de 21 concorrentes, com apenas 198.719 mil votos em todo o país, correspondendo a 0,24%. Sobre a candidatura, Paulo Gontijo escreveu o livro “O Grande Idiota”, lançado em 1993. Gontijo faleceu em 2003, vítima de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).
31 – ZAMIR JOSÉ TEIXEIRA – PCN:
15º lugar - 187.160 votos
27 – LÍVIA MARIA DE ABREU – PN:
16º lugar - 179.896 votos, 0,25% do eleitorado. A primeira mulher na disputa presidencial: a advogada mineira Lívia Abreu, do Partido Nacionalista (PN).
55 – EUDES MATTAR – PLP:
17º lugar - 162.336 votos. A única vantagem desse cidadão era poder dizer a todos o quanto era facinho votar nele.
43 – FERNANDO GABEIRA – PV:
18º lugar - 125.785 votos. O bom e velho Gabeira, o homem que expulsou Severino Cavalcanti e que tem a árdua missão de salvar o Partido Verde da extinção.
33 – CELSO BRANT – PMN:
19º lugar - 109.894 votos. Foi fundador do PMN, o mesmo que revelou o bizarro Samuel Silva… Era professor em Minas Gerais até falecer, em 2004.
16 – ANTÔNIO PEDREIRA – PPB:
20º lugar - 86.100 votos. Pedreira era dureza. Xingava o Collor, o Lula, o Brizola… Quase não tinha programa, de tanto direito de resposta que aparecia;
57 – MANUEL HORTA – PDC DO B:
21º lugar - 83.280 votos. Conseguiu a proeza de ser o último entre os que valiam.
26 – ARMANDO CORRÊA – PMB:
22º lugar Armando Correia (PMB) – 4.363 votos. Lanterna do primeiro turno (4 mil votos, 0,01%), Armando Corrêa, o “candidato dos explorados”, chegou a renunciar em favor do apresentador SILVIO SANTOS, que apareceu 15 dias antes do primeiro turno, mas foi barrado pela Justiça Eleitoral. O empresário Silvio Santos, que, na última hora, tentou entrar na disputa pelo PFL. Sem conseguir, buscou abrigo no obscuro PMB, no lugar de Armando Corrêa, que renunciou à disputa. A candidatura de Silvio, articulada por aliados do presidente José Sarney, acabou impugnada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que encontrou problemas legais no PMB e excluiu o dono do SBT da corrida presidencial. Gadelha conta que, naquele período de negociação da candidatura, sofria com os telefones grampeados. "Foi nessa época que nós começamos a usar codinomes. Por exemplo, Silvio Santos era 'Moinho'. Eu era 'Jacaré'", lembra o hoje deputado. Mas a aventura não chegou nem ao primeiro turno. No dia que caiu o Muro de Berlim, o Tribunal Superior Eleitoral punha abaixo em Brasília a candidatura de Silvio Santos, em 9 de novembro de 1989. Por sete votos a zero, o TSE impugnou a chapa. A justificativa: o partido não realizou convenções em pelo menos nove Estados e nem em um quinto dos municípios de cada Estado, conforme obrigava a lei. Silvio Santos se recolhia ao auditório do SBT, onde se encontra até hoje, e pouco falaria sobre a aventura fracassada de disputar, na base do improviso, a Presidência da República.
Segundo Turno:
1º lugar - Fernando Collor de Mello (PRN / PSC)
2º lugar - Luiz Inácio Lula da Silva (PT / PSB / PC do B)
Desde a redemocratização em 1984 o Brasil já teve 56 candidatos a presidente concorrendo por 34 partidos diferentes. O perfil desses candidatos nos ensina sobre a nossa política. 16 desses candidatos, por exemplo, concorreram sem nunca ter exercido mandato eletivo anterior. Veja mais algumas curiosidades sobre eleições presidenciais da Nova República.
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