Trabalhando

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Sessão da Câmara Municipal

domingo, 26 de março de 2017

Homem




Há cinco milhões de anos, eu era pré-histórico, nômade, habitei em cavernas, vivia da caça, da pesca e da coleta de frutos e raízes. Neste período ocorreu a divisão do trabalho por sexo dentro das comunidades. Enquanto eu era responsável pela proteção e sustento da família, minha mulher era encarregada de criar os filhos e cuidar da casa. Usei instrumentos e ferramentas feitos a partir de pedaços de ossos e pedras. Venci feras e grandes inimigos. No começo tudo era muito difícil, tive muito medo. Muitas vezes fui o caçador, outras, fui a caça... A minha evolução foi paulatina, inteligente: Australopithecus, Pithecanthropus erectus, Homem de Neandertal, Homem de Cro-Magnon e o Homo Sapiens.
Eu me comunicava com uma linguagem pouco desenvolvida, baseada em pouca quantidade de sons, sem a elaboração de palavras. Uma das formas de comunicação eram as pinturas rupestres. Através deste tipo de arte, troquei ideias e demonstrei sentimentos e preocupações cotidianas.
Dominei e inventei o fogo. Espantei as grandes feras, cozinhei a carne e outros alimentos, iluminei minha moradia além de conseguir calor nos momentos de frio intenso. Desenvolvi a agricultura e me sedentarizei, cultivei a terra e domestiquei animais. A luz do céu era o meu relógio. Pouco a pouco, consegui diminuir minha dependência em relação a natureza virgem. Com esses avanços, foi possível a minha sedentarizarão como meio de vida definitivo. A habitação fixa tornou-se uma necessidade do dia-a-dia. Assim, surgiram os vilarejos, a sociabilização e a sua infraestrutura social.
Um avanço importante foi o desenvolvimento da metalurgia. Criei objetos de metais, tais como, lanças, ferramentas e machados, pude produzir com mais eficiência e com mais qualidade e rapidez. A produção de excedentes agrícolas e sua armazenagem, garantiam o alimento necessário para os momentos de seca ou inundações. Com mais alimentos, as comunidades foram crescendo e logo surgiu a necessidade de trocas com outras comunidades. Foi nesta época que ocorreu um intenso intercâmbio entre vilas e pequenos vilarejos. A divisão de trabalho, dentro destas comunidades, aumentou ainda mais, dando origem ao trabalhador especializado. Assim, surgiram entre 3 500 e 4.500 a. C., nos vales dos rios Nilo, no Egito e Tigre e Eufrates, na Mesopotâmia, a primeira civilização humana, chamada de a civilização Suméria: a primeira cidade do mundo seria Quish, seguida por Eridu, Nipur, Uruk e Lagash.
Saí da África, atravessei o Estreito de Bering a pé e em barcos primitivos, e conquistei a terra. Conheci o começo e o fim do primeiro mundo através do Dilúvio... E abençoou Deus a Noé e a seus filhos, e disse-lhes: Frutificai e multiplicai-vos e enchei a terra. E Deus fez uma aliança com Noé: E acontecerá que, quando eu trouxer nuvens sobre a terra, aparecerá o arco nas nuvens: Não será mais destruída toda a carne pelas águas do dilúvio, e que não haverá mais dilúvio, para destruir a terra...  E os filhos de Noé, que da arca saíram, foram: SEM, CAM E JAFÉ; e Cão é o pai de Canaã. Estes três foram os filhos de Noé; e destes se povoou toda a nova terra.
Inventei a escrita e registrei a história, aproximadamente, há quatro mil anos antes do nascimento de Jesus Cristo, o filho de Deus. Comecei a multiplicar-me novamente e a me reorganizar socialmente, economicamente, politicamente e militarmente. Tornei-me desobediente e mal e o Faraó do Egito pôs-me em cativeiro, e o povo de Deus foi escravo por quatrocentos anos.
O Senhor me chamou e fiquei face a face com “EU SOU”... Abri o mar, caminhei pelo deserto e me alimentei da comida vinda do céu; trouxe da MONTANHA SAGRADA a tábua dos dez mandamentos. Escrevi o Pentateuco, ensinei o povo a rezar, a conhecer e amar a Deus... Depois, Deus enviou seu filho Jesus Cristo para ensinar o amor e o perdão ao homem... Foi crucificado, morto e sepultado e ao terceiro dia ressuscitou dos mortos e vive eternamente na morada do Pai. Jesus disse a mim: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.
Hoje sou mais de sete bilhões de seres humanos. Inventei armas mortíferas e muitas civilizações tornaram-se imperiais. A colonização, a escravização, a inquisição, holocausto e o terrorismo deram início a guerras inimagináveis... O poder de dominação destruiu e continua destruindo sociedades em toda a terra.
Novas invenções de salvar e destruir vidas tornaram a humanidade unida e dividida. A descoberta da bomba atômica, do transplante do coração, do genoma, inúmeros tipos de vacinas para garantir a qualidade de vida, armas químicas e biológicas tornaram os seres humanos inteligentes e cegos ao mesmo tempo. Uma dicotomia a ser compreendida, discutida e analisada.
 A corrupção política, a inveja e a ganância são os grandes malefícios do povo de mal coração. A destruição em massa e o terrorismo assombram o planeta. A mente humana é um campo de muitos conhecimentos de matar e salvar vidas.
Inventei inúmeras formas de locomoção através do mar, da terra e do ar:  O carro de boi, a bicicleta, a motocicleta, o automóvel potente, os balões, os aviões, barcos, navios, o Titanic; os foguetes, espaçonaves, o trem-bala, os metrôs...  Não paro de inventar para facilitar a vida. Do rádio à Televisão; da máquina de escrever ao computador; do telégrafo à internet. O meio de comunicação e os negócios tornaram-se globalizados. Conquistei a terra, o mar e o ar, colonizei civilizações, pisei na lua e agora quero morar em Marte.






Por: Prof. Osmar Fernandes
Historiador e psicopedagogo



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