Há cinco milhões de anos, eu
era pré-histórico, nômade, habitei em cavernas, vivia da caça, da pesca e da
coleta de frutos e raízes. Neste período ocorreu a divisão do trabalho por sexo
dentro das comunidades. Enquanto eu era responsável pela proteção e sustento da
família, minha mulher era encarregada de criar os filhos e cuidar da casa.
Usei instrumentos e ferramentas feitos a partir de pedaços de ossos e pedras. Venci
feras e grandes inimigos. No começo tudo era muito difícil, tive muito medo. Muitas
vezes fui o caçador, outras, fui a caça... A minha evolução foi paulatina,
inteligente: Australopithecus, Pithecanthropus erectus, Homem de Neandertal,
Homem de Cro-Magnon e o Homo Sapiens.
Eu me comunicava com uma
linguagem pouco desenvolvida, baseada em pouca quantidade de sons, sem a
elaboração de palavras. Uma das formas de comunicação eram as pinturas
rupestres. Através deste tipo de arte, troquei ideias e demonstrei sentimentos
e preocupações cotidianas.
Dominei e inventei o fogo.
Espantei as grandes feras, cozinhei a carne e outros alimentos, iluminei minha
moradia além de conseguir calor nos momentos de frio intenso. Desenvolvi a
agricultura e me sedentarizei, cultivei a terra e domestiquei animais. A luz do
céu era o meu relógio. Pouco a pouco, consegui diminuir minha dependência em
relação a natureza virgem. Com esses avanços, foi possível a minha
sedentarizarão como meio de vida definitivo. A habitação fixa tornou-se uma
necessidade do dia-a-dia. Assim, surgiram os vilarejos, a sociabilização e a
sua infraestrutura social.
Um avanço importante foi o
desenvolvimento da metalurgia. Criei objetos de metais, tais como, lanças, ferramentas
e machados, pude produzir com mais eficiência e com mais qualidade e rapidez. A
produção de excedentes agrícolas e sua armazenagem, garantiam o alimento
necessário para os momentos de seca ou inundações. Com mais alimentos, as
comunidades foram crescendo e logo surgiu a necessidade de trocas com outras
comunidades. Foi nesta época que ocorreu um intenso intercâmbio entre vilas e
pequenos vilarejos. A divisão de trabalho, dentro destas comunidades, aumentou
ainda mais, dando origem ao trabalhador especializado. Assim, surgiram entre 3
500 e 4.500 a. C., nos vales dos rios Nilo, no Egito e Tigre e Eufrates, na
Mesopotâmia, a primeira civilização humana, chamada de a civilização Suméria:
a primeira cidade do
mundo seria Quish, seguida por Eridu, Nipur, Uruk e Lagash.
Saí da África, atravessei o
Estreito de Bering a pé e em barcos primitivos, e conquistei a terra. Conheci o
começo e o fim do primeiro mundo através do Dilúvio... E
abençoou Deus a Noé e a seus filhos, e disse-lhes: Frutificai e multiplicai-vos
e enchei a terra. E Deus fez uma aliança com Noé: E acontecerá que, quando eu
trouxer nuvens sobre a terra, aparecerá o arco nas nuvens: Não será mais
destruída toda a carne pelas águas do dilúvio, e que não haverá mais dilúvio,
para destruir a terra... E os filhos de Noé, que da arca saíram, foram: SEM,
CAM E JAFÉ; e Cão é o pai de Canaã. Estes três foram os filhos de Noé; e destes
se povoou toda a nova terra.
Inventei a escrita e
registrei a história, aproximadamente, há quatro mil anos antes do nascimento
de Jesus Cristo, o filho de Deus. Comecei a multiplicar-me novamente e a me
reorganizar socialmente, economicamente, politicamente e militarmente.
Tornei-me desobediente e mal e o Faraó do Egito pôs-me em cativeiro, e o povo
de Deus foi escravo por quatrocentos anos.
O Senhor me chamou e fiquei
face a face com “EU SOU”... Abri o mar, caminhei pelo deserto e me alimentei da
comida vinda do céu; trouxe da MONTANHA
SAGRADA a tábua dos dez
mandamentos. Escrevi o Pentateuco, ensinei o povo a rezar, a conhecer e amar a
Deus... Depois, Deus enviou seu filho Jesus Cristo para ensinar o amor e o
perdão ao homem... Foi crucificado, morto e sepultado e ao terceiro dia
ressuscitou dos mortos e vive eternamente na morada do Pai. Jesus disse a mim:
“Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.
Hoje sou mais de sete
bilhões de seres humanos. Inventei armas mortíferas e muitas civilizações
tornaram-se imperiais. A colonização, a escravização, a inquisição, holocausto e
o terrorismo deram início a guerras inimagináveis... O poder de dominação
destruiu e continua destruindo sociedades em toda a terra.
Novas invenções de salvar e
destruir vidas tornaram a humanidade unida e dividida. A descoberta da bomba
atômica, do transplante do coração, do genoma, inúmeros tipos de vacinas para
garantir a qualidade de vida, armas químicas e biológicas tornaram os seres
humanos inteligentes e cegos ao mesmo tempo. Uma dicotomia a ser compreendida,
discutida e analisada.
A corrupção política,
a inveja e a ganância são os grandes malefícios do povo de mal coração. A
destruição em massa e o terrorismo assombram o planeta. A mente humana é um
campo de muitos conhecimentos de matar e salvar vidas.
Inventei inúmeras formas de
locomoção através do mar, da terra e do ar: O carro de boi, a bicicleta,
a motocicleta, o automóvel potente, os balões, os aviões, barcos, navios, o
Titanic; os foguetes, espaçonaves, o trem-bala, os metrôs... Não paro de
inventar para facilitar a vida. Do rádio à Televisão; da máquina de escrever ao
computador; do telégrafo à internet. O meio de comunicação e os negócios
tornaram-se globalizados. Conquistei a terra, o mar e o ar, colonizei
civilizações, pisei na lua e agora quero morar em Marte.
Por: Prof. Osmar Fernandes
Historiador e psicopedagogo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu mundo é do tamanho de seu conhecimento... Volte sempre!