Trabalhando

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Sessão da Câmara Municipal

domingo, 22 de abril de 2012

Mijador

Depois das dez da noite
É o point da velha juventude.
O local é fedorento,
E o mais exótico da cidade.
A galera vai de carro
Ou a pé para devassidão.
Bituqueiros fazem plantões...
Há muita imoralidade.
O poder maligno ganha magnitude.
O inferno sorri, vê-se vociferar o cão.

Participam tribos de todas as idades.
Dos caras lisas aos de rugas nas caras.
Mutantes esquisitos e esquisitos sem identidades.
Todos são virulentos dessa desgraça.
O mijador é o ponto da seita do mal.
Leva à loucura, ao vício, o bicho-homem animal.

Por uma ponta de bituca, de cigarro, declara-se guerra.
Os idiotas ingerem a droga como mel.
Levam suas famílias à tortura, à merda...
Contaminam o ar com esse fel.
São as pragas de séculos...
Exterminam a esperança
Dos pregos sem martelos.

Os moradores deste local
Já não sabem a quem gritar...
É prostituição, bebedeira, bacanal.
Tem gente da cidade, do mandiocal,
Que pula a janela e a cerca para ir pra lá.
Ali se vende o corpo e contrai-se doença,
O choro, a dor e o veneninho.
Pior, tem gente que não mede essa encrenca...
Todo mundo sabe o endereço deste inferninho.
A comunidade o apelidou de: MIJADOR.


Texto adaptado do livro “Espelho de Cristal”, Ed. Scortecci, SP, 2001, pág. 93 - Autor: Prof. Osmar Soares Fernandes.











Professor Osmar Fernandes
Enviado por Professor Osmar Fernandes em 22/04/2012
Código do texto: T3626662

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