Trabalhando

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Sessão da Câmara Municipal

terça-feira, 19 de abril de 2016

Sustentáculo



Dedicatória


А minha mãe, irmãos, esposa, meus filhos, minha família e aos meus amigos do peito, pelo incentivo e apoio de sempre.
            Ao meu DEUS, todo poderoso, pelo fôlego de vida que me presenteou e me proporcionou a oportunidade de viver neste mundo, para que eu pudesse cumprir de forma simples, humilde e honesta a minha missão.
Ao meu filho Tharcísio que foi o ouvinte dos meus textos e histórias, e nas madrugadas frias me trazia aquele café com leite, gostoso. Aos meus filhos Rafael, Tharsila, Moisés, Thábata, Dayanne e Jackeline, pela alegria infinita que proporcionam em minha vida. À minha querida e amada esposa, Janaína, que sempre esteve ao meu lado, apoiando meu sonho e me animando para que eu nunca desistisse.


 Agradecimento


Ao meu eterno pai, João Fernandes de Almeida, que mora junto a Deus, mas, que, em vida, sempre foi meu grande amigo e incentivador literário; ele me presenteou com o primeiro livro de poesias, o que me fascinou e me transformou num operário da literatura brasileira.

“Pai, sua ausência é um abismo sem fim em minha alma”.



Sumário

6 - Água
7 - Aparição do Capeta
14 - Cafezinho das três no cemitério
16 - O professor de Itu
19 - O Repórter de São Pedro
23 - O Tocador de Sanfona
26 - Pedro Mentira
28 - Praga de mãe
31 - Saco de esmola
34 - O doutor da bola
35 - O “PRACINHA”
36 - Mulher
37 - Onde o sonho também morre
38 - Há sempre um novo sonho
39 - O poder do amor
41 - Fim de ano
42 - Você já se viu no espelho?
44 - A mulher da foto
45 - A “santa” da noite
46 - Ah, se seu fosse um poeta
47 - Amor de alma
48 - Amor de amiga
49 - Amor predestinado
50 - Boia-fria
51- Celular
52 - Coração transplantado
53- Corrupção
54 - De modelo só à propaganda
55- Delírio da transformação
56 - Dentro de você
57 - Desassossegado
58 - Deus é onisciente
59 - Do que valeu tanto amor?
60 - Dominação
61 - Dona mentira
62 - Droga
63 - Estado-maior das forças do nada
64 - Eu mudo ou mudo o mundo?
65 - Fome
66 - Ídolos mortos
67 - Jornal na Lista
68 - Jovens e Velhos
69 - Mãe
70 - Nosso amor pede socorro
71 - Nunca Vou te Esquecer
72 - O suburbano capitalista
73 - Paixão de amor
74 - Pichador
75 - Placas de amor
76 - Planeta mendigo
77 - Ponteiro infalível
78 - Quando a miséria bate à porta
79 - Quando morei na roça
80 - Que político é esse?
81 - Revolução de mistérios
82 - Sagrado segredo
83 - Se o mundo acabasse hoje...
84 - Sou o menor abandonado
85 - Sou... Nem de mim, eu sou
86 - Supremo desejo
87 - Tapa buraco
88 - Travessia
89 - Vai repórter, vai...
90 - Vigário ou Vigarista?
91 Amizade virtual
92 - Amor Doentio
93 - Gazofilácio
94 - Muçanda
95- O bicho-homem
96 - Só existe um Amor
97 - Paixão Antiga
98 - Paixão sem Juízo
99 - Pássaro de luto
100 - Sonho dilacerado
101 - Transliteração
102 - Um sonho quase perfeito
103 - Eu me rendo aos meus sonhos
104 - Caminho de Luz
105 – Biografia do autor


Água


A água é o líquido mais precioso para toda a humanidade e para todo o ser vivo, em especial, a água potável, que é a água doce do planeta, que mata a nossa sede. Mas, apenas 2,4% da água é doce, porém, somente 0,02% está disponível em lagos e rios que abastecem as cidades e pode ser consumida. No mundo subdesenvolvido, cerca de 50% da população consome água poluída; em todo planeta pelo menos 2,2 milhões de pessoas morrem em decorrência de água contaminada e sem tratamento. Segundo estimativas, existem atualmente cerca de 1,1 bilhão de pessoas que praticamente não tem acesso à água potável.
Assim sendo, temos que refletir muito sobre o seu desperdício... Por exemplo: na hora de lavar o carro, lavar a calçada, escovar os dentes, lavar a roupa, etc. Outro fator importante é o cuidado que temos que ter com o lixo que jogamos em nossos rios e nos seus mananciais, o que pode poluí-lo, envenená-lo, pondo em risco a vida da população
VAMOS SALVAR A ÁGUA ANTES QUE A SEDE NOS MATE... Salvar a água é salvar a vida. Todos temos que ter essa consciência, é uma questão de sobrevivência de todo ser vivo e da raça humana.
          Durante anos, países brigaram pela posse do petróleo... Hoje em dia, estudos comprovam que se a escassez da água persistir, haverá guerra no mundo pela sua posse. Se isso se confirmar, será o caos para toda a humanidade.        
Temos que respeitar o meio ambiente, fazer a nossa parte: reciclar o lixo de casa, manter as margens dos rios limpas e economizar a água na hora de usá-la. A sobrevivência da raça humana depende de nossas atitudes, e cuidar do líquido mais precioso da terra – a água potável, é responsabilidade de cada um de nós.


 Aparição do Capeta

                   Certo dia, noite escura, num terreno baldio, próximo da Igreja Católica, três moleques arteiros pegaram uma abóbora e fizeram dela uma caveira. Fixaram uma vela acesa em cima de um toco e a puseram por cima. Ficou parecendo o demo, o capeta mesmo!
                   A missa acabaria às vinte horas. Os fiéis que passariam por ali, a pé, certamente a veria. A caveira ficou num ponto estratégico, bem na esquina.
                  O pessoal ao sair da missa, ao vê-la, gritou: “Valha-me Deus! Jesus tende piedade! Minha Nossa Senhora da Aparecida! Salve-me Senhor! Salve-me!!!".
                   Foi gente por todo lado... Os três capetinhas caíram na gargalhada... Quando o local esvaziou, saíram da moita e se depararam com um corpo estendido no meio da rua. Joãozinho, o nanico, gritou: “É dona Julieta! Ela tá mortinha da silva! E agora?! Estamos fritos!!!” Pedrinho, o gago, disse: “Viiixeee, aaagooraaa laaascooou tuuuudo!!! Vooou deiiiitar o caabeeelo!” Luquinha, o “mala”, disse-lhes: “Cala a boca gago desgraçado! Calma aí seus frouxos, ninguém viu a gente! Não vai nos acontecer nada!!! Ela morreu de susto! E daí?! Vamos tirar a caveira dali e vamos embora”.
                   Feito leopardos esconderam os apetrechos do Demo e se foram.
                   Não demorou muito e a polícia chegou ao local. D. Julieta foi levada ao hospital, acordou do susto, foi medicada e falou: “Meu Deus o que era aquilo?! Eu preciso falar com o Padre Bento!... Era o Demo! Valha-me Deus!!!”
                   O médico e a enfermeira diziam para ela ficar calma porque na idade dela era normal ver coisa que não existe... Deram-lhe um calmante e a fizeram dormir.
                   A notícia ganhou a cidade de que Dona Julieta tinha batido as botas. Os três endiabrados assustados esconderam-se nas suas casas.
                    O pai do Joãozinho disse para esposa:
                    - Bem, Dona Julieta viu o capeta e morreu! Estão falando que o Demo veio buscá-la. Faladeira como é, não duvido nada... Amor, toma cuidado, viu!
                   - Tá louco, homem, eu não falo da vida de ninguém não!
                   O marido deu uma risadinha maliciosa e foi trabalhar.
                   O investigador de polícia fazia uma busca no local do crime e achou um chinelo de tamanho trinta e três. Era a pista que tinha em mãos.
                   Chegou na delegacia e disse ao Delegado:
                   - Senhor, aqui está à prova do crime!
                   Dr. Clécio riu, e lhe disse:
                   - Quer dizer que o capeta esqueceu um chinelo e saiu correndo pro inferno! KAKAKAKAKAKAK (RIU TANTO QUE SE ENGASGOU...). Vá amolar outro, Cido! Tenho mais o que fazer nariz de Pinóquio! Cada uma que me aparece! Você não percebe que essa cidade está de pernas pro ar... Se esse povo não melhorar, Deus vai aniquilá-la, assim como fez a Sodoma e a Gomorra.
                   O Investigador abaixou a cabeça e saiu chateado e pensou: “Vou pegar o desgraçado que fez isso com a minha avó... Ateu não sou não, mas, acreditar que isso é obra do Demo já é demais para minha inteligência”.
                   O Padre Bento assim que soube do acontecido entrou no terreno baldio e fez uma devassa, procurou por todo lado e achou a cabeça da abóbora e a vela jogados debaixo dum pé-de-limão, e pensou: “Eu sabia que não tinha diabo nenhum nessa história! Esse meu povo inventa cada uma... Perdoai-os ó Deus!!!”.
                   Com a notícia da aparição do capeta a Igreja superlotou na missa do dia seguinte, de manhã, e o dízimo aumentou sobremaneira e, o Padre ficou pensando se dizia ou não no sermão sobre a aparição do Demo... Pensou... E, nada falou.
                   Os três pestinhas se reuniram, e Luquinha disse:
                   - A velha não morreu... Com o susto, desmaiou. Dona Julieta sairá do hospital hoje à tarde.
                   Pedrinho, o gaguinho, disse:
                   - Mas a polícia está investigando. O que nós fizemos é crime. Se a polícia descobrir quem fez isso, a cidade toda ficará sabendo... Nós vamos ser linchados!
                   Joãozinho, o nanico, disse:
                   - Eu sou coroinha, vou me confessar com o Padre Bento e vou lhe contar tudo. Se o meu pai souber disso vou levar uma peia, uma surra daquelas de tirar o coro.
                   Os dois amigos disseram juntos:
                   - Você não tá nem doido! O Padre nos mata!
                   Joãozinho disse:
                   - Eu tô com medo!
                   Os três amigos fizeram um pacto: Nunca contariam sobre a caveira para ninguém, levariam esse segredo para o túmulo.
                   Joãozinho confidenciou: “Perdi um pé do meu chinelo, presente do meu pai, fui lá na data procurar e não o achei. Temos que achar o chinelo logo”.
                   Seus amigos não lhe deram ouvidos e foram se embora.
                   O investigador conhecia todo mundo da cidade, saiu de casa em casa perguntando se aquele chinelo pertencia a alguém daquela residência.
                   Luquinha ficou com os olhos estatelados ao vê-lo em sua casa, perguntando à sua mãe se ela não tinha dado falta de um pé de chinelo.
                  Luquinha reuniu seu bando imediatamente, e disse:
                  - Vamos roubar aquele pé de chinelo hoje à noite. Cido vai sempre jogar no Tunguete. Vamos aproveitar esse momento e vamos em sua casa buscar o pé de chinelo. Não tem outro jeito. Ou fazemos isso ou esse sujeito vai descobrir tudo.
O Delegado foi à Igreja e logo após a missa disse ao Padre Bento: “Padre o meu investigador tem uma prova cabal do malfeitor. Creio que dentro de poucas horas iremos elucidar o caso”.
                   - Meu filho, que prova é essa?
                   - Respeito-lhe demasiadamente Reverendo, mas isso é segredo de Justiça, não posso dizer de jeito nenhum.
                   - Mas meu filho, eu sou o Pároco, pode me falar, vou guardar segredo... Quantas vezes você já se confessou comigo?!
                   - Padre Bento, isso não é um pecado, é segredo profissional.
                   - Meu filho, eu lhe vi nascer, lhe batizei, lhe crismei, foi meu coroinha... Vai ter coragem de fazer isso comigo? Conta-me logo que prova é essa?!
                   - Conto não! Não posso... O senhor pode falar sobre as confissões dos fiéis?
                   - Claro que não! Você tá doido, perdeu a cabeça. Jamais violarei o segredo do Confessionário. Exerço minha função com a fé em Deus e obedeço piamente com o que preceitua no CANON 1388 (1), que diz: O confessor que viola diretamente o sigilo da confissão incorre um sententiae (automática latae) excomunhão reservada à Sé Apostólica.
                   - Eu também não posso falar sobre essa prova! Não posso violar a confiança do meu investigador, estaria cometendo um crime.
                   O Delegado foi embora com a pulga atrás da orelha e pensou: Por que tanto interesse do Padre nessa prova?!
                   Paulinho viu seu filho descalço, e lhe disse:
                   - Joãozinho, cadê seu chinelo? Já lhe dei de presente para não ver você descalço. Não ande descalço menino! Vá calçar o chinelo, agora!!!
                   Joãozinho correu na casa do amigo e lhe pediu um chinelo emprestado, e Carlos lhe disse: “Mas você tem que me devolver logo, senão meu pai me dá uma surra se me ver descalço também.”
                   Pedrinho era muito religioso e naquele dia às dezessete horas resolveu se confessar com o Padre... Contou tudo e admitiu que estava com medo do investigador descobrir toda a história porque seu amigo tinha perdido um pé do chinelo que ganhara de presente do pai.
                   Padre Bento pensou: “Mas, Cido é ateu. Tenho que dar um jeito de calar a sua boca.”
                   O Padre arquitetou um plano e mandou o seu Sacristão chamá-lo, urgentemente. Rubens, o puxa-saco do Padre Bento foi à casa do investigador e, disse-lhe:
                   - Cido, o padre Bento quer vê-lo, agora, já! Ele disse pra você ir lá, correndo, imediatamente, agora mesmo!
                   - Mas, que diabos o padre quer comigo? Não devo nada para Igreja. Nem em Deus não sei se acredito?!
                   - Não fala assim não rapaz! Deus é tudo e tudo é amor. O padre não tem diabo nem um. Vai logo e saberá. Quando o padre chama é como se fosse Deus nos chamando, né?!
                   - Sei lá, tenho minhas dúvidas! Mas, fala pra ele que mais tarde eu passo por lá.
                   Dona Julieta visita o padre Bento e lhe diz: “Padre, eu nunca vi bicho mais feito no mundo que aquele. Era o Demo, o Demônio em pessoa... Minha Nossa Senhora da Aparecida! Eu fiquei frente a frente com o Demo, seu Padre!... Eu já preparei uma novena. Vamos começar amanhã cedo... Padre, eu disse para os que me visitaram no hospital que se o Demo está aqui na nossa cidade é porque estamos sem fé, é um sinal dos céus. Por isso, vamos fazer a novena!”.
                   Aquele acontecimento abalou a cidade. Nas ruas, nos bares, nas casas, nas roças, nas Igrejas, em todo lugar o boato corria solto: “O Demo está fazendo tocaia na nossa cidade!”.
                   O Padre Bento ficou com a consciência pesada e pensou “Será que devo falar sobre essa história hoje na hora do sermão? Será que devo levar o assunto ao Bispo?!”.
                   Dona Julieta foi rezar, e depois foi para sua casa.
                   As Igrejas protestantes começaram a fazer cultos durante o dia todo. Até os ateus temeram... A cidadezinha pacata acordou... Era gente acendendo velas no Cruzeiro do Cemitério... Despachos nas encruzilhadas... Novenas... Enfim, os religiosos se mexeram de forma jamais vista naquele lugar. Em todas as Igrejas as oferendas aumentaram significativamente. O comércio de produtos religiosos vendia como nunca.
                   A palavra numa das Igrejas Protestantes era brilhante e dizia:
                Ezequiel [Capítulo 28:13-18]
                 Tu estiveste no Éden, jardim de Deus; cobriste de toda pedra preciosa: A cornalina, o topázio, o ônix, a crisólita, o berilo, o jaspe, a safira, a granada, a esmeralda e o ouro. Em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram preparados. Eu te coloquei com o querubim da guarda; estiveste sobre o monte santo de Deus; andaste no meio das pedras afogueadas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até o dia em que em ti se achou iniquidade. Pela abundância do teu comércio o teu coração se encheu de violência, e pecaste; pelo que te lancei, profanado, fora do monte de Deus, e o querubim da guarda te expulsou do meio das pedras afogueadas. Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti.  Pela multidão das tuas iniquidades, pela injustiça do teu comércio profanaste os teus santuários; eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu e te tornei em cinza sobre a terra, aos olhos de todos os que te veem.
            Mateus [Capítulo 4:1-11]
              Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo Diabo. E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome. Chegando, então, o tentador, disse-lhe: Se tu és Filho de Deus manda que estas pedras se tornem em pães. Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus. Então o Diabo o levou à cidade santa, colocou-o sobre o pináculo do templo, e disse-lhe: Se tu és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito; e eles te susterão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra. Replicou-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus. Novamente o Diabo o levou a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles; e disse-lhe: Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares. Então lhe ordenou Jesus: Vai-te, Satanás; porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás. Então o Diabo o deixou; e eis que vieram os anjos e o serviram.
                   E o pastor encerrava seu sermão dizendo: “Na casa do senhor não existe satanás, Xô satanás! xô satanás!”
                   O Investigador chegou à Casa Paroquial, adentrou, foi imediatamente atendido pelo Padre Bento que o levou ao seu escritório e lhe disse:
                   - Meu filho, eu lhe peço encarecidamente que pare com a investigação sobre a aparição do Capeta.
                   - Padre, o senhor está me pedindo algo que não posso atender.
                   - Por que meu filho?
                   - Padre, eu quero pegar o desgraçado que fez isso com a minha avó. Ela quase bateu as botas... Tenho certeza que não tem nada a ver com coisa doutro mundo. Isso foi coisa de moleque, de vândalo; brincadeira de mau gosto. Se não fizermos alguma coisa para punirmos esse tipo de “brincadeira boba, idiota”, ainda vamos perder um ente querido. O senhor não acha?
                   - Meu filho, nem tudo parece o que é. Deus tem desígnios que só pertence a Ele. Veja o movimento da nossa cidade... O povo voltou à igreja, voltou a ter medo dos castigos de Deus. Isso vai fazer a criminalidade zerar. Nunca se viu tanta reza por aqui. O povo voltou a temer a Deus! Os meninos e as meninas voltaram para o catecismo. O fervor da fé voltou a tomar conta da nossa cidade... Nunca vi você na missa. Falam que é ateu... Mas, pare com essa investigação?
                   - Padre Bento, eu sou agnóstico... Não estou lhe entendo! O que tem a ver uma coisa com a outra?
                   - Meu filho, eu sei que você é um exímio Investigador de Polícia, mas, essa história não pode ir adiante. Pare de investigar. Essa história acabou fazendo um milagre por aqui. O povo voltou a ter Deus no coração. Isso não é bom?
                   - Padre, eu acho que o senhor está sabendo demais... Já descobriu a verdade?
                   - Não!!! Vieram me dizer que você anda perguntando nas casas se alguém deu por falta de um pé de chinelo.
                   - É verdade! Eu achei um pé de chinelo novinho em folha naquele matagal, local que dizem ter visto o Demo. Vi muitos pisados por lá... De pés pequenos.  E, cheguei à conclusão que tem mais de um moleque envolvido nessa tramoia. Padre, eu vou achar o criminoso que quase matou a minha avó, custe o que custar!
                   O Padre franziu a testa, várias vezes, e pensou: “Vou ter que falar com o superior desse traste e pedir para que o transfira daqui.”
                   O Investigador foi embora e não hesitou em dizer para o delegado sobre a sua visita na Casa do Padre:
                   - Doutor, eu estou vindo da casa do padre.
                   - Que diabos você estava fazendo na casa do Bento?!
                   - Eu fui lá porque ele mandou me chamar... Estranhei, mas... O senhor sabe, Padre é Padre, enfim.
                   - E o que a Igreja queria contigo?
                   - Só faltou se ajoelhar pra mim, Doutor. Implorou para eu parar com as investigações sobre a aparição do capeta.
                   O Delegado coçou seus poucos cabelos da cabeça e disse: “Aí tem coisa!” E disse ao Cido:
                   - Você me traga o pé de chinelo e me entrega ainda hoje.
                   - Doutor, ele está aqui na minha mochila, pega!
                   - Então essa é a prova que temos? Pois é, a partir de hoje em diante essa investigação é minha. Você está fora desse caso. Vai cuidar de descobrir quem roubou o Jumento, do Zé Galinha, que ele está me enchendo o saco, e até hoje, você não descobriu nada.
                   O Investigador de Polícia obedeceu seu superior e saiu à procura do ladrão.
                   O Doutor Clécio foi ter com o Padre Bento cinco dias depois e disse:
                   - Padre eu tenho a prova do crime aqui em minhas mãos e já descobri tudo e vou prender quem fez isso.
                   - Doutor Delegado o senhor tem o quê em mãos?
                   - Eu tenho o pé de chinelo.
                   - Pé de chinelo!!! O que isso tem a ver com a aparição do Capeta?
                   Padre, isso tem tudo a ver! É a prova que não existe Capeta nenhum, isso provavelmente foi armação de quem não tem o que fazer na vida e fica assustando as pessoas de bem.
                   - Esse chinelo não prova nada. Qualquer pessoa pode ter ido naquele matagal e o esquecido.
                   - Será Padre?!
                   - Claro meu filho!
                   Padre, o senhor está muito interessado no encerramento dessa investigação, por quê?
                   - Não meu filho, eu não estou não! Mas, se você pensar bem, depois que viram o Capeta, a cidade melhorou muito. A Igreja não cabe de tanta gente nas missas. Não se falou mais de roubos, mortes, vadiagem, etc. Nunca vendeu tanto produto religioso como agora. Pense no sossego que nossa cidade vive hoje!
                   - É Padre Bento, pensado por esse lado o senhor está coberto de razão. Minha delegacia está um deserto, nem um B.O., nem de briga de casal. Nunca vi tanta calmaria em nosso Município.
                   - Então, pra quê elucidar esse episódio? Deixa o povo pensar que o Diabo está de olho bem aberto e bem pertinho de cada um.
                   - Mas, Padre Bento, o Capeta não anda de olhos arregalados pra todo mundo mesmo, doido para tomar conta da nossa alma?!
                   - Sim... Mas essa já é outra história.
                   O Delegado deu o pé de chinelo para o Padre e deu o caso por encerrado.
                   O Padre chamou Joãozinho e lhe deu o pé de chinelo e lhe disse: “Vê se não o perde mais...”
                   Os três capetinhas voltaram a participar assiduamente de todas as missas e a ajudar o Padre no catecismo.
                   Toda vez que o povo fraquejava, desanimava, deixava de ir à missa, a aparição do Capeta era automática.




Cafezinho das três no cemitério

          Três horas da tarde, sol ardente. Hora sagrada do cafezinho dos quatro coveiros, que, sentados em um túmulo, contavam histórias de arrepiar.
          De repente, o sol se põe. O tempo obscureceu. Começou a trovejar. O céu anunciou chuva, vento forte, temporal. Amedrontados, perceberam que isso só estava acontecendo dentro das limitações geográficas do cemitério. Foi coveiro correndo em disparada para todo lado.
          Nesse momento tremularam catacumbas, túmulos, covas abertas, etc. As folhas das árvores choveram sobre o cemitério. Ninguém enxergava mais nada.
          Um dos coveiros, espantado, notou que o portão grande do cemitério ora abria, ora fechava, e batia uma parte na outra assustadoramente. Parecia o badalo do sino de Deus anunciando o fim do mundo. De súbito, observou uma silhueta vultosa, esbranquiçada, tentando se esconder da tempestade. Não compreendendo o mistério e tremendo de medo, de sua boca ecoou um grito pavoroso, dizendo: "É alma penada! É bicho feio! Valha-me Deus!" Começara a rezar para São Miguel Arcanjo (A Oração contra as ciladas do demônio).
          Nos outros coveiros viam-se apenas seus olhos esbugalhados, fitando aquela coisa estranha que parecia bicho de outro mundo.
          Um dos coveiros tenso, pasmo, seguiu com os olhos aquela “coisa”, que flutuava perdidamente, em ziguezague, em busca de abrigo. Estava morrendo de medo...
          Outro, apesar do momento esquisito e do ser fantasmagórico, só pensava nos túmulos que já tinham sido saqueados. Imaginava que se tratava de mais um vândalo ou de um ladrão, tentando assustá-los. Outro dia mesmo dera falta das inscrições douradas, prateadas, de muitos jazigos. Os parentes das vítimas exigiram das autoridades, justiça. Dias atrás tinha flagrado um idiota defecando em cima de um túmulo. Ao pegá-lo, lhe dera uns safanões, pontapés – este nunca mais se atreveu a importunar o sono sagrado dos mortos.
           O instante era de apreensão, medo, nervosismo. A ventania não parava. Aquela “coisa” esvoaçava como assombração peregrina. E de repente, sumira.
          Um coveiro que não a perdera de vista, foi ao seu encontro. Para sua surpresa se viu diante de um vulto mágico dentro duma cova, levitando. (Aquela cova aberta estava pronta para receber seu ilustre morador, que já estava a caminho.) Assustado, o coveiro chamou um dos colegas, que ao se aproximar, deparou-se com aquela “coisa” dentro da cova. Foi tomado por uma síncope descomunal... Ao sentir-se vivo novamente, tratou de abandonar seu companheiro, seus pertences e deitou o cabelo.
          Outro coveiro vendo aquela cena, aproximou-se, e ao ver aquilo, gritou: Sangue de Cristo tem poder! Isso é alma penada mesmo! Minha Nossa Senhora da Boa Morte! Saiu em disparada com as mãos à cabeça, tropeçando, caindo, se levantando, e aos berros dizia: Deus me livre! É o fim dos tempos! Socorro!
          O coveiro, o corajoso, que olhava a “coisa” resolveu lhe perguntar de supetão: - Que faz aí dentro dessa cova que não lhe pertence?
          "A coisa” com uma voz trêmula do além, lhe respondeu sem pestanejar: - Vocês não me deixam em paz. Sentam em cima de mim contando histórias cabeludas, mentirosas; e ainda por cima, sujam meu túmulo com farelo de pão, de bolacha, café.
          O coveiro, o corajoso, então lhe disse: - Vou chamar o padre para lhe dar a extrema-unção. Você não diz coisa com coisa. Está louca! Tá na ânsia da morte.
          E a “coisa” ali, como alma penada que era, engoliu a língua por uns segundos... E lhe respondeu: - Não precisa! Já tô morto há muito tempo. Não tá me conhecendo? Sou o Luiz. Você que me sepultou. Não se Lembra de mim, Roberval?
          O coveiro perturbado pensou: "Santo Deus, isso não tá acontecendo comigo! Vou buscar água benta e vou jogar em cima desta coisa esquisita. Será que é o Luiz mesmo..."
          A “Coisa” lhe respondeu aborrecida: - Claro que sou o Luiz!... Você e os seus colegas estão usando meu túmulo como cozinha de cemitério. Não façam mais isso. Deixem-me descansar em paz. Quero ter o sono eterno que mereço.
          E, falando isso, a alma penada elevou seu espírito até seu túmulo que se abriu sozinho...  Ao adentrá-lo, disse: "Deem-me paz!"  Ao repousar, fechou-se o túmulo, e misteriosamente, o temporal cessou.
          Os coveiros do cemitério ficaram extáticos ao ver aquela alma se refugiar. Roberval comentou com os demais colegas de serviço o pedido que o Luiz lhe fizera...  Prometeram que nunca mais usariam túmulos para tomar o costumeiro cafezinho das três.
          Contam essa história para todos os visitantes, e lhes pedem encarecidamente, para que não sujem o cemitério, e mantenham limpos os túmulos dos seus entes queridos.


 O professor de Itu

     Tudo começou com o requerimento do professor Bosco, que solicitou aposentadoria por tempo de serviço. Analisado pelo departamento de pessoal, foi deferido pelo chefe imediatamente.
     Dessa forma, foi aberta uma vaga na disciplina de História. O diretor da escola, depois de analisar alguns currículos, optou pelo professor Beto, de Itu. Solicitou à secretária que entrasse em contato com ele e o convidasse para uma entrevista.
     A notícia espalhou-se rapidamente pelo colégio, ganhando, inclusive, manchete de destaque no jornalzinho dos estudantes. Todo mundo estava curioso. Afinal, a fama de Itu é grande. Do servente ao diretor, não se falava em outra coisa. O assunto corria solto e malicioso de boca a boca.
     Dois dias depois, o diretor perguntou à secretária Beth:
- Você já falou com o professor Beto?
— Telefonei e deixei o recado na secretária eletrônica, mas até agora ele não me retornou a ligação.
— Então, tente outra vez.
     Beth telefonou novamente para o professor. Dessa vez teve mais sorte e foi atendida por ele:
— Alô, quem fala?
— Aqui é o professor Beto.
— Oi, professor, tudo bem?
— Tudo bem, graças a Deus!
— Aqui é a secretária Beth, da Escola Padrão da cidade de Crocal. Nosso diretor, o senhor Pedro, está lhe convidando para uma entrevista, pois o nosso professor de História se aposentou e estamos precisando urgentemente de um substituto.
     O professor respondeu que iria na segunda-feira. Chegaria às quinze horas. A secretária ficou deslumbrada com o vozeirão do professor. Chegou à sala de reuniões tremendo, tomou um copo d’água e exclamou:
— Nossa!
     A professora Dayane espantou-se:
— O que foi, menina?!
— Que voz grossa e linda ele tem!
— Ele, quem?
— O professor de Itu.
     A aluna Almerinda, que ouvia tudo, saiu de fininho e foi logo contar a novidade para os colegas. Era intervalo, e no corredor o papo foi um só:
— Gente! Vocês não sabem da maior!!! O professor de Itu chegará à segunda-feira, às quinze horas. A Dona Beth falou com ele no telefone e chegou a passar mal só de ouvi-lo. Se a voz a fez tremer, imaginem como deve ser o resto...
     A malícia ganhou corpo pelos corredores. Já havia aluno com ciúmes do professor. As meninas não comentavam outra coisa: “Esse professor deve ser uma loucura... Um tesão!!!”
     Pisquila, “a bichinha”, ficou enlouquecida com a notícia. Desmunhecou o tempo todo, fantasiando loucuras com o novo professor. O clima era, no mínimo, estranho para um colégio particular de classe média...
     Um colega dele desavisado perguntou-lhe:
— Por que há tanto falatório sobre o novo professor?
— Porque ele é de Itu, meu bem! Uma cidade linda do interior de São Paulo.
— E o que isso tem a ver?
— Você não sabe queridinho? Lá, tudo é grande!
     Missada ficou sem entender. Envergonhado, não quis prosseguir o diálogo e saiu discretamente.
     A professora Carlota era “viciada” em homem, mas na escola passava a imagem de santa, de virgem adormecida... Chata, moralista, dava lição em qualquer um que se atrevesse a comentar maliciosamente sobre o professor de Itu. Passando pelo corredor, ouviu uma aluna cochichar:
— Esse professor deve ser mesmo um gostosão! Deve ter tudo bem grande, ENOOORME!!!
     A professora, por alguns segundos, “viajou na maionese” e imaginou o professor de Itu fazendo “strip-tease” exclusivamente para ela. Em sua fértil imaginação, o homem era um fenômeno sexual, um gigante carnal... Arrepiada, saiu correndo para a sua casa. Chegando lá, foi direto para o banheiro tomar uma ducha fria.
     Era segunda-feira, quinze horas. Na frente da escola estava reunido um comitê de recepção. Tinha mais de quinhentas pessoas aguardando a chegada do mais novo e esperado professor do colégio.
     De repente, parou um táxi. No banco traseiro estava sentado um passageiro exótico... Todos ficaram pasmados, o espanto foi generalizado. Desceu do carro e disse:
— Boa tarde!
     Sorridente e feliz ao ver tanta gente a sua espera, perguntou:
 — Quem é o diretor da escola?
     O diretor, meio sem graça, respondeu baixinho:
— Sou eu. E o senhor, quem é?
— Sou o professor Beto, de Itu.
     Nesse instante, Pisquila, “a bichinha”, de supetão gritou escandalosamente:
— Meu Deus! Que é isso!!! E desmaiou.
     Foi imediatamente socorrido pelos amigos e professores. Não foi nada grave. Socorreram o aluno e as pessoas foram esvaziando o local rapidamente.
     O diretor, extasiado, convidou o professor Beto para ir ao seu gabinete. Fez a entrevista e ficou entusiasmado, contratando o novo mestre. Mas, intrigado com o episódio do aluno, o professor Beto perguntou:
— O que houve com aquele garoto?
— Bem... O senhor deve imaginar a reação das pessoas quando se comenta que alguém é de Itu.
     O professor discretamente sorriu, não entrou em detalhes e começou a lecionar...
     Decorrido seis meses, o professor conquistou o seu espaço na escola. O seu sucesso era reconhecido pelos alunos, pelos pais de alunos, pelos funcionários, pelos demais mestres, e principalmente pelo diretor. Sua sabedoria era descomunal... A Escola Padrão não era mais a mesma. Passou a ser um exemplo de ensino, de conhecimento, de disciplina e respeito na região de Crocal.
     No dia 7 de setembro, em frente ao Paço Municipal, estavam reunidas todas as autoridades e todas as escolas da cidade, e o professor de Itu, em seu discurso, disse:
— A grandeza do homem está dentro dele. Temos que DIVIDIR A RESPONSABILIDADE, SUBTRAIR A DESORGANIZAÇÃO, MULTIPLICAR O CONHECIMENTO para podermos vencer os grandes obstáculos da vida... Pequenos ou grandes, o tamanho não importa. O importante mesmo é ser capaz de conquistar o seu próprio sonho, e ser feliz fisicamente como você é. Eu sou ANÃO! Mas sou um homem realizado. Há muito tempo dizia o sábio pensador:

“NEM TUDO QUE É GRANDE É BOM, MAS TUDO O QUE É BOM É GRANDE”.


Obrigado!



O Repórter de São Pedro

          Não perdia um velório. Era figurinha carimbada em todos daquela região metropolitana. Entusiasmado pelo clima fúnebre, anotava todo o acontecimento em sua caderneta. Sujeito excêntrico, sem amigos; gostava do que fazia. Chamava a atenção pelo seu trejeito e pelo traje que usava: uma túnica de cor branca, um cinto de pano vermelho amarrado em sua cintura e calçando uma alpargata desgastada e marrom.
          Seu Leleco, que já o tinha visto em vários velórios, intrigado, aproximou-se, e, no pé do seu ouvido, perguntou:
          - O senhor é parente do defunto?
          O homem lhe respondeu, indiferente:
           - Não é da sua conta!
           Seu Leleco, irritado, então, disse:
           - O senhor é muito mal-educado! Só estou lhe perguntando por que já o vi em muitos velórios. Sempre vestido desse jeito, esquisito, com esse livrinho relatando não sei o quê; e com esses gestos inquietantes... Desse jeito o senhor incomoda todo o mundo. Chama mais atenção que o defunto. O senhor por acaso é policial, agente funeral ou agente de seguro?
           O homem, franzindo a testa, respondeu imediatamente:
           - Não sou nem uma coisa, nem outra.
           Seu Leleco insistiu e perguntou:
           - Ah! Então o senhor é amigo, do peito, do Pedro, não é?
           O excêntrico lhe respondeu na bucha:
           - Do Pedro sim, mas, do defunto não.
           Seu Leleco ficou com a resposta engasgada e, irado e meio confuso, persistiu:
           - Como assim? Se o Pedro é o defunto e o senhor não é nem parente, nem amigo, então o que faz aqui?
           Dessa vez, em tom menos agressivo, o homem de alpargata desgastada, respondeu:
           - Não sou nem parente, nem amigo, nem nunca o vi nem mais gordo, nem mais magro em toda a minha vida. Estou aqui a serviço do céu.
            Seu Leleco espantado com as respostas do excêntrico, dessa vez quase foi a nocaute, e, encabruado que era, respirou forte, impostou a fala e disse:
            - O senhor está delirando. A serviço do céu?! O senhor quer dizer que não é deste mundo?!
            O homem de branco percebendo sua gafe, meio desnorteado, fitou-o, e disse:
            - Não! Quer dizer, sim! Já fui há muito tempo atrás. Hoje não pertenço mais a este mundo pecador, violento e desalmado.
            De cabelos em pé, parecendo um espantalho, e com “a pulga atrás da orelha”, seu Leleco, trêmulo, mastigando a voz, falou:
          - Então quer dizer que o senhor já viveu aqui, morreu, e agora é um espírito. Por isso, faz essas anotações. Pra quem? Por quê?
          O homem enfurecido, respondeu:
          - Sim! Quer dizer, não! É isso mesmo! Já vivi aqui, morri, e agora sou o Repórter de São Pedro. Tenho que anotar todo o acontecimento da história do falecido. Desde o seu nascimento ao último instante de vida. Às causas da morte, às lamentações, etc. Tudo o que parecer interessante, curioso ou triste. Tenho que levar o relatório para o secretário de São Pedro, antes que a alma do morto abandone o seu corpo.
          Seu Leleco, assustado, e já desconfiado dessa conversa, lhe indagou:
          - O senhor está com lorota comigo, está blefando, só pode! Isto é brincadeira de mal gosto. É coisa impossível! Nunca ouvi ninguém dizer nada igual antes. Morto não volta pra contar histórias, nem fazer relatórios... Isso é uma piada mal contada. Nem na Bíblia Sagrada li nada igual. Esse é o maior absurdo que já ouvi em toda a minha vida. Fale que é mentira, pelo amor de Deus?!
          O repórter de São Pedro, enfaticamente, respondeu:
          - Quem vê demais, ouve demais, nunca mais dorme em paz. Não estou brincando! O senhor está vendo o que realmente é.
          Seu Leleco que era manco, angustiado, balançou a cabeça desaprovando aquelas palavras, e replicou dizendo:
          - O senhor é muito estranho, não fala coisa com coisa. Se não quer chamar a atenção, venha vestido como todo mundo; seja um de nós, um igual. O diferente atrai naturalmente a curiosidade. Ainda mais em se tratando de um velório... Com uma conversa dessa sem sentido, dizer que é Repórter de São Pedro e que a alma... Que besteira! Que loucura! Nem sei por que estou emprestando os meus ouvidos a tanta asneira.
          O repórter de São Pedro, disse:
          Já dizia o profeta: “Virá o Senhor daquele servo num dia em que não o espera, e à hora em que ele não sabe.” (MT.24:50). Por isso, estou relatando a despedida do morto e revelando a reação de cada um aqui, inclusive a sua. Ser ou não ser diferente não é o caso. O caso é tão somente transmitir o acontecimento para a minha agenda e endereçá-la para o meu superior. Nunca gostei de "aparecer" quando era vivo nem mesmo nas comemorações dos meus aniversários. Afirmo que, somente o senhor está me vendo. Não sei o porquê, mas só o senhor pode me ver.
          Engasgando-se nas próprias salivas, seu Leleco arregalando seus olhos negros, surpreso, indagou-o:
          - Puxa! Então o senhor é um anjo do céu mesmo? É aquele que veio buscar a alma do morto?!
          O repórter de São Pedro, respirou, e disse:
          - Não. Ainda não conquistei esse poder tão miraculoso. Quando olho ao páramo e o vejo tão lindo, entendo o poder de Deus. Estou trabalhando para que um dia eu possa alcançar esse objetivo. Estou numa dimensão divina ainda inferior a isso... Mas desejo a purificação total. Fiz boas obras aqui na terra. Mas, adentrar a porta do céu é muito difícil, ela é muito estreita. Entrar na fila já é uma benção, ser escolhido, é quase impossível... Depende muito da alma de cada um. "Cada um vai colher o que plantou na terra."
          Nesse momento seu Leleco silenciou-se... E sua consciência lhe confidenciou: “Este homem não é doido. É um sábio ou um profeta, ou um santo; mas, doido não é.” E perguntou:
          - Tira-me uma dúvida: como São Pedro pode ter o relatório de todos os defuntos do mundo? Afinal, são milhares por dia, não é? Morremos de tantas formas: de doenças, de fatalidades, de balas perdidas; e de tantas guerras: a da fome, a da frustração, a da ignorância, a do tráfico de drogas, a do trânsito e a de guerras de nação contra nação, enfim, são tantas formas de morrer por dia, como enumerá-las, registrá-las?
          O repórter lhe respondeu, dizendo:
          - O senhor tem toda a razão, não sou doido. Faço parte da O.N.E.C. – Organização Não Espiritual do Céu. Sou um voluntário a serviço de São Pedro. Todo voluntário, seja na terra ou no céu é bem visto aos olhos de Deus. Por isso, em cada velório, chovem candidatos. Para cada morto disputam no mínimo sete candidatos e mais um instrutor e dois ajudantes. Um anjo só vem fazer este serviço quando se trata de um espírito superior... Quando o caso é especialíssimo.
          Seu Leleco, curioso que era, perguntou:
          - Mas, o que o voluntário e o morto ganham com isso?
          O repórter, enfaticamente, respondeu:
          - Cada um ganha o que merece. O voluntário recebe uma espécie de bonificação dos pecados. O morto, através deste dossiê que é uma espécie de folha corrida, ganhará ou não uma senha para entrar na fila da porta do céu.
          Seu Leleco enrugou a testa e disse:
          - Mas, além do homem “bater as botas” ainda vai ter que passar por essa peneira. Coitado! O senhor não acha que todo o pobre deveria ir direto para o céu sem passar por esse vexame?
          O repórter entendendo a simplicidade e a ignorância do seu Leleco, disse:
          - Cada alma será julgada de acordo com o que semeou na terra. Afirmo para o senhor que felizes são aqueles que têm a chance de irem para a fila de São Pedro. Muitos desejam isso, mas, poucos conseguem entrar na fila.  Somente os escolhidos a dedo conquistam esse direito. Nesse caso, não conta a questão financeira, política, bens materiais, etc. O que conta é o que foi o coração da pessoa, bom ou mal.
          Seu Leleco, de supetão, perguntou ao repórter:
          - O senhor lê o pensamento de todo mundo?
          O homem do além, meio encabulado, pego de surpresa respondeu:
          - Não. Nem sempre. Faço isso somente quando tenho a permissão do meu superior.
          Aproveitando a oportunidade seu Leleco perguntou:
          - Dói morrer ou a passagem dói muito mais?
          O repórter de São Pedro disse categoricamente:
          - Dói muito. Mas, triste mesmo é assistir ao sofrimento dos que ficam perfilados na rua do inferno, chorando, clamando perdão tardiamente... Essa é a pior dor, é dor infinita. A passagem é como uma viagem virtual, como um passeio... Ao despertar, vai conhecer a sua fila. "Ali começa o céu ou o inferno."
          Seu Leleco impressionado com essa resposta pensou: "Vou procurar uma igreja hoje mesmo. Vou buscar a palavra de Deus para ser a minha luz, o meu guia e minha salvação; antes que seja tarde demais.
          O repórter de São Pedro terminando o seu trabalho disse para o seu Leleco:
          - "O corpo morto ficará no esquecimento. Na sepultura não terá momento. Não fará mais obras, nem indústrias, nem ciência, nem coisa alguma, porque não será mais existência. Tornar-se-á pó... Sua sorte estará lançada. Sua alma é que será julgada conforme sua atitude durante toda a sua vida. Que os vivos sejam inteligentes, porque é melhor ser um cão vivo do que um leão morto."

E, falando isso, desapareceu.






O Tocador de Sanfona

              Zangado, endividado e desempregado, Juvêncio, o Tocador de Sanfona estava de mal a pior.
              No sábado, ao meio-dia, sua esposa lhe perguntou:
             - Você não pegou nem um arrasta-pé para tocar hoje?
              O marido enfurecido lhe respondeu:
              - Não! Parece que ninguém mais quer me contratar.
              Dona Joaquina, a esposa brava, disse-lhe:
              - Você precisa dar um jeito... Não tem mais nada na despensa. Não sei o que fazer para os meninos comerem.
              O homem bravo, dando socos no ar disse em alto e bom tom:
              - Hoje toco nem que seja no inferno!
              A mulher lhe respondeu com fúria:
              - Desde que você traga dinheiro, pode tocar até para o chifrudo!
              Juvêncio pegou sua sanfona e saiu a pé, sem destino... Andou muito e já de noitinha, cansado, descorçoado, sentou-se diante de uma árvore frondosa. Sem querer cochilou, tirou uma soneca, e só acordou com o chamado de alguém:
              - Oi, Tocador de Sanfona, acorda! Aonde você vai tocar hoje?!
              - Moço, eu to sem rumo, não tem um lugar certo, não! A coisa ta feia, faz tempo que não toco em lugar nenhum.
              - Então achei o homem certo! Monta no meu cavalo branco e vamos que, estamos precisando de um tocador de sanfona lá no meu terreiro.
              Juvêncio ao subir, o cavalo branco partiu em disparada, e, como uma bola de fogo desapareceu naquela imensidão.
              Meio zonzo, o Tocador de Sanfona, num piscar de olhos, apareceu no palco daquele imenso salão de festa e viu muita gente conhecida ali... Ficou confuso pois todos já haviam falecidos. Observou também gente esquisita, estranha e de todas as idades.
              Seu Chico, um velho amigo, aproximou-se dele, e lhe perguntou:
              - Até você, Tocador de Sanfona, Bateu as botas do quê?
              O Tocador de Sanfona ficou meio sem graça, porque se lembrou que havia ido ao velório do seu Chico e disse-lhe:
              - Seu Chico, o senhor não tinha morrido?!
              - Morri, sim! Mas essa história é longa... Toca logo esse baile antes que o povo faça uma revolução aqui dentro.
              O seu Juvêncio, simples que era, pegou sua sanfona e tocou aquele baile à noite todinha.
              Ao terminar o baile, um homem vestido completamente de roupa vermelha, apareceu-lhe, deu-lhe um envelope fechado e disse-lhe:
              - Tocador igual a você, aqui no inferno nunca tinha aparecido ainda. Tomara que morra logo para vir pra cá nos alegrar com sua sanfona.
              O Tocador respondeu na bucha:
              - Está louco homem! Sou do bem, sou filho de Deus!
              O homem de vermelho, enfurecido, respondeu-lhe:
              - Pode ser, mas eu estou de olho na sua alma!
              Seu Juvêncio lhe disse:
              - Que brincadeira macabra é essa?! Sai de mim espírito de belzebu!
              O capeta lhe respondeu:
              - Eu sou o próprio... Pega seu dinheiro e vá logo, antes que eu me arrependa e lhe segure aqui antes do seu tempo.
              O enviado do Diabo colocou o Tocador na garupa do cavalo e lhe disse:
              - Tocador, aqui é o inferno! Aquele que você conversou ainda a pouco é o Satanás, o dono do mal. Não brinca com ele não, cara, você é doido!
              - E, você quem é?
              - Eu sou um desgraçado que em vida só fiz maldade e vim parar nesse fim do mundo, no inferno... Só teve essa festa aqui, hoje, porque o Capeta está de olho em toda sua família. Ele lhe trouxe aqui para lhe enganar, para você pensar que aqui é bom... Mas aqui é só dor e sofrimento. Toda vez que alguém lembra seu nome, lá na terra, Ele nos faz reverenciá-lo... Ele quer ser deus também... Ele é o deus do mal. Cuide-se antes que venha parar aqui também! Quando você falou que tocaria, nem que fosse no inferno, o Diabo estremeceu de alegria e loucura, por isso, lhe apareceu.
              Seu Juvêncio, quando foi lhe indagar, percebeu que estava sozinho debaixo daquela árvore frondosa e balançou a cabeça, pensado ter tido um pesadelo... Mas, ao se levantar, percebeu um envelope perto de sua sanfona e o pegou e partiu para sua casa.
              Ao chegar à sua casa, chamou a mulher e lhe disse:
              - Aí está o dinheiro que você queria. Pegue-o. Este foi ganho lá no inferno!
              Dona Joaquina respondeu-lhe:
              - Deixa de besteira homem! Dinheiro é dinheiro. Sem grana não se paga à água, a luz, a compra, etc. O importante é tê-lo, não me importa de onde vem. Esses locais de bailes virou um inferninho mesmo...
              Ele contou toda a história para mulher e lhe disse que havia conversado com o próprio Capeta e que viu seu Chico lá também... Que o Chifrudo estava de olho em sua família.
              Ela lhe respondeu que dinheiro é tudo igual e que iria gastá-lo da melhor forma possível. Ela disse que agora estava se sentindo gente de novo, etc.
              Seu Juvêncio lhe disse nervoso: “Vamos queimar esse dinheiro sujo, mulher!”.
              - Tá louco Juvêncio! Imagina que vou fazer uma bobagem dessas.
              - Olha mulher, antes de vir com esse dinheiro pra cá, eu me pus de joelhos e pedi perdão para Deus, nunca mais vou falar o que falei ontem: “Que tocaria nem que fosse no inferno.” Deus vai me ajudar para que isso nunca mais me aconteça.
              - Tá besta, homem! Tá vendo que eu não vou queimar esse dinheiro. Você tocou no inferno e foi pago pelos seus serviços. Agora vou pagar as contas e fazer compras, antes que nossa vida vire o inferno.
              Dona Joaquina se produziu toda e foi para a rua com a grana fazer o que tinha que ser feito.
              Seu Juvêncio pegou no sono e teve um sonho: “No sonho um anjo lhe tirava de dentro de um caixão preto e no seu lugar colocava sua mulher.”.
              Ao chegar à sua casa, a mulher feliz da vida, disse ao marido:
              - Agora somos gente de novo, temos crédito em todo lugar.
               Seu Juvêncio meio sem graça lhe contou o sonho que tivera há pouco...
               Ela lhe respondeu enfurecidamente:
              - Você está muito medroso Juvêncio, tá um verdadeiro CAGÃO, tá morrendo de medo à-toa... Larga de ser besta homem, pelo amor de Deus!
              Ao cair à madrugada, Dona Joaquina sofreu um enfarte fulminante e teve morte súbita.
              O bicho-homem do cavalo branco apareceu, pegou o corpo, colocou-o em sua garupa e desapareceu.




Pedro Mentira

               Numa cidadezinha do interior de São Paulo, existia um sujeito mentiroso, engraçado e de meia idade. Gostava de inventar lorotas, enganar os outros. Era a mentira em pessoa! Por isso, perdeu seu nome de batismo e foi apelidado pela população de Pedro Mentira.
              Certa vez, ele chegou à Subprefeitura, o pessoal estava tomando o cafezinho da manhã, quando o funcionário de primeiro escalão, Luis Manco perguntou-lhe:
              - Qual a mentira dessa vez Pedro Mentira?
              Pedro Mentira ficou cabisbaixo, triste, e respondeu-lhe:
              - Hoje me recuso a contar uma, estou chateado.
              - Ah!... Conta uma mentirinha, nem que seja bem pequenininha, conta! Só para não perder a força do hábito.
              - Não! Hoje meu coração está de luto.
              - Por quê? O que houve?!
              - Um velho amigo faleceu agora a pouco.
              - Quem?!
              - O mais ilustre dos cidadãos da nossa cidade, o meu compadre e pioneiro, Neném Baiano.
              - Sério? Meu Deus!
              Luis Manco correu para o telefone e avisou o prefeito. Fez-se um alvoroço... Foi decretado luto oficial por três dias, imediatamente. Os funcionários foram dispensados. O comércio baixou as portas. O badalo da Igreja anunciou o acontecido. O povo colocou tarja preta no ombro em sinal de luto. A lamentação tomou conta daquele lugar.
              Luis pegou a família, pôs no seu carro e partiu para o Distrito rumo à casa do falecido. Formou-se um comboio. O ônibus da prefeitura, lotado, partiu pra lá também. Quem não tinha carro ou carona foi do jeito que pôde.
              O Distrito ficava a uns seis quilômetros. A cidade partiu pra lá. O choro tomou conta do comboio.
              Luis Manco, que puxava a fila, ao se aproximar da casa do morto, observou que não havia movimento algum nela.
              O povo do Distrito ficou assustado com tantos carros e visitantes. Luis Manco gritou para o Zitão que estava sentado à beira da porta:
              - Onde é o velório!
              - Sei não sinhô!
              Luis Manco fez a volta e foi até a pracinha, centro do Distrito, e percebeu que os truqueiros (Jogadores de truque) estavam em silêncio, e ao se aproximar, desmaiou... Quando acordou, notou que estava no quarto do Hospital Municipal, e assustado, rodeado de muita gente, gritou:
              - Que aconteceu! Que estou fazendo aqui?!
              Observou dentre a multidão a presença de Pedro Mentira, e irado, gritou:
              - Pedro Mentira, seu desgraçado! Você quase me matou! Por que fez isso?!
               Pedro Mentira meio embananado, respondeu-lhe:
              - Ué, você não me pediu para contar uma mentirinha!... Contei.


Praga de mãe

Seu Osmundo trabalhava no sítio como meeiro. Naquela segunda-feira fria do mês de junho, as cinco da matina, já com as tralhas na mão, disse à sua esposa, Josefa:
- Mulher hoje to com desejo de “cumê” uma galinhada com arroz, bem gostosa! Amanheci com essa vontade tola, besta. Se não for dá muito trabalho, escolha a galinha mais bonita do terreiro e faça aquela boia.
Dizendo assim, partiu pra roça.
Dona Josefa foi ao terreiro, e escolheu a melhor galinha, a mais gorda e bonita, e muito feliz, foi realizar o gosto do seu homem.
Fez uma galinha com arroz de “dar água na boca” de qualquer um.
 Na roça se almoça cedo. A “boia-fria” é saboreada por volta das nove ou dez horas da manhã.
Dona Josefa chamou o filho Akira, e o mandou levar a marmita do pai.
O menino, com ela na mão, subiu o morro. Seu Osmundo estava lá no topo plantando... Já morto de fome.
O cheiro do tempero daquela comidinha caseira, quentinha, fez o garoto de dezesseis anos, parar no meio do caminho, e comer toda a carne com voracidade e gula, deixando os ossos da galinha misturados com o arroz.
Notando de longe o filho se aproximar, o matuto ficou feliz, e, mesmo ainda distante, já sentia o cheiro gostoso do coentro, da salsa – a mão santa de sua velha e adorável senhora.  Sua barriga roncando, denunciava muita fome. A marmita saborosa chegando o deixou mais faminto.
Ao entregar a marmita para o pai, o moleque, meio desconfiado, ficou de lado, arredio, e, o matuto ao abri-la, levou um susto, e disse:
- O que é isso? Sua mãe tá doida?! Me mandou sobra de comida?
Akira, assustado, avermelhou-se, e de repente, disse:
- Não sei não, pai...
O filho, vendo a aflição do pai, que era bravo, de repente, sem pensar, falou:
- Olha pai, a mãe estava estranha hoje, muito afobada. Gritou comigo e pediu para eu vir logo, querendo se ver livre de mim, e ainda disse para eu não voltar tão cedo. Daí eu vi, lá debaixo das mangueiras, um fulano mal encarado.  Ele não me viu, mas eu o vi. Não sei quem é, só pude ver que é homem feito. Vi ele entrando em casa com a minha mãe.
O velho trabalhador ficou maluco, irado. Jogou sua marmita com ódio no chão, cuspiu fogo, deu uma escarrada no mundo...  Deu um empurrão no menino, pegou sua foice e partiu aos gritos pelo caminho, dizendo:
- Vou matar essa vaca. Não sou homem de levar “chifre”, não sou touro! Não sou jumento! Nem mula sem cabeça! Nem burro eu sou!!! Não me casei para ser corno!!! Essa desavergonhada me paga!
A coisa ficou azeviche. A cada passo o homem imaginava sua mulher deitada, fornicando com um ou outro sujeito. Não se conformava. Tinha tanta confiança nela.
Perguntava-se enfurecido: “Por quê? O que é que eu fiz de errado, meu Deus? Será que eu atirei pedra na cruz? Isto não é um casamento... É um cagamento”.
Bateu várias vezes na sua cara, dizendo:
- Homem que é homem tem que ter vergonha na cara! Essa vagabunda me paga!!!
De repente, ele olhou para trás e gritou:
- Vem moleque! Corre!  Hoje você vai ver como um homem deve agir com uma vaca, vagabunda, que trai o seu homem.  Mulher que desrespeita o marido merece morrer. Vem!
Ao chegar em casa, foi entrando e, gritando, pegou a mulher pelos cabelos longos e negros – e sem lhe dar tempo de falar algo – desferiu-lhe um golpe fatal no seu pescoço e disse:
- Isso é pela sua traição sua vaca imunda! Mulher minha não se deita com outro, e não fica viva para contar a história. Ainda, descaradamente, teve a coragem de me mandar aquele sobejo – o resto... Quem sabe era a sobra do seu amante, né sua peste? Seiscentos mil diabos!!! Onde ele está, vagabunda, fala?!
E o homem, cego de ódio, saiu loucamente à procura do suposto amante da esposa.
Dona Josefa, que, antes desta desgraça, estava trabalhando contente, cantarolando, feliz por ter feito o gosto do marido – seu prato predileto – agora agonizava, olhava para o seu filho, na ânsia da morte, pressentiu o mal que ele havia cometido; o falso testemunho que tinha levantado; e já no último suspiro, disse-lhe:
- Meu filho! Meu filho! Por que fez isso comigo?  Coração de mãe pressente as coisas. Por esta desgraça, por sua calúnia, seu pai me feriu de morte, estou morrendo por sua culpa. Porém, sua vida será triste, sem luz, e todo o dia de sua vida, na hora da fome, sentirá o maior desejo de comer a minha galinha com arroz. Mas, Infelizmente, vai comer grama... Vai pastar como uma vaca.  Você vai me pedir perdão inúmeras vezes. Mas, somente Deus vai poder te julgar... E se lembrará da inocência de sua mamãezinha para o resto de sua vida infeliz. E, lhe digo ainda, que, esta praga, nem a morte te libertará.
E, balbuciando essas palavras, expirou.
Seu Osmundo catou uma mala velha, colocou algumas peças de roupas e fugiu, virou andarilho. Ninguém nunca soube do seu paradeiro.
O seu único filho, o primogênito, sem saber o que fazer, com medo, fugiu também, saiu pelo mundo errante, sem eira nem beira.
A família e os vizinhos se encarregaram de fazer o enterro de Dona Josefa.
Akira, como Caim, foi fugitivo e vagabundo pela terra... Ele passou a andar de cidade em cidade e, na hora da fome, sentia aquele cheiro gostoso do tempero de sua mãe.
Entretanto, como praga de mãe pega, pastava em terrenos baldios como um animal. Em datas abandonadas, andava de quatro – como um quadrúpede – imitava os gestos de uma vaca, babava ao saborear o capim, o colonião, etc. E, assim passou o resto de sua vida.
Muita gente ficava abismada ao ver um rapaz jovem, bonito, e vegetando daquele jeito.
Uma bela menina, rica, vendo-o, gostou dele, e lhe disse o seguinte:
 - Moço, por que você pasta como um animal? Isto é repugnante. Venha comigo, meu pai é fazendeiro, arrumo-lhe serviço, um bom salário, e você larga dessa vida desumana e desagradável.
Recomposto, já havia pastado, estava de bucho cheio, sua cor esverdeada, rosto marcante e bem feito, pálido, olhou à moça bonita, uma lágrima rolou de sua face suja de grama mastigada, e respondeu:
- Não, não posso aceitar não! Sou um desgraçado caluniador. Levantei um falso testemunho há três anos atrás. Disse ao meu pai que minha mãe estava com outro homem. Porque eu comi a sua boia, uma galinha com arroz, o prato favorito do meu pai. Fiquei com medo de apanhar, levar uma surra. Ele era muito bravo. Degolou minha mãezinha querida.  Estou pagando o meu pecado. É praga de mãe!  Nem a morte me salvará.  Vou pedir perdão a ela até o último momento de minha vida. Eu procuro a morte, ela foge de mim.
E falando isso, foi saindo de fininho e desapareceu. Naquelas bandas ninguém mais o viu.
Por onde passava era motivo de chacota da molecada, que judiava dele jogando pedras, atiçando-lhe o cachorro...  E assim, foi triste a sua sina.

“Praga de mãe, pega! Logo, respeite-a com muito carinho e amor. Ou poderá enfrentar uma praga para resto de sua vida”.


Saco de esmola

         Em cidadezinha do interior todo mundo conhece todo mundo. Tem suas peculiaridades, seus artistas, seus loucos. Tem o bobo, o doido, o jornaleiro, o intelectual, o bêbado cômico, o mendigo, o mentiroso, enfim. Pelo latido do cachorro se conhece o dono.
          Na cidade de Garganta Teimosa, Tonho Titica, o pedinte amado por uns e odiado por outros, chegou bem cedo no boteco do seu velho amigo de infância, Zé Capeta - dono do bar dos cachaceiros - adentrou o estabelecimento, alegre, e foi logo dizendo:
          - Bom dia, Zé Capeta! Posso deixar o meu “saco de esmola” ali, naquele cantinho esquecido? Vou lá no posto de saúde buscar um remédio e volto já, já.
          Zé Capeta sisudo, cara de fome, bigodudo, respondeu-lhe:
          - Se você for num pé e voltar noutro, pode sim. Mas, tem que ser ligeiro! Minha clientela chega cedo, e... Bem, vá logo, e não demore.
          Mas, o infeliz, tentando atravessar a rua, foi atropelado por um jerico, que, andava à solta... E foi imediatamente, hospitalizado. Lá, permaneceu por três dias.
          Tonho Titica, ao receber alta médica, foi correndo buscar o seu “saco de esmola”.
          Ao chegar no boteco, deu por falta do saco... O cantinho estava vazio. Desesperado, gritou para o dono do boteco:
          - Por Deus, Zé Capeta, cadê o meu saco?!
          O Zé que já não se lembrava mais do saco, respondeu na bucha:
          - Sei lá do seu saco, Tonho Titica!
         Mas, como tinha memória de elefante, recobrou as ideias, e disse:
          - Sei lá daquela porcaria! Eu bem que lhe avisei que fosse num pé e voltasse noutro. Não foi? Agora, depois de três dias, você me aparece e quer que eu lhe dê conta do saco! Tá brincando comigo, né?!
          O mendigo levou as mãos à cabeça, e disse:
          - Você não pode falar assim do meu saco! É tudo o que eu tenho na vida... É a minha herança, meu tesouro.
          O mendigo, triste, baixou a cabeça, pensou... E falou:
          - Tá vendo aquela fazenda, ali, é de João, tem muitos alqueires e milhares de bois. O que ela vale para você?
          Zé, indignado, respondeu na lata:
          - Pra mim não vale nada! Por quê?!
          O mendigo olhando bem no fundo dos olhos do amigo, disse:
          - Pois é, mas para o João vale muito, é tudo o que ele tem na vida.
         E, ao ver um carro novo passando, insistiu:
         - Tá vendo aquele carro lá, é do Pedro, é carro do ano, novo. O que ele vale p’ra você?
         Zé Capeta, meio irritado, respondeu-lhe:
         - Nada! Nada! Nada! Que pergunta besta é essa?!
         Tonho Titica emocionado, disse-lhe:
         - Zé, o meu saco de esmola também não vale nada pra você, mas, pra mim é tudo, é tudo o que me resta na vida. É minha fazenda, meus bois, meu carro zero... É a minha vida, meu tesouro. Pode ser velho, sujo, fedorento, mas é meu... Meu! É meu!! É meu!!!
          Zé Capeta procurou chão nos pés e não achou. Nunca tinha imaginado, pensado numa coisa dessas. Envergonhado diante de sua clientela, disse para o seu amigo de infância:
          - Calma! Vou comprar um saco novinho em folha pra você. Aquele estava mesmo precisando ser trocado. Estava velho demais.
          O mendigo perturbado, disse-lhe:
          - Falei um quilo e você não entendeu um grama! Não quero um saco novo; quero o meu! Tá me entendendo?! Olhe bem pra minha boca: o meu!!!
          Zé ficou encabulado diante daquela situação medonha. Percebeu que o mendigo não desistiria nunca do seu saco.
          Tonho Titica ao falar do seu saco, falava com gosto: “É meu!... Como se estivesse falando de um saco de ouro.
          Então, Zé Capeta resolveu acalmá-lo, e disse-lhe:
          - Está bem! Vou encontrar o seu saco de esmola, nem que seja a última coisa que eu faça na minha vida. Vá embora e amanhã venha buscar o seu saco; aquilo que você chama de tesouro.
          O mendigo saindo do bar, dizia a si mesmo, resmungando: “Passarei a noite em claro, não vou dormir. Vou fazer promessas para as Treze Almas Benditas e para São Longuinho.”
         Zé Capeta foi em busca do saco de esmola do Tonho Titica. Saiu à caça pelo bar perguntando para os empregados e para todo mundo, se alguém tinha visto ou pego o saco. Mas, ninguém sabia de nada. Foi aí, que, teve uma ideia supimpa... E esperou o mendigo vir buscar o saco conforme combinado.
          No dia seguinte, Zé Capeta ao vê-lo chegar no seu bar abriu um largo sorriso, e disse-lhe:
          - Aqui está o seu saco... Ficamos discutindo e nos esquecemos de procurá-lo direito. Ele estava ali debaixo do balcão. A empregada ao varrer o bar o colocou lá, e nós não o vimos. Enfim, aí está o seu tesouro.
          O mendigo ao pegar o seu saco ficou tão feliz e empolgado, que se esqueceu de dizer muito obrigado ao seu amigo, e foi-se embora, desapareceu, evaporou que ninguém viu.
          Zé Capeta disse aos clientes que assistiram o desenrolar de toda aquela lengalenga:
          - Se todo mundo desse valor nas coisas que tem, como esse mendigo, o mundo seria bem melhor e as pessoas seriam mais felizes. Ninguém iria achar o tempero da vizinha melhor que o seu... A inveja – o dom dos incapazes – seria sepultada para todo o sempre.
          Um dos clientes, curioso que era, perguntou ao Zé Capeta:
         - Mas, como você encontrou o saco do Tonho Titica mesmo?
         Ele respondeu:
         - Ah! Isso eu não conto não, é segredo de Estado. Meu pai sempre me dizia: “Quem rouba um tostão rouba um milhão e a ocasião faz o ladrão!”.



 O doutor da bola

O magrão, como era chamado,
Fazia gols de letra, de bicicleta.
Jogava elegante, tocava de calcanhar.
Foi o mentor da democracia Corintiana.
Era especialista em aplicar a caneta...
A torcida brasileira, por ele, se apaixonou.

Foi o maestro do Alvinegro
Do Parque São Jorge.
Foi genial, liberal; foi timão!
Jogava como um doutor...
Tinha sede de vida e fome de bola.
Garoto crescido, gigante do futebol.

O doutor caia e se levantava com elegância.
Na chuva ou no sol rolava a pelota redondinha.
Em 2011, morreu o doutor da bola!!!
Foi genial, liberal, foi campeão.
Jogava como com maestria.
Tinha sede de vida e fome de bola.

Era um garoto crescido, gigante de um time.
Elegante em campo, era o artista do espetáculo.
Seu destino, agora, é sem chuteiras, sem sapatos.
O doutor saiu de cena... O Brasil perdeu seu menino,
Sócrates Brasileiro Sampaio De Souza Vieira De Oliveira,
O mundo da bola perdeu o doutor, Deus ganhou um campeão.

Nome: Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira
Nascimento: 19/02/1954 - Belém - PA
Falecimento: 04/12/2011 - São Paulo - SP
Posição: Meia-direita
Período em que jogou no Corinthians: 6 anos (de 1978 à 1984)
Jogos: 298
Gols: 172
Títulos: 3 Campeonatos Paulistas (
1979, 82 e 83)




O “PRACINHA”


Na lápide, apenas um nome,
Sem rosto, sem corpo, sem nada...
Restaram as datas de nascimento e morte.
Um parente, um amigo... Por sorte,
Talvez, se lembre de sua história.

Bravo soldado, pracinha da FEB,
Foi morto durante a vitoriosa caminhada,
Integrando o 2º Batalhão do Regimento,
Na campanha da Itália. A figura desse brasileiro,
Como as de outros tantos camaradas,
 Mortos em ação, não podem ser esquecidas.

Na guerra, eles cantavam:
“Nossa fama se perde distante,
No silêncio dos tempos passados,
Onde vemos erguer-se, gigante,
A memória de bravos soldados!”
               (Canção do Regimento Sampaio)

Naquela península Italiana,
Bravos soldados morreram, viveram...
Para que fossem alcançados os louros da vitória.
Enfrentaram com bravura e destemor o inimigo.
Mas, das agruras às trincheiras, restaram os tiros de fuzis,
Canhões, granadas, bombas, a fome...
E, nessa lápide restou o esquecimento, a solidão.

O Capitão Valdir Moreira Sampaio,
Comandante da 5ª Cia. foi um bravo combatente,
Oficial que se fazia respeitar entre seus pares,
Foi o grande comandante desse gigante esquecido.
Aqui, jaz um PRACINHA guerreiro que, deu a sua vida
Para salvar as dos outros, inclusive a minha,
Para que a humanidade continuasse viva...
Sem ao menos nunca tê-lo conhecido.

Texto baseado no livro “UM CAPITÃO DE INFANTARIA DA FEB” Biblioteca do Exército Editora – RJ – 1999 / autor – Ruy Leal Campello.

Mulher

Sofre e luta pela vida.
Ora e agradece a Deus
Quando incompreendida, perdoa.
Chora e não se arrepende.
As pessoas que ama, sempre partem.
É implacável na despedida.
Não é mitológica como Zeus.
Sua visita é infalível...
Sua forma, divina.
Tem a bênção de Deus.
Diante dela, todos caem.
Seus olhos são como os de águia.
Tem o coração de mãe.
Sua presença é marcante como fogo.
Não tem prazo de validade.
Não adiante correr, se esconder...
Ela é a nossa maior verdade.
É a mãe do mundo.
Está em todo lugar.
Seu amor é profundo.
Encara qualquer situação.
É a rainha do lar,
Dona de comércio, autônoma, executiva.
Lutadora, caminhoneiro, tem letra...
É a mais bela criação do Criador.
É o alicerce da vida.
É guerreira, inteligente, tem fé.
Tem paixão, tem amor;
Seu nome é MULHER.


 Onde o sonho também morre

Não há conforto em palavra alguma.
Não há tristeza maior que a despedida última.
Onde a dor não tem remédio.
Onde no sentimento ferido só há o tédio.
Onde o desespero não tem socorro.
Onde o sepulcro é o fim do corpo.
Não há pior partida a que de um morto.
Onde o adeus é para toda vida.
Onde o lenço não enxuga o choro.
Onde no coração fica a ferida.
Onde o luto é uma revolta.
Onde a vida fica para sempre morta.
Não há nada mais fútil que a morte.
Onde o sonho também morre.
Onde a graça da vida perde a sorte.
Onde a passagem... É uma incógnita.
Onde a saudade é o que fica e move
Um amor, que não se explica, nem se esgota.


(Texto que escrevi no dia que Deus chamou meu pai...
Foi o dia mais triste de minha vida – 29/07/2000).


 Há sempre um novo sonho


Olhe no espelho à sua imagem...
O tempo transformou a sua idade.
São as linhas da vida desenhando
O mapa do tempo em sua face.
Não tem como inventar mais fugas.
Veja quantas manchas de batom
Tentando apagar as suas rugas.
Sua identidade não está no retoque...
A vida já não tem o mesmo tom.
São segredos consumidos pelo vento.
O corpo todo já está em choque!
Ouça a voz do seu sentimento,
Que é o logotipo do seu destino.
Dum passado cheio de momento,
Dum futuro ainda tão menino.
Vá em frente! Não tenha medo!
Não fique triste, nem chore em vão.
A vida é repleta de enredo.
Renove por dentro seu coração!
Há sempre um novo dia a despertar.
Há sempre uma nova imagem a refletir.
Há sempre um novo sonho a realizar.
Há sempre um novo rosto a sorrir.



O poder do amor

          Seja o dono do seu pensamento e domine seu sentimento. Sua palavra é seu guia. Faça tudo com amor. Ame a tudo e a todos. Ame seu semelhante, seus animais, seu planeta. Essa é a lei. Seu destino está em suas mãos. Tenha sempre bons pensamentos e faça tudo com dignidade, respeito, carinho, alegria; e a felicidade desejada será alcançada. Seu mundo é do tamanho do seu desejo.

          Toda ação tem uma reação. Então, dê qualidade de vida aos seus pensamentos e o resultado final será o melhor possível. Crie seu livre-arbítrio com espiritualidade, pacificamente, e caminhe sempre rumo ao desejo esplêndido do amor. Procure atrair na sua mente o mundo amigável. Seu presente está ligado ao passado, e seu presente está construindo seu futuro.

          Lembre-se que você colhe o que planta. Portanto, Plante bons pensamentos. O milagre da vida é mágico, transforma palha em ouro: “Ame o próximo como a si mesmo”. O sentido oculto de Deus, na criação do homem, está tão claro, que, poucos conseguem enxergar. Viemos ao mundo para sermos felizes, para vivermos no paraíso, para gozarmos a vida e tudo de bom que há nela. Os que conseguem assimilar isso conquistam seu oásis, bebem da água da vida, são felizes.

            Sempre diga a si mesmo: “Estou de bem com a vida.” Seu estado de espírito atrai o que você pensa, o que sente e o que deseja. Em momentos difíceis pense em momentos agradáveis. Leia um bom livro. Ouça sua música predileta. Transforme sempre um momento turbulento num momento favorável.

          Ao se levantar da cama de manhã, medite, e transforme seu pensamento na lâmpada de Aladim. Crie seu próprio Gênio – o poder do Amor. Pense positivamente em toda sua tarefa do dia e todo desejo de sua vida, e diga a si mesmo: “Meu desejo é para mim uma ordem.” Tenha certeza do que você quer e faça o pedido a si mesmo. Você é o dono da chave de sua vida. A porta só vai se abrir se você usar a chave e a chave é você. Não se preocupe com a porta, ela sempre está ao seu alcance, ela é o seu desejo, a sua ordem. Ela simplesmente vai obedecer à chave.

          Sonhe com os seus desejos como se eles já lhes pertencessem.  Acredite no seu pensamento firme, pois sua ordem de fé é ilimitada. Ao conquistar o desejo ordenado, sinta-se feliz. Faça um brinde. Todo momento de glória tem que ser festejado. Celebre-o de forma grandiosa, para que o universo continue emitindo o magnetismo da magia das realizações de suas ordens.

          Acredite sempre na sua intuição. Não dê ouvidos aos incrédulos, aja, essa é a sua tarefa. Esse é o processo criativo. O universo está respondendo aos seus pedidos, mexa-se, e realize todos os seus sonhos. O sucesso de sua vida e de sua felicidade está em suas mãos, a chave é você.

(Texto baseado no livro – O Segredo)

Fim de ano

Senhor, obrigado por mais um fim de ano.
Agradeço-Te pelos instantes de felicidades,
Pelos sonhos realizados, pelo ar que respiro,
Pelo aprendizado recebido nas horas de angústias,
Pela missão que me deste, pelo sorriso e pelo choro.
Obrigado por mais essa oportunidade, por este plano...
Ainda tenho que vencer erros e conquistar verdades.
Minha esperança está firme, pois meu sonho é suspiro.
A minha história é a Tua profecia...
A Tua permissão é o meu ouro.

Deus, Tu és a luz que irradia meu destino...
O sol, a chuva, à noite e o dia que posso contemplar.
Tu me deste a vida, fizeste-me o homem-menino.
Tu és o sopro que alimenta a minha alma,
Que enxuga minha lágrima para que eu possa me salvar.
Senhor, Teu mundo espiritual é a minha casa.
Sou a esperança de Jesus Crucificado.
Meu engano, aos poucos, vira brasa.
Tua benção Senhor é o que me acalma.
Amo-Te, Deus santificado.

Mais um ano se finda e uma nova estrela brilha no céu,
Repleta de sonhos, esperanças e o Jesus - menino no coração.
Rezo por um mundo mais humano, sem guerra, sem sofrimento,
Sem fome, onde reine o sonho otimista de paz e de fé.
Pois todo o homem pode mudar, nascer de novo, congregar...
Reúna-se em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo... E, grite:
- O Verbo morreu para nos salvar!...
Senhor, Feliz Ano Novo! Obrigado por mais esse tempo.
Que o novo ano nos traga o espírito de matar a dor,
E que em cada coração renasça o verdadeiro sentido do amor.


 Você já se viu no espelho?

Tem gente que, ao se olhar no espelho, humilha-se... Ou porque é alto ou baixo, gordo ou magro, branco ou negro, comum ou diferente... Você já se viu no espelho?
Já agradeceu a Deus por ter conquistado a sua maior vitória, a vida? Já O agradeceu por ter nascido fisicamente perfeito? Tem gente que tem vergonha da própria imagem, evita o espelho e a balança a qualquer preço. Esse sentimento negativo pode levar qualquer pessoa ao precipício do estresse, e até a morte. “Se eu me odiar, quem vai me amar? Se eu me achar feio, quem vai me achar bonito? Se eu me depreciar, quem vai me valorizar?”
Um cego de nascença nunca se viu no espelho. Jamais discernirá o belo do feio...Nunca poderá ver a beleza do pôr-do-sol, nem as cores irradiantes do arco-íris... Jamais viu o rosto da mulher amada e a face do filho querido... Mas consegue enxergar a vida com os olhos da alma. Agradece ao Todo Poderoso por ter nascido. É feliz assim. Você já pensou nisso alguma vez?
Um surdo-mudo, vive num planeta construído e preparado para os fisicamente perfeitos. A todo instante tem que enfrentar barreiras e vencê-las ou adaptar-se a elas. A cada conquista agradece a Deus... É um guerreiro vencedor. Estuda ferozmente cada passo do mundo, adquirindo conhecimento e sociabilizando-se para entender a linguagem e a política da sociedade em que vive.
Um ser humano sem pernas e sem braços, para ir ao banheiro fazer suas necessidades fisiológicas, precisa da ajuda eterna de uma pessoa qualquer. Alguém tem que levá-lo nos braços, despi-lo (nunca vai poder manter sua vergonha em secreto). Depois, sentá-lo no vaso, segurá-lo (pois não tem ponto de apoio), e após defecar, necessita que este alguém limpe o seu bumbum e suas genitálias. Ele vive dependente vinte e quatro horas por dia. Como você viveria numa situação dessas?
Um deficiente vive desafiando o seu limite a todo o momento. Busca forças inimagináveis para a realização do seu objetivo. Trava batalhas de vida e morte na superação de uma tarefa, seja ela qual for. Ter nascido é a sua maior vitória, é o seu pódio, sua medalha de ouro. Aceita seu corpo, como é. Estar vivo é sua felicidade sem preconceitos, seu presente, ele agradece ao céu por isso.
Se você nunca se viu no espelho, veja-se agora. Nunca é tarde demais para nascer de novo. Ninguém está isento de se tornar um deficiente. Em verdade, digo que o verdadeiro pobre coitado é o pobre de espírito; que o pior assassino não é aquele que mata o inimigo: é aquele que mata a si mesmo, o próprio sonho. Enfim, é aquele que só carrega o ódio no coração e morre de inveja dos perfeitamente felizes.
Você realmente já se viu no espelho?!!!
Para alguém muito deprimido, estressado, tenho dito: Antes de fugir de si mesmo, cometer qualquer bobagem ou até pensar em suicídio – visite uma APAE, UM ASILO, UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO, UM LIXÃO, UM PRESÍDIO, UM ORFANATO, UMA IGREJA, UM CEMITÉRIO OU UM HOSPITAL QUALQUER...e seja voluntário por um dia. Tenho certeza que vai sair de lá com vergonha do seu problema, e vai agradecer a Deus pelo seu livre arbítrio, por ver, ouvir, falar, andar, amar e ser amado. Vai redescobrir o valor incalculável de viver. Vai reaprender a ter respeito, humildade e o amor por si mesmo; tornar-se-á um ser humano espiritualizado a tal ponto que voltará a sorrir de novo e a ver nas pequenas coisas o verdadeiro sentido da vida – a dádiva de Deus.


A mulher da foto

Eu me apaixonei
Pela mulher da foto.
Uma doce loucura!
Foi amor de alma.
Nunca mais fiquei sem ela.
Eu entrava em transe
Com seus beijos.
Toda noite, naquela hora,
Ela me aparecia linda,
Nua e nos amávamos.
Todo sonho era assim.
Era paixão gostosa, louca.
Eu chorava quando a noite
Ia embora.
Todos os dias, deito mais cedo
Pra dormir com ela.
O tempo passou... Envelheci.
Ela continua jovem como
Na imagem da lápide...
Do jeito que a conheci.
Todo dia da minha vida é assim.
Não vejo a hora de voltar pra
Casa e nos seus braços
Fechar meus olhos para sempre
e dormir.



 A “santa” da noite

Eu a conheci na Igreja,
Linda, bela, santa.
Foi sentimento de pureza.
Sedução inocente.
Presente dos deuses.
Parecia um anjo, e era.
Era a mulher da minha vida.
Linda, como uma miss na passarela.
Nunca mais perdi uma missa.
Era a minha Cinderela.
De repente, sumiu,
Desapareceu;
Nunca mais a vi.
Parecia coisa de filme,
Do capítulo que se perdeu.
Entristeci-me, fiquei solitário.
Andei de bar em bar;
Visitei a noite...
Caí na farra, na bebedeira.
Minha alegria estava perdida.
Minha agonia foi meu açoite!...
Entrei numa boate,
E, vi uma bela jovem,
Que, ao entrar no palco fantasia,
Dançava linda, meiga,
Como um cisne esvoaçante...
Foi fascinante!
E descobri que, “a strip-tease”,
Era a minha “Santa”.
Ao reconhecê-la,
Quase tive um enfarte.
O disfarce não escondeu
A magia de sua beleza.
Chorei ao desvendar
Que a minha “Santa”
Era a mulher da noite.



Ah, se seu fosse um poeta

Ah, se seu fosse um poeta!
Eu faria uma história de amor
Sem dor, sem tristeza e sem agonia.
Com o teor da verdade infinita,
Com uma fisionomia santa.
Com a mesma transparência que encantou
O verdadeiro amor de Romeu e Julieta.

Ah, se eu fosse um poeta!
Eu faria uma história de amor feliz.
Faria o sol se casar com a lua.
Faria uma esquina de flor
No meio da rua.
Faria o joão-de-barro construir uma casa
Só minha e sua.

Ah, se eu fosse um poeta!
Eu faria você entender meu mundo.
Faria você voltar a sorrir como criança.
Faria você ter mais esperança.
Faria você saber que o futuro depende de nós.
Faria você compreender que somos amantes...
E de mãos dadas, construiríamos um novo amanhã.

Ah, se eu fosse um poeta!...


Amor de alma
          Eles separaram nosso amor, nosso sonho chorou, nossa vida se perdeu. Mataram nosso presente... Eles sufocaram nossa esperança, e cada um seguiu sozinho. Nossa vida conheceu o amor e nosso destino à dor... Fomos separados pela ignorância sem sentimento. Vivemos um momento inesquecível, um amor jamais vivido, um carinho jamais obtido, e um tesão inimaginável... Fomos condenados a nos amar através da saudade, da lembrança e do desejo ardente do sonho.
          Nossos beijos, nossos desejos, nossas juras de amor ninguém vai tirar. Somos o amor verdadeiro vivido, alma gêmea inseparável. Separaram nossos corpos, mas nosso amor está dentro de nós, dentro do nosso coração, num canto onde ninguém pode mexer. Nosso amor é desejo inviolável, é constitucional do nosso ser. Somos inquebrantáveis no sentimento. Ninguém vai substituir o que vivemos, é nosso, é único, uníssono e sempre.  
          O tempo não passou para o nosso amor. Nosso amor foi separado fisicamente, mas sempre estivemos juntos porque é indivisível, inseparável e infinito. Só nós dois sabemos o que vivemos e o que é o nosso amor e nossa sede de amar. Somos um para o outro como o fôlego é para a vida... Somos a noite e o dia e uma madrugada entre ambos... Conseguiram separar nossa carne, mas estamos juntos nos pensamentos, nos sentimentos e em nosso eterno amor de alma.


Amor de amiga
Ela entrou na minha vida pela internet.
Foi num clic, num chat por impulsão.
Amizade virtual, atração real.
Convivência linda que permanece.
Amor de amiga no coração.
Ao nos vermos pelo msn foi sensacional.

Trocamos confidências há mais de cinco anos,
Como confiança ilibada entre dois irmãos.
Não marcamos horas, nem fazemos planos,
Nossa intuição sente nossa presença nesse universo.
Não tem explicação!
É unissonante, espiritual, confesso.

Eu no Brasil, ela no Japão.
Nunca nos vimos fisicamente.
É carinho que enobrece o coração.
A conexão moderna nos propiciou essa corrente.
É laço sagrado, transparente, de verdade.
É amor de alma, de amigos, para eternidade.

 Amor predestinado
 Você foi o anjo da minha vida.
Agradeço a Deus por isso.
Ele te recolheu tão cedo...
Você estava fazendo falta lá no céu.
Chorei muito com a sua partida.
Nosso quarto agora é frio.
A vida sem você me causa medo.
Nesta solidão me sinto jogado ao léu.

Acordo no meio da noite gritando seu nome.
Sem você nosso sonho não tem mais sentido.
Essa dor no meu peito me mata e me consome.
Eu grito a Deus e pergunto por quê?...
Eu te amo e te amarei para sempre.
Esse vazio me faz perder meu juízo.
Você é minha dona, exclusivamente.
Sinto falta do seu beijo doce.

Olho seu retrato e caio em lágrimas.
Meu bem, nosso amor, é amor de alma!
Ninguém vai substituir você em nossa casa.
Acendo velas para Nossa Senhora de Fátima...
Nosso amor infinito é predestinado.
Toda dia sinto sua presença e te chamo.
Você me fez o homem mais apaixonado.
Logo estarei ao seu lado... Eu te amo.


 Boia-fria
Levanta bem cedo
De enxada na mão.
Segue o destino sem medo,
Com sua marmita, o café, o pão.
Trabalha na roça.
Carpe e planta.
Não tem vergonha da mão grossa,
Que semeia a terra santa.

Colhe o trigo,
Mantendo viva a geração.
Não sabe escrever seu nome,
Mas, sabe saciar a fome do irmão.

Sua caneta é a enxada.
Seu livro é a terra, o chão.
Sua escola é a roça lavrada.
Seu professor e a profissão.

O Boia-fria é voraz trabalhador.
Sua arma é o arroz, o feijão...
Planta e colhe com muito amor,
Matando a fome da Nação.

Celular
Meu mundo é virtual.
Sou a geração da internet.
O globo está no meu celular.
Não tenho tempo pra ninguém.
Vivo conectado na rede.
Meus amigos estão na minha máquina.
Não há mais bate papo no bar.
Amigos no Facebook, tenho aos montes.
Não perco meu tempo nos parques.
Vivo vinte e quatro horas no ar.
Meu planeta é digital.
Meu aparelho é minha vida.
Adoro meu E-mail, Meu Bluetooth,
Meu Instagram, meu YouTube e meu WhatsApp.
Sem essa mídia meu mundo é morto...
Em casa todo mundo tem um.
Todo mundo diz amém!
Meu celular é meu porto.
Em minha residência
Não tem mais aquela conversa...
Aquele almoço de domingo familiar.
Sou a massa dominada por essa mania.
Sou a "galera" da informatização, dessa magia.
Meu mundo virtual é legal, real... Tá ligado!
Sou a face dessa megalomania.
Sou o homem robotizado dessa tecnologia.

 Coração transplantado
Ganhei uma segunda chance para viver.
A sorte grande bateu dentro de mim.
Morri pra renascer...
Um nasceu outro teve fim.

Parece filme velho de museu.
Mas, é a minha liberdade.
Eu era homem ateu...
Conheci a verdade.

A morte me deu vida...
Coração foi transplantado.
Ressuscitou-me... Fui desacorrentado.
Ganhei nova batida.

Deus me deu o sopro...
O homem prolongou a minha história.
Foi muito grito, dor, socorro;
Até esta sagrada vitória.


Corrupção

Eu tenho nojo
Dessa corrupção política.
Que estigmatiza a verdade.
Só enfatiza o dom do poder.
Esse pragmatismo
É Vergonhoso, mentiroso...
É de doer.
Corrompe a democracia da Nação.
Quando precisa do voto,
Promete acabar com a miséria.
Ao se eleger, usurpa a lei; 
Engana o eleitor,
Dando-lhe esmolas...
Depois, toma-lhe de assalto
Seu sonho, sua fé, sua dignidade...
Expurga a esperança da juventude. 
Não!... Não são estórias
Em quadrinhos...
São fatos de corrupção política!
Que, rouba a confiança do povo.
A roubalheira está na plenitude
Dos canalhas; da politicalha.
Não há nada de novo!
Desse jeito,
Não se cura as mazelas do Brasil.
Falta escola, comida, remédio;
Honestidade.
Estamos vivendo por um fio;
Desesperançados; Sem fuzil.
A culpa é desses politiqueiros
Desgraçados!
Estamos com sede de justiça...
Vegetamos num “oásis”
Que tem água em abundância.
Mas, morremos de fome,
Há muito tempo,
Por falta de ambulância.

De modelo só à propaganda
Na cidade grande é assim:
O trânsito fica enlouquecido.
O guarda quase engole o apito.
O pedestre fica perdido...
É fúria na hora do pico.
É briga no engarrafamento.
É difícil prever o fim.
Ninguém respeita o acostamento.

No “ligeirinho” há sempre confusão.
Um sempre grita: – pega ladrão!
Outro: – tira essa mão boba daí!
No centro a lei obriga pagar o “Estar”.
Para o engravatado há sempre um táxi.
Nas lombadas o “pardal” está sempre acordado...
É obrigatório bater continência para o senhor Radar.
Quem é multado perde ponto... paga caro.

No sinaleiro é comum ser assaltado.
Nas rodovias, o soberano ladrão, é o pedágio.
O motorista está sendo crucificado.
O IPVA é o cupim – o vírus do ágio...
O “DPVAT” dá nó no cérebro da democracia.
Ao povo resta-lhe o recado da sorte:
“Quem sai de casa fica à mercê da morte.”
O trânsito virou caso de polícia.

À noite a vida não demora passar.
O homem do viaduto tem sono trágico.
O bandido sai à caça para matar.
Impera a lei do poder do tráfico...
Homens-cavalos puxam suas carroças,
limpando a cidade, sonhando em voltar pra roça.
Atraídos pelo mundo moderno que encanta,
choram ao descobrir, que, de modelo, era só à propaganda.

(Texto baseado no trânsito de Curitiba/PR)

Delírio da transformação
Ontem, eu que vivia no mundo
Colorido dos macacos,
Hoje, vivo no mundo
Dos macacos coloridos.
Às vezes,
Com o delírio da transformação
Não sei se choro
Ou se vibro de emoção.
Mas, até onde chegará
Essa evolução?!
Quando eu vivia no mundo
Colorido dos macacos,
Sonhava com um planeta
Em harmonia,
Onde o homem,
Na sua alma, se evoluía...
Então, era mesmo,
Uma sociedade em construção.
Quando vivo no mundo
Dos macacos coloridos,
Sofro, contudo,
Com a dor da guerra,
Do terrorismo,
Da corrupção, da ignorância
E do egoísmo...
Onde o mundo não é mais florido.
Onde o poder do progresso
Traz seu fim, sua destruição.

Dentro de você
Existe um feto
querendo nascer.
Uma criança
Querendo crescer.
Um adolescente
A sobreviver.
Um adulto
Próximo de morrer.
Existe um sim, um não.
Um assunto...
Aperto de mão.
Vida e luto
No caminho a seguir.
Um guerreiro, um covarde...
Um descompasso.
Existe sonhos perdidos.
Amor e ódio no mesmo destino.
Gol ganho no grito!
Emoção na cruz...
Flor sem espinho.
Choro na escuridão
Sem luz.
Existe um semideus
sem calma.
Um diabinho que vive
silenciosamente.
Um crente de fé,
Um ateu a pé...
Uma nudez na alma,
Furiosamente...
Um silêncio anormal.
Um homem, um mito,
Onde o universo é você.



Desassossegado
 Somos frágeis, nos matamos pouco a pouco.
Morremos por exageros de agrotóxicos nos alimentos.
Basta um mosquito da Dengue, e lá vem à dona morte.
O mundo Árabe está em guerra, dona morte está feliz.
Todo mundo está louco!
Não existem mais sentimentos...
Ninguém é tão forte.
O segredo de tudo está nessa raiz.

Os governantes estão desesperados...
A sede de guerra, de morte, de dinheiro, tudo é desgraça.
Somos seres estúpidos, fracos...
A vida perdeu a graça!
A luz está se apagando, a escuridão volta a reinar.
Não sei onde está o equilíbrio entre o amor e o ódio.
Ninguém escuta minha voz, só me resta gritar!
O Diabo aos poucos toma conta do seu pódio.


Em cada esquina existe uma Igreja, um pastor, um padre, fiéis.
A Bíblia é estudada, mal interpretada por cegos e leigos.
Somos a cruz sem a luz de Deus, cruéis...
A vida aqui na terra está do avesso do avesso.
O mal está escondido dentro de casa...
O fim está anunciado.
Meus pecados estão nessa mala.
O sonho está desassossegado.


Deus é onisciente
O sol é a luz do dia.
A lua a vela da noite.
A chuva uma magia.
A neve brava um açoite...

O trovão é a voz do mundo.
As estrelas enfeitam o céu.
A terra é o paraíso oriundo.
O mar misterioso tem seu véu.

O tempo é o relógio da vida.
O vento leva os maus espíritos...
Tudo que nasce tem despedida.

O homem é impaciente...
Sem o ar tudo seria perdido.
Deus é onisciente.

 Do que valeu tanto amor?
Do que valeu tanto sonho de amor?
Do que valeu tanto tempo vivido?
Se o que sobrou foi o martírio, a dor.
Que nos transformou em inimigos.

Do que valeu tanto plano bonito?
Do que valeu tanto carinho, dedicação?
Se o nosso amor tornou-se frio.
E o nosso corpo perdeu o tesão.

O ciúme quebrou nosso encanto!
Nosso sentimento viveu de mentira.
O que ficou foi apenas o pranto.
De um amor repleto de ira.

Nosso adeus foi para sempre.
Nosso caso de amor foi desilusão.
Vivíamos em brigas eternamente.
O que restou, foi a ferida da separação.

Do que valeu tanto amor?!...

 Dominação
Quando se doma
Um selvagem,
Ele perde sua essência...
O sorriso do corpo,
O mistério da alma.
O encanto não está
Na dominação,
Está na liberdade.


Dona mentira
Você, dona mentira,
Acha-se esperta, vitoriosa.
Mas, não passa de uma maldita!
Sua atitude é vergonhosa.
Não tem freios na língua.
Por onde passa, espalha o ódio.
Vive sozinha à míngua.
Seu orgulho vai virar pó.
Não sabe o que diz.
Só carrega malícia.
Não tem mais raiz.
Seu desejo é pura cobiça.
Tem inveja da felicidade alheia.
Sua vida é vazia.
Sua linguagem não tem letra...
É azeda e só anda com azia.
Assim é a sua imagem no espelho.
Briga com todo mundo à-toa.
Seu sangue não é vermelho...
Sua alma vegeta impura, sem roupa.
Você é assim.
Por onde passa é pavor, confusão.
Não tem Deus no coração.
Seu veneno é seu fim.



“A inveja é o dom dos incapazes”.

Droga
Droga,
Fuga
De ida sem volta.
Sanguessuga
De tanta revolta.
Delírio
Da magia do nada.
Martírio
De vida enganada.
Momento
De alegria mentirosa.
Sofrimento
De lágrima venenosa.
Manicômio
De vida morta.
Pandemônio
De casa sem porta.
Burrice
De inúmeros neurônios.
Mesmice
De moleques demônios.
Mentes
De lua sem norte.
Doentes
Do vício à morte.

Estado-maior das forças do nada
Puro emaranhado em estilhaço.
É muito pano verde e grito depravado.
Zangado com as forças, o macete do laço,
Pagando poses e viagens, enricando o Estado...
Por sorte, fica pra massa o dilema palhaço.
Perdoai-os, ó Deus, pelo certo-errado!

Voluntários da expressão “bagaço”.
Mal servidos de água, aluguel elevado,
Luz é absurdo, muito caro o espaço.
Taxas, coletas, serviços; tudo bem bolado.
Veem-se montas, riquezas, e no fim é escasso.
O dinheiro do povo sendo roubado.

Somos milhões de vozes num só brado.
Se todos colaborassem... Seria um regaço.
O pior é que num beco está o eleitorado.
Não adianta anunciar se eu mesmo não o faço.
Sabemos que fábulas sussurram resmungadas.
Gritarmos pelas forças do nada é um fracasso.

Eu mudo ou mudo o mundo?
Um mago há muito já dizia:
– Eu mudo ou mudo o mundo?
O planeta esperança tem luxo e lixo.
Tem luto e vida.
Tem sonho que expira.
Realidade que grita...
Tem gente que, vence o inferno do coma.
Outro não quer nem se levantar da cama.
Por isso, não entendo tanta hipocrisia.
Uma multidão depende da própria apologia.
Há uma tropa que só pensa em ganhar na sorte.
Deus deu o sopro... O homem inventou a morte.
Você deve traçar o seu destino.
Desejar ser gente, andar de cabeça erguida.
Olhar para frente, realizar o seu sonho divino.
Ter em mente: vencer na vida.
Ou, ser marginal, e viver no inferno.
Pisar nos espinhos e abrir a ferida.
Viver com a alma no cemitério,
e chorar a vergonha de cada mentira.
Sábio é aquele que é dono do seu barraco,
ou o escravo do palácio do rei?
Afinal, quem estabelece a sua lei
é um homem ou um macaco?
Tem gente que quer ir à lua de bicicleta!
Outro quer ser doutor, mas não estuda.
Você quer ganhar na sorte grande, mas não aposta.
O sol nasceu para todo mundo,
A sombra só para quem luta.
Só balança a rede quem chuta a bola.
O otimista transforma palha em ouro.
O pessimista não consegue nem comprar um ovo.
O planeta é feito de grãos de areia.
A vida, de sementes de sonhos.
Logo, não fique esperando o prato pronto.
Lute pelo seu pé de meia.


Fome
Tenho fome de comer
Fome de saber
Fome de você
Fome de vencer
Tenho fome de amor
O ódio tem fome
À fome tem fome
Minha fome tem nome...
A vida tem fome
Fome tem a morte
Meu sonho tá faminto
A justiça tem fome
O céu tem fome...
E o diabo morre de sede.


Ídolos mortos
O mudo idolatra ídolos mortos.
Profundo, profano, loucura.
Vivos são jogados aos porcos...
Imundo, infame, lamúria.

O povo tem sede de herói.
Idolatra, corrompe, corrói.
No topo é o tapete da pérsia.
No fundo é estilete inerte.

Choro por lágrimas sem dores.
Coro por nada, sem flores.
Um canto, um tanto, lamento.
Um grito perdido sem sentimento.

Mentira, verdade, sonho.
Mistura de gente sem sono.
O mundo idolatra ídolos mortos,
Vivos são jogados aos porcos.

 Jornal na Lista
Eu falo, pergunto, escrevo.
Investigo, publico, descrevo.
Sou o escritor, o redator.
O apresentador, o orador, o editor.
Sou o poeta da notícia – sou o radialista.
Falo de tudo, de todos; do chique, do morro.
Sou o registro, o plantão, o socorro.
Falo de Deus... Do Cão.
Não posso ser diferente — Sou jornalista!
Eu enfoco, retrato, reporto.
Digito, explico, critico — Sou formalista.
Para alguns — Sou o jornal na porta.
Para outros — O analista.
Sou trabalhador voraz, sou chato!
Corro em busca – Fotografo.
Não perco o clímax do fato.
Não crio, nem faço boato.
Não sou ilusionista.
Apenas corro atrás da notícia com fome, com sono.
Ela não vem como “NOTA & CIA.”
Não há um plano!
Eu apenas estou lá registrando — Sou jornalista.


Jovens e Velhos
A juventude fica preponderante
A cada dia que passa.
Tudo em torno de um aconchego brilhante
Que se firma em cada mente.
Se hoje você é jovem que corre, brinca, dança,  
Pratica esportes e gosta de perigo,
É porque são momentos de sua época,
Sua gestão na juventude.
Mas, e o velho? ...
Sim! Aquele que passou por tudo o que
Você passa.
Curtiu sua mocidade, teve glórias, teve graças,
Foi às vitórias, enfim.
E, hoje? Hoje é simplesmente um corpo
amadurecido pelo tempo.
Mudou sua face, seu movimento tornou-se
lento, o estafante lhe vem mais súbito.
Mas, nem com isso, você velho, é esquecido.
Você brilhará eternamente na história.
Sempre terá alguém que nunca o esquecerá.
Não o deixará sozinho um só instante.
Que o vê e o guia em todos os momentos.
Esse ser chama-se Deus.
Porque para Ele, você terá sempre o mesmo valor.
Para Ele, você não é velho!
Velho, meu jovem!
Velho é o carro que já não funciona.
É a bicicleta que já não pedala.
É a máquina que não mais constrói.
Velho! Velho é o jovem viciado em drogas...
Que lhe domina o corpo, que lhe fere a alma,
E o torna morto.
Isso sim é ser velho, meu jovem.


Mãe

Mãe,
Você é o berço da vida.
O sorriso lindo ofegante.
O chão de estrelas que guia
Meus passos neste mundo gigante.

Sou sua vitória mãe.
Página do seu livro.
Parte de sua história.
Muito do seu grito.

Sem você, eu não seria ninguém.
Você me gerou com amor.
Teve dores profundas...
Mas, teve o sorriso da flor,
Ao me ver nascer. 

Mãe, 
Você é meu sonho,
Minha luz, meu ser.
É minha força de viver.
Você é toda divina,
De Deus – é a obra mais prima.

Te amo, mãe!

 Nosso amor pede socorro

No começo foi apenas desejo.
Não pensei que fosse amar como te amo.
Meu erro foi guardar segredo.
Um grande amor nasceu quase que por engano.
Agora, choro sem parar.
Minha vida sem você não vale nada.
Volta pra mim!
Vem me fazer feliz.
Sei que você também me ama.
Larga desse orgulho e volta.
Meu coração é a morada desse amor.
Minha vida sem você é vazia.
Vem, por favor!
Acaba de uma vez com minha agonia.
Lembra das nossas promessas?
Nossa casa, nosso jardim, nossos filhos...
Tenho pressa.
Volta logo, antes que seja tarde demais.
Nem sempre um grande amor vive em paz.
Eu te amo, você me ama.
Não vamos esperar passar o tempo.
Hoje te quero mais que antes.
Ouça a voz da alma desse sentimento.
Nosso amor é verdadeiro,
Pede por socorro nesse instante.
Vive em silêncio no seu peito.
Mas, quer viver o nosso amor amante.

Nunca Vou te Esquecer
Nunca vou esquecer esta noite
Enquanto viver.
Nunca vou esquecer teu rosto,
Teus lábios... Teu corpo.
Por toda minha vida sobreviverá
Tua imagem bela dentro de mim.
Amar-te-ei infinitamente como um louco,
 Como um lobo no cio da noite amante.
Nosso amor é tesão de desejo ardente.
É fantasia do destino estonteante.
É paixão predestinada no lírio do momento,
É coração e vida no delírio do sentimento.
Eu nunca vou esquecer este prazer de amor.
Este orgasmo que grita numa delícia de dor.
Eu nunca vou esquecer este desejo sem fim,
Enquanto viver este amor dentro de mim.

 O suburbano capitalista
Perdi o relógio... Estou perdido!
Fiquei sem o ponteiro, perdi o tempo.
Sem pulsação não tem caminho.
Estou louco, virei robô, perdi a hora.
Não tenho tempo de ter tempo.
Não brinco mais com o meu filho.
Estou doente, perdi a fase.
Não tenho tempo de perder tempo.
Estou sem tempo!
O tempo é meu carrasco.
Minha vida é escrava do relógio.
Virei produto industrial, papel moeda;
Confesso, não tenho tempo
Para mais nada.
Sou o suburbano capitalista.
Não tenho tempo para o meu analista.
Só quero trabalhar, trabalhar,
Ganhar dinheiro,
Pagar as minhas contas,
Comprar carro novo,
Reformar meu apartamento...
O relógio me controla.
Ai que saudade da minha vitrola!
Não tenho tempo
Nem para pedir socorro!
O relógio me ignora,
E, o tempo me consome.
E agora, o que faço?...
Não tenho tempo de ter tempo.
Tchau! Perdi a minha hora!
Sou o suburbano capitalista.

 Paixão de amor
Seu amor me incendeia,
Enfeitiça meu mundo, me faz sonhar.
Seu coração tem sete estrelas.
Nem a morte vai nos separar.

Seu beijo é uma poção de magia.
Tem desejo  de mulher, encanto de menina.
Tem namoro no divã  pra toda vida.
Tem carinho gostoso que contagia.

Sua paixão de amor é assim,
Tem  um mundo de fantasia – fascina.
Tem começo, tem meio; não tem fim.

Toda vez vem linda, nua, divina.
Inocente, travessa, presente – é Janaína.
É paixão de amor, é a mulher da minha vida.

(POEMA DEDICADO A MULHER DA MINHA VIDA-
JANAINA BARBARA - TE AMO, GATA!)


Pichador
O pichador expressava seu pensamento...
Era um movimento social.
Protestava com sentimento.
Sabia apontar seu deus ou seu chacal.

Hoje em dia, a maioria faz vandalismo.
Jeito mesquinho de aparecer na televisão.
Disputa entre gangs, revanchismo.
Desejo espúrio de competição.

Essa facção destrói a celebração.
Comete o crime no afã de sua euforia.
Pensando ser sua arte uma criação,
Espalha sua tinta como embolia.

Vegeta em constante adrenalina.
Não tem medo da morte...
Vive correndo da polícia.
Seu mundo é obscuro, sem norte.

Como vampiro, ataca de madrugada.
Onde põe sua marca faz o objeto chorar...
Virou vício, doença desalmada.
Sua assinatura é um lixo a lamentar.


 Placas de amor
Bem-vinda ao meu coração!
Você tem passagem livre.
Entre nessa bifurcação...
O sentido obrigatório é a união.
Dê-me a preferência.
Amor, siga em frente!
Aqui, não tem ponte estreita.
Não tem depressão.
Vamos unir nossa interseção?
Nos aclives e declives,
Segura em minha mão.
Vamos viver o prazer
Retilíneo completamente?
Nas curvas nossos corpos
Encaixam-se.
Seu corpo é a BR-deste sonhador.
É proibido trair, partir,
Sofrer, chorar.
Não pare e nem tenha medo
De mergulhar...
Os batimentos do nosso prazer,
Ultrapassarão a 220 km/h.
Nessas placas de amor,
O proibido é não amar.


Planeta mendigo
Misturado aos urubus, esconde seu rosto, seu nome.
Briga por cada saco de lixo em busca de pão...
É a lei do mais forte para não morrer de fome.
A espécie demarca seu território como um cão.

Despe-se de sua imagem...
Assim, é o planeta mendigo!
Marca registrada do capitalismo selvagem.
A humilhação se estampa na face dos meninos.

O homem triste, do lixo,
Tem alma, é um ser-humano.
Vive como um bicho!
Vegeta nesse mundo desumano.

Nesse lugar a Pátria apagou a sua luz.
Falta o cumprimento constitucional...
Ali, cada um faz a sua lei, carrega a sua cruz.
É a fotografia da política social.

 Ponteiro infalível
Não para, segue em frente, rasga estrada.
Segue sua trilha, não volta, é sua linha.
Não espera, é incansável, violento.
Essa é a sua saga.

Como uma lenda, se eterniza.
Não se aninha, nem perde o chinelo.
Nada o impede, nem o sol e nem o vento.
Tudo que é novo, ao seu redor, envelhece.

Apaga histórias...
Tudo acaba e ele permanece.
De todo ser vivo é o fim.
Ele não precisa de memórias.

Seu ponteiro não amolece...
Nunca volta atrás.
Registra vida e morte face a face.
Só ele nunca falece.

 Quando a miséria bate à porta
"Quando a miséria bate à porta
O amor foge pela janela”.
Deixa a paixão morta,
Tristeza de sentinela.
A crença no amor amolece...
O mundo se desmorona.
Coração falece.

A alma entra em coma.
O rumo do sonho perde a sua sorte.
Quando a magia do amor vai embora
O sentimento se afoga na lama.
O vazio toma conta... Cabeça fica zonza.
O encanto acaba, a alegria vira pranto,
E o doce do amor morre.

Quando morei na roça
Moro na cidade grande,
Mas, nasci no sítio.
Fui criado na roça,
Com a enxada na mão.
Lá era gostoso...
Tinha cachoeira,
Tinha vida e sonho.
Acordava de manhã,
Com o cantar do passarinho...
Meu café colonial
Tinha leite de vaca do curral,
Pão feito em casa,
Queijo da roça,
Manteiga, bolo, curau,
Suco de laranja do pomar,
Era tudo natural.
Na roça todo mundo se cumprimenta...
Gente simples, educada.
A sociedade rural
É humana, disso é diplomada.
Vizinho vira compadre.
Todo mundo se conhece.
Que saudade daquele tempo.
Morei lá na Amapuva...
Pertinho da cidade de Loanda.
Eu não sabia o que era peruca.
Armar arapuca era meu passatempo.
Lembro-me da minha rede na varanda.
Criava galinhas, tinha cavalo, cabrito.
Chupava melancia na roça.
Cuidava do pasto, batia munha...
Triste era colher o feijão...
Um dia quase perdi minha unha.
De tardinha era aquela prosa.
Lá não tinha televisão.
Agora na cidade grande,
Tanta gente e eu tão só.

 Que político é esse?
Fez a gente renovar a esperança.
Fez o povo acreditar novamente no poder.
Tornou cada um de nós, uma criança...
Agora, com essa sujeira, põe tudo a perder.

Que político é esse?
Usou o palanque para encher suas burras...
Lugar de ladrão é no xadrez! 
Pois lá, é o lugar das mulas.

Manchou a nossa bandeira.
Fez do eleitor o bobo da corte.
Que pena tamanha besteira!

Borrou nossa história com esse fuzil.
Que político é esse que está lá na torre, 
Matando o sonho do Brasil?


Revolução de mistérios

Mundo animal, de coisas e bichos.
Perfeito, imperfeito, de tantos destinos.
Todo carro precisa de guincho...
São tantos cachorros e poucos latidos.

De certo e incerto o vento vagueia,
Na curva do mar encontra sua onda.
O motor do barco é uma novela...
Mas, no leme, o povo ainda sonha.

Parece piada, mas é um fato.
Terceiro milênio, revolução de mistérios.
Quem pensa que manda é comandado...
Comandantes  do cemitério.

São coisas da vida que a morte entristece.
Caminhos que não tem o segundo sonho.
Quem é cego não percebe.
Quem vê, tem muito sono.

 Sagrado segredo
Eu vi o destino chorar.
Não tinha luz nessa estrada.
O dia não quis perdoar...
A luz do sol foi apagada.

O caminho era estreito.
O córrego tinha secado.
O sonho era imperfeito...
O sol tinha se retirado.

Sagrado segredo,
Fez o mundo surgir...
Cheio de luz, repleto de medo.

Eu vi muita gente andar,
Face sempre a sorrir...
Outra sempre a chorar.

 Se o mundo acabasse hoje...
Se o mundo acabasse hoje...
Eu iria chorar meus pecados e me penitenciar...
Choraria muito pelos erros cometidos.
Pediria a todos, o perdão!
Imploraria a Deus a minha salvação.
Iria sentir muito pelos tempos perdidos.
Eu iria me interpelar...

Pensaria o porquê não fui mais complacente.
Por que não tive mais tempo para estar com Deus?
Se o mundo acabasse hoje... Eu estaria perdido.
Tive pouco tempo para ir à Igreja.
Corri muito atrás do dinheiro.
Tive dúvidas, fui ateu.
Meu coração não foi nada amável.
Vivi num mundo idólatra, iludido.

Se o mundo acabasse hoje... Eu estaria no fogo do inferno.
Não tive tempo para Deus, para os meus filhos, para o bem.
Não tive tempo para lavar a minha alma... Socorro!
Graças a Deus, que, ainda há tempo para me redimir.
Assim sendo, vou rever meus conceitos e meus ensinamentos.
Antes que seja tarde demais! Afinal, ninguém sabe à sua hora.
Se o mundo acabasse hoje... Seria minha catástrofe.
Para estar com Deus, preciso nascer de novo.

 Sou o menor abandonado
Sou o abandonado.
O desprazer da sociedade.
O  pequeno maltratado.
O complexo da autoridade.
Passo fome, frio...
Não tenho nome, nem tio.
Meu banquete é no latão do lixo.
Ninguém se importa comigo!
Sou o menor abandonado.

Sou o menor drogado...
O ser que nunca foi abençoado.
O sonâmbulo, a desgraça.
Aquele que pratica o mal.
Sou o “Menor...” o sem graça.
Aquele que perambula pela cidade.
O sem lei, o desleal...
O prostituto, o trombadinha,
O viciado da pracinha.

Sou o menor, o sem idade.
Sou o sem mãe, o sem pai.
Sou aquele que só cai.
O indigente, o sacrilégio.
Sou o sem colégio.
O resto e o desengano.
O que nasceu condenado...
Sou o sem planeta; o profano.
Sou o menor abandonado.

 Sou... Nem de mim, eu sou
Sou parte do pedaço de mim.
Sou o meio do complemento de alguém.
Sou o esotérico do sonho real.
Sou inteiro, estilhaço, metade.
Sou as partículas e a essência das células.
Sou a matéria, o próton, o nêutron e a realidade.

Sou o encanto dos olhos perdidos.
Sou o perdido do encanto irreal.
Sou o ato e a esperança de Deus.
Sou a vida e o sangue que brotam desejos.
Sou a fome, o pecado, o destino.
Sou o anjo de sonho menino.

Sou o grito prosaico da existência.
Sou o mito histórico da humanidade.
Sou a guerra entre o bem e o mal.
Sou o vício, a droga, a inverdade.
Sou o avesso do avesso...
O capuz do homem-animal.

Sou a loucura, a morte e o rascunho da ciência.
Sou a inveja, a cor e a graça do dinheiro.
Sou os dois lados da moeda... O desespero.
Sou o esquife, o luto... O tudo e o nada.
Sou o santo, o bruto e a experiência.
Sou alguém sem dono... Dono de ninguém.

Sou... Nem de mim, eu sou.


Supremo desejo
Ao sonhar contigo,
O sublime calor do prazer
Invadiu meu corpo.
Foi fascinação e delírio.

Ao acordar, tive vontade de morrer.
O sonho apenas sonhou...
Meu êxtase chorou.
Minha fantasia não quis te perder.

Mais tarde, ao vê-la passar na rua,
Coração quis sair pela boca.
Tive uma síncope do sonho revolto.
Era paixão esvoaçante, nua.

Era incontrolável.
E, mergulhei nos teus beijos...
Foi adorável, implacável.
E vivi o supremo desejo.

 Tapa buraco
Basta uma chuvinha e as crateras voltam.
A cidade fica repleta de atalho.
Os motoristas se revoltam.
Há desperdício nesse trabalho.

Nossas ruas e avenidas parecem peneiras.
A solução é a lama asfáltica...
Tem agente político que está de brincadeira!
Ou não tem dó do erário, da problemática.

Essa operação tapa buraco
É serviço necessário, fundamental.
Mas, quebra galho é exagero, descomunal...
E o dono tem que pagar o reparo.

O povo paga o imposto caro.
Serviços imperfeitos entristecem o patrão.
O agente político é o empregado...
É eleito para trabalhar bem pela Nação.

 Travessia
Vivo as transmutações
De sonhos que vêm e vão.
Ficam as cicatrizes de emoções...
Sofrimento de cada solidão.

O mundo às vezes fica contente,
Às vezes, distante.
A vida é uma roda gigante...
Ás vezes leva o encanto da gente.

Todo mundo tem o seu destino.
Caminhos de dores e amores...
Vento que sopra ao infinito.

Cada um segue a sua estrada
Às vezes sem brilho, às vezes com cores...
E, entre a travessia e o fim, uma jangada.

 Vai repórter, vai...
Vai repórter, vai...
Vai colher tuas notícias.
Vai... Informa ao povo
Os devaneios de tua geração.
Pega tua caneta, tua agenda,
E sem pena, reescreva
Novamente a história.

Vai repórter, vai...
Fala do planeta macaco;
Do planeta industrial;
Do planeta fracasso;
Do planeta digital.
Fala do planeta miserável da fome,
Da AIDS, do câncer;
Do proveta, do genoma e do clone.

Vai repórter, vai...
Informa ao planeta-homem, sem medo
De ser crucificado.
Fala da informatização, da globalização.
Mas, fala também da poluição, do analfabetismo;
Do buraco da camada de ozônio;
Das filas em hospitais; das favelas;
Dos sem-terra; dos sem-teto e dos sem-comidas.

Não dá ouvidos às críticas.
Fala do perfil dos presídios, do desemprego,
Do racismo, do preconceito, Dos terroristas.
Fala dos políticos corruptos, Dos meninos de rua.
Dos sem-escolas, dos que cheiram cola.
Fala do meio-ambiente, das queimadas
E da loucura da destruição.

Vai repórter, vai...
Reedita outra vez a verdade.
Fala dos dez mandamentos, e
Dos ensinamentos de Jesus Cristo.
Fala do apocalipse... Do pecado e do castigo.
Fala, também, dos falsos profetas.
Jesus nos deu este sinal de alerta!

Vai repórter, vai...
Escreva agora,
Antes que seja tarde demais.

 Vigário ou Vigarista?
Celebra a missa,
Dá comunhão, evangeliza.
Ouve a confissão.
Batiza, crisma, casa, abençoa;
Comunga, canoniza, exorciza.
Dá extrema-unção,
Sermão, excomunga...

Coleta o dízimo,
Cobra serviço caro.
Impostos, não paga!
Recebe honorário justo.
Anda sempre de carro de luxo.
Faz bingo, rifa, festas.
Mora em casa de rico,
E tem sempre um serviçal por perto.

Nem sempre é celibatário.
Vende como ninguém a Bíblia.
Prega o respeito à família.
Grava disco, canta no carnaval.
É pop, é sábio, é artista?
É o profeta ou o Judas de Cristo?
Se é moral ou imoral,
juro que não sei!...
É Vigário ou vigarista?!


 Amizade virtual
Ela vem de vários quadrantes do mundo,
De qualquer Nação, cultura e línguas diferentes.
Nesse território ela vem demarcando.
Ao se constituir é um grande presente.

Ela é a amizade virtual.
Entra em nossa vida calmamente.
Ás vezes, vale mais que a presencial...
Ela nos acalma verdadeiramente.

Ela nos lê, nos diverte, mesmo sem nos conhecer.
Nos dá conselhos, vira amigo do peito, de verdade.
Basta à gente estar triste que anima o nosso viver.

Essa amizade especial faz renascer minha libertação...
Conheço gente do mundo inteiro; que felicidade!
Meus amigos virtuais moram dentro do meu coração.

 Amor Doentio
Esse amor já me levou à loucura.
Por longos anos me sufocou meu juramento...
Perdia a cabeça, fazia besteira no meio da rua.
Foi amor doentio, cego de sentimento.

Eu não dormia, respirava você... Tudo era exagero.
Eu era iludido, era dicotomia de amor
Era a cruz sangrando o meu desespero.
Desconfiava de tudo, era ciumento... Puro dissabor!

Não existia o nosso amor... Somente eu lhe amava.
Meu amor vivia na UTI diuturnamente.
Parecia amor platônico, só chorava.

Você era meu pecado, meu destino sem sombra.
Era o álibi de minha incerteza plenamente...
Hoje conquistei minha alforria e você já não me assombra.

 Gazofilácio
Não negue o dízimo
A seu templo.
Não faça mal juízo
Do dinheiro da casa de Deus.
Até o vento precisa
De um sopro fluente...
E, as estrelas
Não brilham a esmo.
Não tenha medo
Nem dúvida de sua oferta.
Ela serve para abrilhantar
O altar divino.
É a forma pura de voltar
A ser menino...
É a insígnia,
Mormente, de sua flecha.
É preciso se unir ao céu,
E, andar pelas veredas do amor...
E não zurzir pelo destino
Que o leva ao léu.
“Dê a Cesar o que é de Cezar
E a Deus o que é de Deus”.
Abra a mala da premissa
Do seu suor com louvor.
E marche rumo
Ao caminho que já é seu.


Muçanda
Minha roupa é estendida no varal.
Minha cama é uma rede na varanda.
As galinhas ciscam rindo no quintal.
Minha casa é cercada de Muçanda.

Nunca usei no corpo uma grife.
Meu papagaio é um eterno imitador.
No meu terreiro sou xerife.
No meu coração jamais faltou amor.

Tenho vida simples, tenho liberdade.
Moro na montanha da paixão.
Sou caipira de verdade.

Sou cercado de sonho e esperança.
Acredito na libertação...
Tenho sessenta anos e ainda sou criança.

 O bicho-homem
Você, meu grito de liberdade.
Estrada infinita sobre a luz da vida.
Meu sonho amparado na verdade.
Meus passos tropeçam... Sem saída.

Brado engasgado explode pelo ar.
Os surdos, mudos, cegos não são viajantes.
Assim, a ferida não vai se curar...
A esperança perde seus navegantes.

A comunicação é telepática.
Pouca gente entende o sinal.
Extermina-se como doença hepática.

O abismo caminha premeditado...
Como ovelha ao matador pro seu final.
O bicho-homem está desalmado.


 Só existe um Amor

Não importa o tempo vivido,
Não importa o tempo afastado...
Amor não é feito de vidro,
Nem morre no quadro apagado.

Amor que é germinado no céu,
Nasce do coração d’alma...
Não anda fugindo ao léu,
Nem fingindo esperança nem calma.

Esse amor tem a bênção de Deus.
Não se multiplica em vão.
Não é feito a fé de filisteus.

Esse amor tem fôlego eterno.
É perfeito e infinito no coração,
E, retorna sempre ao leito materno.


Paixão Antiga

Sentimento esquecido renasce de novo...
Pulsa o coração ao rumo do amor.
Página velha reacende o seu fogo,
E, reluz a esperança do sonhador.

Destino era morto e ressuscita.
Volta com força sublime no sonho da vida.
Eis que grita, grita, grita...
E seu nome reaparece na pedra perdida.

No passado distante perdeu-se no livro.
Foi final surpreendente que chorou...
Foi história que virou mito.

Agora, quando tudo era contos de fada...
Paixão antiga em meu peito acordou.
E floriu a velha estrada.

 Paixão sem Juízo
Quem nunca viveu um amor de verdade
E, nem viveu uma paixão sem juízo,
Não sabe o que é sofrer de saudade...
Nem se há porta de vidro nesse destino.

Quem nunca viveu o sentimento dolorido,
Nem chorou a dor da nostalgia,
Não sabe o que é ter morrido
Pelo menos uma vez de alegria.

Se nunca viveu um amor, nem sabe o que é isso,
Sua vida é sem sentido, vive em devaneio...
Não faça de seu coração um estoque de lixo.

Viva nem que seja uma paixão sem juízo.
Viva intensamente e sem rodeio...
Viva e não tenha medo do martírio.

 Pássaro de luto
Esta noite está vazia...
É pura agonia.
Meus olhos inundaram-se
De lágrimas aflitas.
Estou sem alma, sem vida.
Estou diante da mais triste
Despedida... Estou triste.
Agora tudo é medo, segredo, desafio.
Esta noite roubou meus encantos.
Sou um pássaro solitário de luto...
Condenado neste calvário para eternidade.
Para sempre vou carregar esse pranto.
Esta noite não é como as de outrora;
Ela matou e levou embora minha verdade.
Aqui jaz o meu verdadeiro amor.
Tudo é abandono numa tortura sem fim.
Esta noite, meu coração
Foi crucificado dentro de mim.

 Sonho dilacerado
Você não amou o meu amor.
Brincou comigo, esqueceu a lição.
Provou o cálice do dissabor.
Agora, chora, implora o meu perdão.

Descobri que nosso fogo era paixão.
A dúvida bateu asas e voou...
A brasa virou cinza na escuridão.
Meu sofrimento se libertou.

O amor virou sentimento morto.
Meu encanto está refugiado.
Antes eu era a caça, agora sou o lobo.

Não tenho mais lágrimas para sangrar.
O engano, em meu coração, foi transplantado.
Meu sonho, por você, foi dilacerado.

Transliteração
O seu nome era difícil pronunciar em português.
Eu não sei a transliteração de nomes Árabes nem para o latim.
Meu lado aprendiz deixou de ser burguês...
Mal a conheci e nossa paquera ia chegar ao fim.

Mas eu dei um jeito de me comunicar.
Essa garota era sensacional.
Não sei a língua do seu país, mas eu sei beijar...
Nossos corpos se entenderam até o final.

Eu tenho que dar um jeito de aprender a sua fala.
Ela vai embora e eu não sei como falar adeus...
Preciso urgentemente voltar à aula.

Essa garota tirou meu sossego e virou minha cabeça.
Sua família tem a estirpe dos antigos Hebreus.
Minha carola está como uma alfeça.

Um sonho quase perfeito
Senti seus olhos me vigiando,
Buscando minhas pegadas no deserto.
Estava loucamente me torturando...
Procurando nosso mundo insólito, incerto.

Coração solitário chorava.
O labirinto sem mapa tinha segredo.
Sentimento por mais que implorava,
Era consumido pelo medo.

O vento rasgou a madrugada,
O tempo não rompeu a aurora...
E o amor se perdeu na derrocada.

O destino que já nascera imperfeito, 
Adormeceu nas cinzas de outrora...
E queimou um sonho quase perfeito


Eu me rendo aos meus sonhos

Eu ando nas nuvens, viajo na luz; nado nos campos da vida.
A moda agora é ter corpão... Fazer academia... ser maluco.
O aprendizado une-se aos músculos e as informações.
Vivo a geração da informática sem matemática, sem combinação.
Essa é moda: alunos comandando professores, gravidez precoce,
Drogas... Sexo sem pudor... Mundo incolor.
Filho de dez anos já sabe o que é sexo.
Na minha época acreditava-se na cegonha...
O mundo evoluiu ou nossos pais estavam certos?
Parece que não existe mais respeito, vergonha.
O mundo não entende o seu alfabeto.
Nas derrotas eu aprendo... Nas vitórias eu me rendo aos meus sonhos.
Os animais irracionais já têm mais de duzentas formas de comunicações.
O homem continua inventando novas formas de destruições.
É o "Q.I.”, da ibecibilidade... Não entendo essa evolução!
Quanto mais informação, mais poder - mais ignorância no coração.
Estamos vivendo de ponta-cabeça... Sentados em cima da mesa.
Ainda acredito no meu mundo de sonhos
- um mundo repleto de paz, harmonia e amor.


Caminho de Luz

          Andando pelo vale das sombras, depois de muito enganado, ganhei em minha mão um pequeno lampião, que, iluminou o meu caminho que era triste e apagado, e me fez desviar dos buracos, dos espinhos e da total escuridão dos mortos. A cada passo uma dificuldade, uma pedra cortante, um labirinto obscuro. A cada instante me deparava com os torpes ensinamentos de desvalidos e covardes, que, não têm a luz e que faziam de tudo para apagar a minha.

          O campo dos desgraçados é vasto e o precipício é fundo, mas, que, a princípio tem vida fácil... O caminho imundo e o sorriso largo passageiro logo acordam em lágrimas que mancham os lábios dos que falam coisas bonitas, pois, a ilusão é como fogo em palha. O que é muito fácil morre fácil. O caminho sem luz é como o jardim sem flores.

          Quando andei pelos vales da morte conheci alegria enganosa, amigos falsos, vida fácil, dinheiro e mulher à vontade. O meu mundo com aquele entendimento errôneo era tudo.  Mas, quando enxerguei a luz da verdade, senti que eu era um passageiro na rota do mal e na órbita do inferno.

          O caminho de luz não é a riqueza de bens materiais, de rede de lojas, de quilos de ouro e joias, de poder, de grana. O caminho de luz está dentro da gente. O lampião está lá, basta acendê-lo...  Entender os mandamentos de Deus, seu estatuto, a Bíblia Sagrada. O caminho que nos conduz à vida eterna é o amor a Deus, essa foi a minha luz que acendeu dentro de mim.

 ENQUANTO TIVER UMA FAÍSCA ACESA, MEU SONHO ESTARÁ VIVO.




Biografia do autor



Osmar Soares Fernandes, brasileiro; casado, professor nível superior, Vereador (PSB – 40) em Nova Londrina/PR, 2013 a 2016; nascido na data de 01/02/1961 – Quarta-feira, na cidade de Nova Londrina, Estado do Paraná/BRA, às 09h00min (Nove horas), em casa (Sangra Seca); Graduado em História: 1990 a 1993 – Curso Superior – (LICENCIATURA PLENA EM HISTÓRIA), UNIC/MT – Faculdades Integradas de Cuiabá/MT, conclusão - 20/12/1993 - Média Geral do Curso 8,8 – Colação de grau - 04/02/1994; PSICOPEDAGOGO: pós-graduação em Psicopedagogia Clínica e Institucional pelo Instituto RHEMA – Faculdade de Tecnologia do Vale do Ivaí (FATEC/PR); Filiação: João Fernandes de Almeida (IN MEMORIAM) e de Lêda Soares de Almeida; Irmãos: Wilson, Marli, Marlene, Marley e Marcesley; Cônjuge: Janaína Bárbara Ferreira Fernandes, Filhos: Tharcísio, Tharsila e Rafael; Filhos do primeiro casamento com Leny Gilglioli: Jackeline, Dayanne, Thábata Fernanda e Moisés; Netos: Giovanna e Isabella (filhas de: Thábata e Giovano Jorge Manssoni), João Victor (filho de: Jackeline e Luiz Sôda), Ana Júlia e Juliana (filhas de: Dayanne e Daniel Juruna).
1981 a 1983 – Funcionário Público Municipal da Cidade e Comarca de Nova Londrina/PR, exercendo a função de Chefe do Departamento de Habilitação da 45ª CIRETRAN (Circunscrição Regional de Trânsito); 1983 a 1996 - Proprietário do Despachante Vida Nova de Várzea Grande/MT; 1994/1996 - Foi professor de História, Técnicas de Redação e E.M.C. nos Colégios Estaduais de EF e EM na Escola Estadual Sarita Baracat e Colégio Estadual Couto Magalhães em Várzea Grande/MT; 1989 a 1993 – Assessor do Poder Executivo Municipal na cidade de Várzea Grande/MT; 1985 a 1988, 1992 a 1994 e 1995 a 1996 – exerceu mandato de Presidente do Sindicato dos Despachantes e das Autoescolas do Estado de Mato Grosso (SINDAED/MT); 12/09/1995 a 15/07/1997 – exerceu mandato de 1º Vice Presidente da Federação Nacional dos Despachantes Públicos (FENADESP/SP); 1997 a 1998 – Assessor Chefe de Gabinete na Prefeitura Municipal de Nova Londrina/PR; 1999 a 2000 – Secretário de Obras, Viação e Serviços Urbanos na cidade de Nova Londrina/PR;  De junho de 1999 a junho de 2001 - morou nas cidades litorâneas de Itapema/SC e Bombinhas/SC – Representante Comercial na Empresa Emfoca Ltda.; 2001/2005 - Sócio Proprietário da Empresa de Publicidades Jadattham Ltda.; Residiu em Curitiba (Capital do Estado do Paraná) de junho 2001 a junho de 2005; Em 2005 (Setembro) exerceu a função de “RADIALISTA” na Rádio Adecis, 104,9 MHZ, “Rádio Comunitária”, na cidade de Itaúna do Sul, Estado do Paraná –  Programa: DE BEM COM A VIDA; Exerceu  na Rede Pública de Ensino a função de Professor de História, contratado pela SEED/PR: Col. Estadual Princesa Izabel, cidade Marilena/PR, EFM/2011 e 2016; Col. Est. Ary João Dresch, cidade de Nova Londrina/PR, EFM/2011; Col. Estadual Rui Barbosa de Itaúna do Sul/PR e no CEIEBJA na cidade de Nova Londrina/PR, 2013; lecionou na Escola Estadual Vale do Tigre EF 6º/9º na cidade de Nova Londrina/PR e na  Escola Estadual Machado de Assis, EF 6º/9º na cidade de Itaúna do Sul/PR, 2014 e 2015.

1991 - Agraciado com o Título Honorífico – CIDADÃO VARZEA-GRANDENSE, pela Câmara Municipal de Vereador do Município de Várzea Grande/MT, em sessão solene realizada em 15 de maio.
2004 - Agraciado com a MEDALHA DE MÉRITO FERNANDO AMARO, pela Câmara Municipal de Vereador de Curitiba/PR (por levar às salas de aulas o incentivo à leitura e a literatura brasileira e mundial).
2016 – Professor nível superior e exerceu o cargo de Agente Político (Vereador – PSB 40) na Câmara Municipal de Nova londrina/PR, 2013 a 2016 (Comissão Permanente de Legislação, Justiça e Redação Final - Vereador: Osmar Soares Fernandes – Presidente 2015/16).

Livros publicados

1993 - Luar do Sol, lançado no auditório da UNIC/MT;
1997 - Sonhos e Destinos, Registro de Direito Autoral n.º 134.652, Livro 214, Folha 112 - Fundação Biblioteca Nacional, lançado na Casa da Amizade na cidade de Nova Londrina/PR;
1999 - A Loira da Matão, Registro de Direito Autoral n.º 191.181, Livro 327, Folha 337 – Fundação Biblioteca Nacional, lançado na cidade de Balneário Camboriú/SC;
2001 - Espelho de Cristal - Registro Direito Autoral n.º 252.135, Livro 449, Folha 295 – Fundação Biblioteca Nacional, lançado na Casa da Cultura de Paranavaí/PR;
2003 - Crisálida – a motivação da vida, Direito Autoral n.º Registro 299.384, Livro 544, Folha 44 – Fundação Biblioteca Nacional/RJ, lançado na cidade de Curitiba/PR;
2010 – Nova Londrina, Rainha do Noroeste, 60 anos de história, ISBN n.º 978-85-911038-0-5, Registro de Direito Autoral na Fundação da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, Lançado em 31 de julho de 2010 – Anfiteatro Municipal Prefeito Avelino Antônio Colla – Nova Londrina/PR.
Contato: E-mail: osmarescritor@hotmail.com; osmarescritor@gmail.com


NINGUÉM TEM CULPA DO ROSTO QUE TEM, MAS É RESPONSÁVEL PELA IMGEM QUE CONSTRÓI.
                                                                                          (Prof. Osmar Fernandes)




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