6/8/2013 às 17h57 (Atualizado em 8/8/2013 às 11h30)
Exame descarta pólvora, mas polícia diz que arma estava na mão de menino suspeito de matar família
Delegado esclarece que a ausência de resíduos nas mãos não é determinante
A Polícia Civil informou, na tarde desta terça-feira (6), que o exame residuográfico — que constata pólvora nas mãos — feito em Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, de 13 anos, deu negativo. O garoto é o principal suspeito de assassinar os pais — que eram policiais militares —, a avó e a tia-avó, na zona norte de São Paulo. De acordo com o delegado Itagiba Vieira Franco, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), a análise ainda é preliminar e o resultado definitivo deve sair dentro de um mês.
— Eu conversei hoje, informalmente, com o perito, e deu negativo o [exame] dele [Marcelo]. Mas isso não é importante porque uma grande porcentagem de exames não dá positivo mesmo. O residuográfico, se você der um tiro, às vezes, por condição da pólvora, da bala, da arma, não dá realmente positivo. É muito difícil.
A polícia diz que a pistola .40 usada pelo adolescente, e encontrada na mão esquerda sob o corpo dele, pertencia à mãe, a cabo Andreia Bovo Pesseghini. No entanto, de acordo com o delegado, ela não deveria portar aquela arma.
— A mãe tinha feito uma operação de coluna. Ela não poderia nem ter essa arma. Ela estava com restrição.
O caso
Os cinco corpos foram encontrados no começo da noite de segunda-feira (5). Na sala da casa, que fica na Brasilândia, zona norte de SP, estava o sargento da Rota, Luis Marcelo Pesseghini; a mulher dele, a cabo Andreia Regina Bovo Pesseghini e o menino. Em uma casa no mesmo terreno, em uma cama, foram achados os corpos da mãe de Andreia e da irmã dela, tia da policial.
As investigações policiais indicam que o adolescente teria matado a família, entre a noite de domingo (4) e a madrugada de segunda-feira (5). Ele teria dirigido o carro da família até a escola onde estuda, a cerca de 5 km da casa. Uma câmera de segurança da região flagrou o jovem saindo do veículo.
Após a aula, ele pegou carona com o melhor amigo. O pai do garoto o deixou na frente de casa. Marcelo teria dito que não havia necessidade de chamar o pai porque ele estava dormindo.
O delegado Itagiba Vieira Franco comentou sobre a situação encontrada pelos policiais quando chegaram ao local.
— Desde o primeiro momento quando entrei na casa, eu já comecei, talvez pela experiência, a sentir que alguma coisa não estava batendo. Não era um homicídio usual.
8/8/2013 às 18h28 (Atualizado em 8/8/2013 às 18h36)
Menino suspeito de matar família sabia atirar e dirigir, diz testemunha à polícia
Testemunha disse, em depoimento, que garoto aprendeu a usar a arma com o pai
Um soldado da Polícia Militar, amigo dos policiais militares Luis Eduardo e Andreia Pesseghini, disse que o filho do casal, Marcelo Eduardo, de 13 anos, sabia atirar e dirigir, de acordo com o delegado Itagiba Vieira Franco. A testemunha prestou depoimento nesta quinta-feira (8), no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).
— Ele falou que ele [Marcelo] sabia atirar porque foi ensinado pelo pai e a dirigir porque foi ensinado pela mãe.
Apesar de a testemunha não especificar com qual tipo de arma o garoto teria sido ensinado, o delegado diz acreditar que ele sabia manusear a pistola .40 usada nos assassinatos.
Familiares das vítimas dizem desconhecer e até negam o fato de o garoto ter sido ensinado a atirar e a dirigir. O soldado foi a primeira testemunha ouvida pela polícia que apresentou essa versão.
/8/2013 às 18h06 (Atualizado em 8/8/2013 às 18h25)
Comandante que afirmou que cabo denunciou colegas diz que não sabia que entrevista era gravada
Delegado-geral da Polícia Civil afirmou que ficou "surpreso" com as declarações
Família de PMs foi encontrada morta na segunda-feiraReprodução/ Rede Record
A SSP (Secretaria de Segurança Publica) divulgou o Termo de Declarações à Corregedoria da Policia Militar onde o coronel Wagner Dimas, comandante do 18º Batalhão, esclarece sua posição em relação à afirmação feita, em entrevista à Rádio Bandeirantes, de que a cabo Andreia Regina Pesseghini teria denunciado PMs com envolvimento em roubos a caixas eletrônicos.
Segundo o novo relato, Dimas não sabia que a conversa, por meio do celular, se tratava de uma entrevista gravada. O comandante negou à Corregedoria a existência de qualquer denúncia formal por parte da cabo, assassinada na ultima segunda-feira (5). Ele disse ainda que Andreia não forneceu "qualquer dado", mesmo que informalmente, a respeito do assunto. Dimas argumentou que se perdeu ao tentar se explicar para o repórter. Perguntado se algum oficial de seu batalhão foi transferido ou afastado por suspeitas de irregularidades, o comandante negou a informação.
Sobre ter afirmado que não acreditava que o filho do casal de PMs, Marcelo Eduardo Pesseghini, pudesse ter matado os pais, a avó e a tia-avó e, depois, cometido suicídio, o coronel Dimas disse que aguarda os laudos da polícia científica para uma conclusão definitiva. O comandante esteve na casa dos policias na noite de segunda e teve acesso à cena do crime e às provas imediatamente colhidas.
Surpresa de delegado
O delegado-geral da Polícia Civil do Estado de São Paulo, Luiz Maurício Souza Blazeck, disse na tarde desta quinta-feira (8), que as declarações do comandante também o surpreenderam.
Segundo Blazeck, a surpresa ocorreu porque o fato novo apresentado pelo comandante Dimas não estava na dinâmica dos assassinatos.
— Para ter relevância para as investigações é preciso existir um nexo de causalidade entre as acusações e o crime.
Na visão do delegado-geral, essa relação não parece existir.
— Para ter relevância para as investigações é preciso existir um nexo de causalidade entre as acusações e o crime.
Na visão do delegado-geral, essa relação não parece existir.
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