Trabalhando

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Sessão da Câmara Municipal

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Joana d’Arc. (A SANTA PADROEIRA DA FRANÇA)

Joana d'Arc, cognominada "A Donzela de Orléans" e também conhecida como Joana d'Arc, a ruiva é uma heroína francesa e santa da Igreja Católica.

Falecimento: 30 de maio de 1431, Ruão, França
Nacionalidade: Francês


Uma breve história de Joana d’Arc. Joana nasceu no dia 6 de janeiro 1412 e faleceu no dia 30 de Maio 1431. Ela é considerada a santa padroeira da França, sendo uma heroína da Guerra dos Cem Anos, na qual lutou pelos Armagnacs. 
     Joana d’Arc foi uma das mais fortes guerreiras e mulheres que o mundo já conheceu. Nascida em 1412, na aldeia de Domrémy, França, era pertencente de uma família de camponeses, Joana era analfabeta e foi educada para ser uma boa esposa com os afazeres domésticos.
     Depois de completar 13 anos a jovens começou a ouvir vozes sagradas: São Miguel, Santa Catarina e Santa Margarida. Suas primeiras inspirações divinas diziam que a menina deveria permanecer virgem para a salvação de sua alma.
     Depois de alguns anos, as vozes começaram a liderar ela na área política, e lhe diziam que Joana deveria ajudar o herdeiro do trono, o príncipe Charles, mais conhecido como Delfim, a ser coroado e salvar a França dos Ingleses.

     Joana d´ Arc foi concebida no auge da Guerra dos Cem Anos, um conflito que começou em 1337 e terminou em 1453. Suas batalhas e sua ambição motivada pela fé a levaram a alcançar seu objetivo em coroar Delfim como rei. Mas como após a coroação ela continuou a lutar para expulsar os ingleses de suas terras, acabou sendo presa pelos borguilhões e vendida aos ingleses, que no ano de 1430 a julgaram. O julgamento foi presidido pelo bispo Pierre Cauchon, e suas acusações principais eram de ordem religiosa, como bruxaria e heresia.

     Após seis meses de martírio Joana D’Arc foi condenada a ser queimada viva. E com 19 anos de idade morre a heroína francesa que até hoje é muito lembrada e no ano de 1920 a igreja canonizou ela como santa através do papa Bento XV. Ela mostrou todo exemplo que uma pessoa movida pela fé e determinação podem fazer pelo bem comum.


Joana D'arc
Santa Joana d'Arc
Nascimento 6 de Janeiro de 1412 em Domrémy-la-Pucelle
Falecimento 30 de Maio de 1431 em Ruão
Beatificado 1909, Roma por: São Pio X
Canonizado 5 de Maio de 1920, Roma por: Papa Bento XV
Festa litúrgica 30 de maio
Introdução

     Joana D’arc nasceu na França no ano de 1412 e morreu em 1431 (época medieval). Foi uma importante personagem da história francesa, durante a Guerra dos Cem Anos (1337-1453), quando seu país enfrentou a rival Inglaterra. Joana D’arc foi canonizada (transformada em santa) no ano de 1920.

Biografia

     A história da vida desta heroína francesa é marcada por fatos trágicos. Quando era criança, presenciou o assassinato de membros de sua família por soldados ingleses que invadiram a vila em que morava. Com 13 anos de idade, começou a ter visões e receber mensagens, que ela dizia ser dos santos Miguel, Catarina e Margarida. Nestas mensagens, ela era orientada a entrar para o exército francês e ajudar seu reino na guerra contra a Inglaterra.

     Motivada pelas mensagens, cortou o cabelo bem curto, vestiu-se de homem e começou a fazer treinamentos militares. Foi aceita no exército francês, chegando a comandar tropas. Suas vitórias importantes e o reconhecimento que ganhou do rei Carlos VII despertaram a inveja em outros líderes militares da França. Estes começaram a conspirar e diminuíram o apoio de Joana D’arc.

     Em 1430, durante uma batalha em Paris, foi ferida e capturada pelos borgonheses que a venderam para os ingleses. Foi acusada de praticar feitiçaria, em função de suas visões, e condenada a morte na fogueira. Foi queimada viva na cidade de Rouen, no ano de 1431


     Depois de 25 anos a Igreja reabre seu processo e Joana d'Arc é reabilitada de todas as acusações, torna-se a primeira heroína da nação francesa. No dia 16 de maio de 1920, 500 anos depois, o papa Bento XV a proclama santa. Hoje, Joana D'Arc é a Santa Padroeira da França.

     Joana D’Arc se transformou em uma figura mítica após ter ajudado a França a vencer a Guerra dos Cem Anos (1337-1453), empreendida contra a Inglaterra, entre os séculos XIV e XV.

     Joana D’Arc nasceu na França, no ano de 1412, no lugarejo de Domrémy. No contexto histórico do século XV, a França se encontrava em meio a uma “turbulência” política, social e econômica. O rei Carlos VI estava doente e, por suas ausências no governo, a rivalidade entre a casa da França e a casa de Borgonha (também na França) acentuou-se.

     A França, no século XV, encontrava-se quase que em uma total anarquia e permeada por motins e assassinatos. Assim, os conflitos civis e a desordem social estavam instalados na França. Dentro desse contexto, a Inglaterra, sob o comando do rei Henrique V, viu a oportunidade de tomar o poder na França.

     No ano de 1422, no entanto, o rei Carlos VI, da França, e o rei inglês Henrique V, morreram. A irmã de Carlos VI, casada com Henrique V, assumiu a regência do trono francês. Sem nenhum sucessor para o trono francês, os ingleses aproveitaram para uma possível invasão da França. No momento em que a França estava sendo invadida pelos ingleses, surgiu a figura mítica da história francesa: Joana D’Arc, insatisfeita com o governo britânico, assim como os camponeses e populares.

     Joana, quando era criança, divertia-se normalmente, brincava, mas tinha responsabilidade sobre outros afazeres: tomava conta do rebanho de carneiros, costurava e cuidava dos serviços domésticos. A religiosidade era outra característica presente na vida de Joana D’Arc, tanto é que, aos 12 anos de idade, conta-se que a menina afirmou ter ouvido vozes vindas do céu que lhe diziam para salvar a França e coroar o rei.

     Em certo dia, Joana escreveu ao rei uma carta, pedindo conselhos, e o rei aceitou recebê-la (os motivos da concordância do rei são desconhecidos). Dessa maneira, Joana D’Arc partiu para a corte no dia 13 de fevereiro de 1429 e chegou ao Castelo de Chinon, residência do rei Carlos VII (filho de Carlos VI. É interessante ressaltar que a Inglaterra não reconhecia a legitimidade do governo de Carlos VII), no dia 23 de fevereiro. As primeiras palavras de Joana para o rei foram em relação à visão que havia tido.

     Entretanto, o rei somente acreditou em Joana quando ela falou sobre os vários pedidos que ele fizera a Deus, enquanto rezava solitário na Igreja. Após ser testada também por teólogos, Joana D’Arc recebeu do rei uma espada, um estandarte e o comando geral dos exércitos franceses.

     Joana queria atacar a região de Orleans sob o comando dos ingleses, por isso enviou um aviso a eles: “A vós, ingleses, que não tendes nenhum direito neste Reino de França, o Rei dos Céus vos ordena, e manda, por mim, Joana, a Donzela, que deixeis vossas fortalezas e retorneis para vosso país, caso contrário farei grande barulho”.¹

     A guerreira e a tropa francesa mobilizada pelo rei Carlos VII conseguiram empreender vitórias em diversas batalhas. Essa disputa ficou conhecida na história como a Guerra dos Cem Anos (1337 – 1453), da qual a França saiu vitoriosa, conseguindo expulsar os ingleses, principalmente do norte da França.

     Após a expulsão dos britânicos, os nobres franceses, representados pelo rei Carlos VII, temerosos de uma forte aliança popular entre Joana D’Arc e a população camponesa, entregaram-na para os ingleses. Joana foi morta, queimada na fogueira, no ano de 1430 sob a acusação de bruxaria. No ano de 1453, a Guerra dos Cem Anos terminou com a assinatura do Tratado de Paz entre França e Inglaterra.

Leandro Carvalho
Mestre em História



Gravura de 1505


Estátua de Joana d'Arc na Catedral de Notre-Dame de Paris

Vida da heroína francesa, realizações,
condenação e morte na fogueira, canonização

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

BÁRBARA HELIODORA - mulher símbolo de um novo mundo

BÁRBARA HELIODORAmulher símbolo de um novo mundo
Bárbara Heliodora, em gravura de Carlos Ayres, inspirado em traços históricos e figuras femininas descendentes de Bárbara.
Bárbara Heliodora, em gravura de Carlos Ayres, inspirado em traços históricos e figuras femininas descendentes de Bárbara.

Bárbara  nasceu Bárbara Heliodora Guilhermina da Silveira, em São João Del Rei, Minas Gerais, em 1759. Primeira poeta brasileira, culta e revolucionária, Bárbara foi uma mulher que, em toda sua vida, agiu com coragem e fibra, Aos 20 anos se apaixonou pelo poeta Alvarenga Peixoto. Da paixão, nasceu Maria Ifigênia.O casamento só aconteceu depois do nascimento da menina e Bárbara manteve o nome de solteira. A ligação entre os dois foi marcada pela harmonia e companheirismo. O casal teria, ainda, outros três filhos. Bárbara e Alvarenga Peixoto participaram da organização da inconfidência do país.
Segundo Aureliano Leite, no livro "A Vida Heróica de Barbara Heliodora", a presença de Bárbara foi fundamental na vida de Alvarenga Peixoto:"...Ela foi a estrela do norte que soube guiar a vida do marido, foi ela que lhe acalento o seu sonho da inconfidência do Brasil…quando ele, em certo instante, quis fraquejar, foi Bárbara quem o fez reaprumar-se na aventura patriótica. Disso e do mais que ela sofreu com alta dignidade fez com que a posteridade lhe desse tratamento de Harmonia da Inconfidência’’.
O casamento durou 10 anos, período da produção poética de Eliodora. Em 1789, época da Conjugação, Alvarenga Peixoto foi preso e arrastado de São João Del Rei ao Rio de Janeiro, sendo levado para a fortaleza da Ilhas das Cobras e, depois, ele seria mandado para África, onde morreria.
No cárcere, escreveu "Bárbara Bela", onde exaltava a dor da distância da mulher:
"Bárbara Bela
Do norte estrela
Que o meu destino
Sabe guiar
De ti ausente
Triste somente
As horas passo
A suspirar
Pôr entre as penhas
De incultas brenhas
Cansa-me a vista
De te buscar
Porém não vejo
Mais te desejo,
Sem esperança
De te encontrar
Eu também queria
A noite e o dia
Contigo pode passar
Mas orgulhosa
Sorte invejosa,
D’esta fortuna
Me quer privar
Tu, Entre os braços,
Temos abraços
Da filha amada
Pode gozar,
Priva-me da estrela
De ti e D’ela
Busca dou modos
De me matar!".
Após a prisão de Alvarenga Peixoto, Barbara Eliodora não mais escreveu, teve a metade dos seus bens confiscados e passou a ser discriminada por toda a sociedade da época. Viúva, passou a se dedicar à educação dos quatro filhos e à administração dos bens restantes. Em 1795 ela sofreu outra perda, Maria Ifigênia,  em decorrência de uma queda de cavalo.  Figura de expressão na Inconfidência Mineira, Bárbara foi muito tempo retratada, em livros de história inclusive como demente louca, como que andava esfarrapada pela Ruas de São João Del Rei falando Bobagens e loucuras. Neste século alguns escritores como Aureliano Leite, lutaram para resgatar a verdade de sua vida. Em "A Vida Heróica de Bárbara Eliodora" Leite afirmava que Bárbara viveu seus últimos vinte e tantos anos em perfeito juízo, nesse período cuidou dos negócios da família, foi admitida da ordem 3a. do Carmo, de São João Del Rei e morreu em São Gonçalo do Sapucaí, aos 60 anos, vitima de tuberculose: "A uma louca e indigente não se dedicaram exéquias dessa pompa".  Para Aureliano Leite, Houve uma criação em torno da figura de Eliodora. Lendas que escondem dos brasileiros a verdade e que são desmentidas em palavras como a do escritor Uruguaio Rodrigues Fabregat (ver baixo), que qualifica Bárbara Eliodora de Mulher do Novo Mundo, colocando-a entre as mães da epopéia do Novo Mundo:
"…e esta outra, também de sua carne vem, grande e profética: que traz em seus lábios de Mulher, gladiadora ardente, clamores de despertar; que traz em suas mãos uma bandeira nova e alça sobre multidões estremecidas; que traz em sua mensagem um desejo de liberdade, um credo republicano que, com ele sobe até a cúpula de seu calvário e da história: que junto às minas de ouro das rapinas imperiais, fala com voz de brasileira,  gente a proclamar direitos e conquistá-los; esta, de Vila Rica, em Minas Gerais companheira da inconfidência revolucionaria na saga heróica de VGRT e na morte mártir, esta mulher do novo mundo - oh, mãe epopéia do Novo Mundo!- cravada em seu madeiro de sacrifício com quatro escravos ardentes de Cruzeiro do Sul… Bárbara Eliodora !"
Ousada para sua época, Bárbara foi a primeira Mulher poeta do Brasil, umas das ideologias organizadoras da inconfidência Mineira, teve uma filha antes do casamento e, mesmo depois de casada, fez questão de continuar com seu nome de solteira. Após a morte do marido, Bárbara ainda administrou   os negócios da família, e cuidou da educação dos seus 4 filhos. O texto de Rodrigues chama de "Mulher do Novo Mundo".

Conselhos a seus filhos 

Meninos, eu vou dictar
As regras do bem viver,
Não basta somente ler,
É preciso ponderar,
Que a lição não faz saber,
Quem faz sabios é o pensar.

Neste tormentoso mar
D'ondas de contradicções,
Ninguem soletre feições,
Que sempre se ha de enganar;
De caras a corações
A muitas legoas que andar.

Applicai ao conversar
Todos os cinco sentidos,
Que as paredes têm ouvidos,
E também podem fallar:
Ha bixinhos escondidos,
Que só vivem de escutar.

Quem quer males evitar
Evite-lhe a occasião,
Que os males por si virão,
Sem ninguem os procurar;
E antes que ronque o trovão,
Manda a prudencia ferrar.

Não vos deixeis enganar
Por amigos, nem amigas;
Rapazes e raparigas
Não sabem mais, que asnear;
As conversas, e as intrigas
Servem de precipitar.

Sempre vos deveis guiar
Pelos antigos conselhos,
Que dizem, que ratos velhos
Não ha modo de os caçar:
Não batam ferros vermelhos,
Deixem um pouco esfriar.

Se é tempo de professar
De taful o quarto voto,
Procurai capote roto
Pé de banco de um brilhar,
Que seja sabio piloto
Nas regras de calcular.

Se vos mandarem chamar
Pâra ver uma funcção,
Respondei sempre que não,
Que tendes em que cuidar:
Assim se entende o rifão.
Quem está bem, deixa-se estar.

Devei-vos acautelar
Em jogos de paro e tópo,
Promptos em passar o copo
Nas angolinas do azar:
Taes as fábulas de Esopo,
Que vós deveis estudar.

Quem fala, escreve no ar,
Sem pôr virgulas nem pontos,
E póde quem conta os contos,
Mil pontos accrescentar;
Fica um rebanho de tontos
Sem nenhum adivinhar.

Com Deus e o rei não brincar,
É servir e obedecer,
Amar por muito temer
Mâs temer por muito amar,
Santo temor de offender
A quem se deve adorar!

Até aqui pode bastar,
Mais havia que dizer;
Mâs eu tenho que fazer,
Não me posso demorar,
E quem sabe discorrer
Póde o resto adivinhar.

Bárbara Heliodora

O sonho
Oh que sonho! Oh! que sonho eu tive n'esta,
Feliz, ditosa e socegada sésta!
Eu vi o Pão de Assucar levantar-se
E no meio das ondas transformar-se
Na figura de um indio o mais gentil,
Representando só todo o Brazil.
Pendente ao tiracol de branco arminho
Concavo dente de animal marinho
As preciosas armas lhe guardava;
Era thesoiro e juntamente aljava.
De pontas de diamante eram as setas,
As hásteas d'oiro, mas as pennas pretas;
Que o indio valeroso altivo e forte
Não manda seta, em que não mande a morte,
Zona de pennas de vistosas côres
Guarnecida de barbaros lavores,
De folhetas e perolas pendentes,
Finos chrystaes, topazios transparentes,
Em recamadas pelles de sahiras,
Rubins, e diamantes e saphiras,
Em campo de esmeralda escurecia
A linda estrella, que nos traz o dia.
No cocar... oh que assombro! oh que riqueza!
Vi tudo quanto póde a natureza.
No peito em grandes letras de diamante
O nome da augustissima imperante.
De inteiriço coral novo instrumento
As mãos lhe occupa, em quanto ao doce accento
Das saudosas palhetas, que afinava,
Pindaro americano assim cantava.

Sou vassallo e sou leal,
Como tal,
Fiel constante,
Sirvo á glória da imperante,
Sirvo á grandeza real.
Aos elysios descerei
Fiel sempre a Portugal,
Ao famoso vice-rei,
Ao illustre general,
Ás bandeiras, que jurei,
Insultando o fado e a sorte,
E a fortuna desigual,
Qu'a quem morrer sabe, a morte
Nem é morte, nem é mal.

Bárbara Heliodora 
Poesias do livro: "Florilégio da Poesia Brasileira", de Varnhagen, 1946 (nos três tomos constam "fac-símile do frontespício da ed. princeps do "Florilégio da Poesia Brasileira", de 1850).

fonte - texto acima:Anuncie no Barão em Foco

Fonte texto abaixo:


Bárbara Heliodora Guilhermina da Silveira (São João del-Rei, c. 1758 — São Gonçalo do Sapucaí24 de maio de 1819) foi umapoetisa brasileira.
Foram seus pais o Dr. José da Silveira e Sousa e D. Maria Josefa Bueno da Cunha. Para alguns estudiosos, era descendente de uma das famílias paulistas mais ilustres: a de Amador Bueno, o aclamado.
Era casada com o Inconfidente Alvarenga Peixoto. Na realidade,Alvarenga Peixoto e Bárbara Heliodora viveram juntos por algum tempo, e só se casaram, por portaria do Bispo de Mariana, em 22 de dezembro de 1781, quando Maria Ifigênia, filha do casal, já contava três anos de idade. Desta união nasceram quatro filhos. Em virtude de seu casamento com Alvarenga, e sua instantânea participação no movimento Inconfidente, Bárbara ganhou o título de "Heroína da Inconfidência Mineira".
Perdeu Maria Ifigênia, sua filha mais velha, quando esta ainda estava com seus 13 anos, e sofrera uma violenta queda de cavalo que causara sua morte, em virtude da viagem de volta deCampanha da Princesa para São Gonçalo do Sapucaí.
Alguns anos depois, com a descoberta do movimentoInconfidenteAlvarenga foi preso, setenciado e declarado infame pela Coroa Portuguêsa. Seus bens foram confiscados. Foi degregado para Ambaca, em Angola, na África, onde viera a falecer. Apartir de então, Bárbara viria a morar com seus filhos e sua irmã. Essas duas perdas foram umas das teorias usadas, como motivo para atestar a suposta demência de Bárbara Heliodora.
Para Aureliano Leite em "A Vida Heróica de Barbara Heliodora", "ela foi a estrela do norte que soube guiar a vida do marido, foi ela que lhe acalentou o seu sonho da inconfidência do Brasil ... quando ele, em certo instante, quis fraquejar, foi Barbara que o fez reaprumar-se na aventura patriótica. Disso e do mais que ela sofreu com alta dignidade, fez com que a posteridade lhe desse o tratamento de Heroína da Inconfidência".
A poetisa viveu entre a vila de Campanha da Princesa e a de São Gonçalo do Sapucaí. O Capitão-de-Mar e Guerra Alberto Carlos da Rocha, no artigo publicado (sob as iniciais A.C.R.) em 11 de outubro de 1931, no periódico A Opinião de S. Gonçalo do Sapucaí, explica as razões da decretação da demência de Bárbara: com o propósito de se livrar da ameaça de seqüestro e execução, ela "vendeu", por escritura de 27 de julho de 1809, os bens que ainda lhe restavam ao seu filho José Eleutério de Alvarenga. Ora, tal manobra, ao que parece, prejudicava a Fazenda Real; para que fosse anulada a citada escritura, Heliodora foi declarada demente.
A produção literária de Bárbara Heliodora é bastante reduzida e controvertida. A ela são atribuídos os poemasConselhos a meus filhos e um soneto dedicado a Maria Ifigênia, mas nem todos os estudiosos são unânimes nesta atribuição.
  • Segundo um recibo de compra de escravo, lavrado por Bárbara em 1791, encontrado no museu da cidade deCampanha, Minas Gerais, a grafia correta da segunda partícula do nome de Bárbara seria "Eliodora".

[editar] Representações na cultura

Joana Angélica



Joana Angélica era filha de José Tavares de Almeida e D. Catarina Maria da Silva, tendo nascido em Salvador. Aos 20 anos, em 21 de abril de 1782, entra para o noviciado no Convento de Nossa Senhora da Conceição da Lapa, na capital baiana.

Ali foi escrivã, mestra de noviças, conselheira, vigária e, finalmente, abadessa.

Ocupava a direção do Convento, em fevereiro de 1822, quando a cidade ardia de agitação contra as tropas portuguesas do Brigadeiro Inácio Madeira de Melo - que tinham vindo para Salvador desde o Dia do Fico.

Grande resistência opunham os nativos baianos: no ano anterior (1821) a cidade já tinha sido palco de revoltas. A posse de Madeira de Melo tinha sido obstada, em 18 de fevereiro, mas a superioridade das forças do Brigadeiro impingiram a derrota dos nativos.
Soldados e marinheiros portugueses se embriagam e cometem excessos pela cidade, comemorando e, a pretexto de perseguir eventuais "revoltosos" atacam casas particulares e, continuando a sanha desenfreada pelo dia seguinte, tomam as ruas e dirigem-se ao Convento da Lapa.

Sólida construção colonial, ainda hoje existente na Capital Baiana, o Convento da Lapa compõe-se de uma clausura, cuja principal entrada é guarnecida por um portão de ferro.

Os gritos da soldadesca são ouvidos no interior. Imediatamente a Abadessa, pressentindo certamente objetivos da profanação da castidade de suas internas, ordena que as internas fujam pelo quintal.
O portão é derrubado e, num gesto heróico, Joana Angélica abre a segunda porta, postando-se como último empeço à inusitada invasão.
Conta a tradição, reproduzida por diversos historiadores, que então exclamou:

"Para trás, bandidos. Respeitem a Casa de Deus. Recuai, só penetrareis nesta Casa passando por sobre o meu cadáver."
Abrindo os braços, num gesto comovente, tenta impedir que os invasores passem. É, então, assassinada a golpes de baioneta - penetrando no sagrado recinto, onde encontram apenas o velho capelão, Padre Daniel da Silva Lisboa - a quem espancam a golpes de coronhas, deixando-o como morto.

Joana Angélica tornou-se, assim, a primeira mártir da grande luta que continuaria, até a definitiva libertação da Bahia, no ano seguinte, a 2 de julho, data efetiva da Independência da Bahia.



fonte - http://www.baraoemfoco.com.br/barao/coluna/joanaangelica.htm

Maria Quitéria de Jesus Medeiros (1792 a 1853)

          Nascida em 1792 na Comarca de Nossa Senhora do Rosário do Poero de Cachoeira, atual Feira de Santana, no sertão da Bahia, Maria Quitéria de Jesus Medeiros (1792-1853) teve uma infância livre e feliz até a morte da mãe, Quitéria Maria, em 1803, quando passou a cuidar dos dois irmãos mais novos. Em 1822, partidários da independência do Brasil percorriam o sertão da Bahia procurando voluntários e angariando fundos para lutar contra os portugueses. Ao saber da convocação, Maria Quitéria disfarçou-se de homem com roupas emprestadas pelo cunhado e, contra a vontade do pai, alistou-se no regimento de artilharia, sendo depois transferida para a infantaria, integrando o Batalhão dos Voluntários do Imperador e tornando-se a primeira mulher a pertencer a um unidade militar no Brasil.
Depois de conquistar o respeito dos companheiros, Quitéria assumiu sua condição feminina, e livrando-se das roupas de homem, passou a ser conhecida como soldado Medeiros. Ela se destacou pelo entusiasmo e bravura, lutando tão decididamente, que influenciou outras mulheres, formando um destacamento feminino sob seu comando. Depois que D. Pedro I declarou a independência em 7 de setembro, tropas portuguesas espalhadas pelo país continuaram lutando. Na batalha que aconteceu na foz do rio Paraguaçu, o grupo de mulheres liderado por Quitéria se destacou pela coragem. Quando os portugueses foram finalmente derrotados, em julho de 1823, Maria Quitéria foi reconhecida como heroína das guerras pela independência. Seguiu para o Rio de Janeiro, onde foi homenageada pessoalmente pelo imperador, que concedeu a ela a insígnia de Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro e o soldo de alferes.
D. Failutti. Maria Quitéria. Museu Paulista da USP.
          Apesar dos trajes de soldado, os cronistas da época afirmam que Maria Quitéria soube manter a feminilidade, ostentando uma beleza marcante e altiva. Além disso, sua independência pessoal foi precursora dos movimentos pelos direitos da mulher, que só viriam a tomar forma muitos anos depois. Depois das homenagens, Maria Quitéria voltou à Bahia. Casou-se com o antigo namorado, Gabriel Pereira Brito, com quem teve uma filha. Apesar do papel importante na história do país, pouco se sabe de sua vida a partir daí. Depois da morte do marido, ela teria ficado cega progressivamente, morrendo na pobreza em 1853, perto de Salvador. Hoje, Maria Quitéria é patrona do Quadro Complementar de Oficiais do exército brasileiro.

Anita Garibaldi (Data do Nascimento: 30/08/1821 e morte: 04/08/1849



          Foi a "heroína dos dois mundos". Recebeu esse título por ter participado no Brasil e na Itália, ao lado de seu marido Giuseppe Garibaldi, de diversas batalhas. Lutou na Revolução Farroupilha (Guerra dos Farrapos), na Batalha dos Curitibanos e na Batalha de Gianicolo, na Itália. Corajosa e dedicada, Anita foi homenageada em Santa Catarina com o nome de dois municípios: Anita Garibaldi e Anitápolis. Em Salvador foi homenageada com o nome de uma avenida; em Curitiba com o nome de uma praça e em diversas cidades com nome de ruas. Em Roma, no monumento equestre, na colina de Gianicolo estão enterrados os corpos dos dois guerrilheiros.
          Anita Garibaldi (Ana Maria de Jesus Ribeiro da Silva) nasceu em Laguna, Santa Catarina, no dia 30 de agosto de 1821. De família portuguesa, veio dos Açores para Santa Catarina. Filha de Maria Antônia de Jesus e Bento da Silva, modesto comerciante da cidade de Lages.

          Nascida na cidade catarinense de Laguna (SC), Ana Maria de Jesus Ribeiro da Silva teve uma origem familiar humilde combinada com uma boa educação. Seguindo os padrões da época, casou-se bastante jovem, aos 15 anos, com Manuel Duarte de Aguiar. No ano de 1837, já com o desenvolvimento da Revolução Farroupilha, ela teve a oportunidade e conhecer Giuseppe Garibaldi, um dos principais líderes do movimento que conquistara sua cidade natal.

          Logo se mostrando apaixonada por Giuseppe, Ana Maria resolveu abandonar o seu infeliz matrimônio para que ao lado do revolucionário italiano marcasse a História com o nome de Anita Garibaldi. No tempo em que Laguna se transformou em sede do governo da República Juliana, que tomou Santa Catariana, Anita aprendeu a manusear espadas e armas de fogo. Em pouco tempo, a paixão pelo companheiro e os riscos da guerra se tornaram situações comuns à sua peculiar rotina.

          Durante a Batalha de Curitibanos, Anita foi capturada pelas tropas que representavam o Império Brasileiro. Presa e grávida do seu primeiro filho, ela foi enganosamente informada que Garibaldi havia falecido nos campos de batalha. Inconformada e duvidosa sobre a informação, ela pediu aos oficias que a deixem procurar o marido entre os corpos. Nesse instante, desconfiando do que lhe fora dito, ela saltou em um cavalo e fugiu dos oficiais que a vigiavam.

          Após atravessar um rio e passar alguns dias sem alimento, ela buscou refúgio entre alguns revolucionários. Poucos dias depois, Anita e Giuseppe se encontraram na cidade de Vacaria. Já em 1841, o casal seguiu para a cidade de Montevidéu, para apoiar outra revolta contra o ditador uruguaio Fructuoso Rivera. Após a participação nos conflitos, Anita foi enviada para a Itália, em 1847, para realizar os preparativos que receberiam o marido e uma tropa de mil homens que participariam das guerras de unificação da Itália.

          Nesse novo conflito, o casal chegou até acidade de Roma, que havia sido posta como a capital da nova República Romana. Apesar da conquista, tiveram que enfrentar a opulência das forças franco-austríacas, e bateram em retirada, nas ofensivas que marcaram a Batalha de Gianicolo. Acompanhados por, aproximadamente, quatro mil soldados, o casal de revolucionários ainda teve de suportar a pressão de outros exércitos contrários ao processo de unificação.

          Quando atingiram a cidade de San Marino, a embaixada norte-americana ofereceu um salvo conduto que poderia tirar o casal daquela penosa situação de risco. Não aceitando o convite, por temer a desarticulação do processo de unificação, Anita e Giuseppe continuaram a sua fuga. A essa altura, esgotada pela quinta gravidez, a valente revolucionária ficou abatida ao enfrentar uma grave crise de febre tifóide. Não resistindo, Anita faleceu nas proximidades de Ravenna, em 4 de agosto de 1849.

          Ferozmente perseguido pelos soldados austríacos, Garibaldi não teve sequer a oportunidade de acompanhar os cortejos fúnebres da esposa. Partindo para o exílio, o revolucionário italiano ficou dez anos fora da Itália. Somente em 1932, o corpo de Anita Garibaldi foi definitivamente transferido para a colina de Janiculo, localizada na porção ocidental da cidade de Roma.

A Sabinada - BA, 1837 a 1838

          A Sabinada foi uma revolta autonomista que ocorreu entre 6 de novembro de 1837 e 16 de março de1838, na então Província da Bahia, na época do Brasil Império.


História

Antecedentes


          A tradição de lutas por autonomia política na Bahia remonta à Conjuração Baiana (1798), às lutas pelaIndependência da Bahia (1822-1823), à Federação do Guanais (1832) e à Revolta dos Malês (1835).
          Durante o Período regencial (1831-1840), os conflitos se estabeleceram em torno da questão da centralização monárquica e do federalismo republicano, mobilizando principalmente setores das camadas médias urbanas - comerciantes, profissionais liberais e oficiais militares. Entre os primeiros meses do ano de 1831 algumas dessas manifestações requeriam que fossem tomadas decisões contra os portugueses, considerando-os como "inimigos". Esta visão de descontentamento era proveniente do fato de que os portugueses controlarem a maior parte do comércio e ocuparem muitos dos cargos administrativos, político e militares. Através das revoltas e conflitos o povo queria exigir desde a deportação ou até mesmo a extinção de todo o tipo de pensões pagas aos Lusitanos, concedidas porJoão VI ou por D. Pedro I.
          Os ânimos na capital baiana se acirraram com a renúncia do Regente Diogo Antônio Feijó (1837), por se demonstrar incapaz de controlar as manifestações revoltosas, e com projeto da lei de interpretação do Ato Adicional, dava as camadas médias a autonomia provincial e cuja discussão se arrastou de 18371840.


Estopim da revolta




Sabinada (1837).
          Neste período onde pregava-se o antilusitanismo, onde a indisciplina militar era apoiada pelos revoltosos e onde eram destituídos os oficiais do governo português, iniciava-se a crise federalista.
         O movimento da ''Sabinada'' aproveitou a reação popular contra o recrutamento militar imposto pelo Governo Imperial, liderado pelo médico e jornalista Francisco Sabino Vieira. O estopim se deu em meio a fuga de Bento Gonçalves, do Forte do Mar, chamado hoje de Forte de São Marcelo


A Revolta

          Na madrugada de 6 para 7 de novembro de 1837, Sabino e os que o apoiavam proclamaram a "República Baiana". Mesmo provisória, decretada até que o jovem Pedro de Alcântaraatingisse a maioridade, ela rompia com o Governo Imperial e destituía o Governo Provincial.
          O 3° Corpo da Artilharia de Posição, lotado no Forte de São Pedro, levantara-se, dominando aquela fortificação. Durante a madrugada, o Governo Provincial tentou sufocar o levante, despachando trezentos soldados armados para a Praça da Piedade. Entretanto, em vez de atacar os revoltosos, a tropa legalista debandou e também aderiu ao movimento.
          Diante destas notícias, o então Presidente da Província, Francisco de Souza Paraíso, e o Comandante das Armas, tenente-coronel Luís de França Pinto Garcez, abandonaram a cidade e se refugiaram num brigue ancorado na baía de Todos os Santos. Isolado, o Chefe de Polícia,Francisco Gonçalves Martins, tomou um saveiro e dirigiu-se para o Recôncavo, em busca da proteção do coronel Alexandre Gomes de Argolo Ferrão, senhor do Engenho Cajaíba e 1° barão de Cajaíba.
          O edifício da Câmara Municipal foi ocupada pelos revoltosos, tendo à frente Francisco Sabino Vieira, o político João Carneiro da Silva Rego e os militares José Duarte da Silva e Luiz Antônio Barbosa de Almeida. Na ocasião Francisco Sabino propôs que o nascente Estado republicano tivesse como presidente o advogado Inocêncio da Rocha Galvão, então exilado nos Estados Unidos da América, e como vice-presidente João Carneiro Rego. O próprio Sabino, como secretário de governo, ditou a primeira ata da recém-criada "República Bahiana", que contou com cento e quatro assinaturas. Foram nomeados Ministro da Guerra Daniel Gomes de Freitas, da Marinha Manoel Pedro de Freitas Guimarães.
          Conseguindo dominar a cidade de Salvador por cerca de quatro meses e após dominar alguns quartéis em Salvador, os rebeldes não lograram obter a adesão dos senhores de terras do Recôncavo, nem encontraram apoio significativo junto à população escrava, permanecendo restritos aos limites urbanos da cidade, bloqueada.


A repressão

          Sem a adesão das elites e das camadas populares a repressão por parte do governo imperial tornou-se fácil. Este cercou a capital em uma operação de bloqueio terrestre e marítima (março de 1838), na cidade de Salvador. Cerca de mil pessoas pereceram nos combates. Três dos líderes foram executados, os outros três deportados e os rebeldes que sobreviveram e foram capturados foram julgados por um tribunal compostos pelos donos de latifúndios da província. Estes foram punidos com tamanha crueldade que este júri ficou conhecido como "Júri de Sangue". Francisco Sabino Vieira acabou os seus dias na Fazenda Jacobina, na então remota província do Mato Grosso. Outros, como Daniel Gomes de Freitas, Francisco José da Rocha, João Rios Ferreira e Manoel Gomes Pereira, conseguiram evadir-se e depois juntaram-se à Revolução Farroupilha.